É verdade que Yeshua (Jesus)
ressuscitou no domingo de manhã? Alguns advogam que o domingo se tornou o dia
de guarda, baseados nesta ideia. Seria isto verdade? É certo considerar parte
de um dia, como sendo 24 horas?
O MASHIACH E O SINAL DE JONAS
Sem levar em conta a história de
Jonas, não haveria prova positiva com a qual refutar o protesto de que o
Mashiach (Messias) da Bíblia era um impostor; porque Ele mesmo disse para
alguns incrédulos escribas e fariseus, os quais duvidaram de sua verdadeira
identidade, embora o tenham visto fazer milagres, que não seria dado outro
sinal além daquele de Jonas, para justificar a sua afirmação messiânica.
Então alguns
escribas e fariseus lhe disseram: Mestre, gostaríamos de ver da tua parte algum
sinal. E Ele lhes respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não
se lhe dará outro sinal senão o do profeta Jonas. Pois como Jonas esteve três
dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem
três dias e três noites no seio da terra. (Mat. 12:38-40)
Se o Mashiach não permanecesse no
túmulo pelo tempo exato especificado nesse relato, Yeshua não seria o
verdadeiro Mashiach! Portanto, o elemento temporal ratificado pelas Escrituras,
concernentes à Crucificação e Ressurreição do Mashiach é vital, como o
mostraremos.
É importante também notar que o
relato feito por Mateus, do qual Yeshua especificou acima, ensina que depois de
Sua morte, permaneceria no túmulo por três dias e três noites, ou seja, um
total exato de 72 horas. O mesmo tempo, portanto, que Jonas ficou confinado
dentro do grande peixe.
DIFÍCIL DE RESPONDER
Este ensinamento de Yeshua
introduz na mente de milhões de religiosos mal-informados, uma pergunta difícil
de responder. Como pode este sinal ser verdadeiro em Yeshua?
Se Yeshua foi crucificado na “Sexta-Feira
Santa”, posto no túmulo justamente antes do pôr-do-sol desse mesmo dia, e
se levantou na manhã de domingo, Ele não teria estado no túmulo os três dias e
três noites, invalidando assim a sua identidade messiânica.
Em Jonas 1:17 lemos:
Deparou YHWH um
grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites
no ventre do peixe
Isto esclarece que Jonas esteve
verdadeiramente dentro do peixe três dias completos e três noites completas, o
que equivale a 72 horas. Antes de acontecer isto, Jonas havia entrado num barco
para fugir de seu dever, porém o tempo que permaneceu no navio não conta nos
três dias e três noites que esteve dentro do peixe.
Para fazer o tipo verdadeiro, nós
não podemos contar o tempo que o Mashiach esteve nas mãos dos judeus incrédulos
e dos romanos. Considera-se somente o tempo que esteve no túmulo,
exatamente três dias e três noites.
QUANDO YESHUA HAMASHIACH FOI
COLOCADO NO TÚMULO?
Ser-nos-ia de grande ajuda,
enquanto continuamos o estudo do tempo da crucificação e ressurreição de
Mashiach, determinar quando Yeshua foi posto no túmulo. Ele foi colocado ali no
mesmo dia que foi crucificado; precisamente na tarde desse dia, próximo ao
pôr-do-sol.
Com relação a isto, citamos o
relato do seu sepultamento como está registrado em Marcos 15:42-43:
E quando já era
tarde (pois era a preparação, isto é, a véspera de sábado), foi José de
Arimatéia, membro ilustre do Sinédrio, que também esperava o Reino de Elohim,
apresentou-se corajosamente a Pilatos e pediu-lhe o corpo de Yeshua.
O mesmo relato encontra-se em Lucas
23:52-54
Este foi ter com
Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Tendo decido-o da cruz, envolveu-o num
lençol e depositou-o num sepulcro aberto na rocha, no qual ninguém ainda tinha
sido sepultado. E era véspera da Páscoa, e estava para raiar o sábado.
Estes versos logicamente fixam
uma questão: Que dia da semana era este chamado sábado? Que dia era este
chamado de "a preparação"?
De acordo com o quarto mandamento,
como se encontra em Êxodo 20:8-11, o sétimo dia da semana está designado como
Sábado, o qual segue-se chamado até hoje de Sábado.
Portanto, se o Sábado mencionado
em Lucas 23:54 era o sétimo dia da semana (de acordo com o quarto mandamento)
bem poderia ser determinado que a sexta-feira (o dia anterior ao sábado) fosse
o dia da preparação, mencionando neste mesmo verso. Assim que, por este
raciocínio e relato da Escritura, parece que o Mashiach foi crucificado e
sepultado na sexta-feira, precisamente antes do pôr-do-sol.
Esta é a conclusão comumente
aceita e, aparentemente, tem fundamento bíblico. Se esta conclusão é correta, o
Mashiach não cumpriu a profecia que disse de Si mesmo. Porque, se ressuscitou
no domingo de manhã, como geralmente se crê, Ele esteve no túmulo somente duas
noites e um dia: sexta-feira de noite (uma noite), o dia de sábado (um dia), e
a noite depois do pôr-do-sol do sábado (duas noites).
Ainda que contássemos o curto
período entre o tempo em que foi posto no túmulo e o pôr-do-sol daquele mesmo
dia como mais um dia, a conta só mudaria para dois dias e duas noites, ou seja,
um dia e uma noite a menos do tempo que o Mashiach disse que permaneceria no
túmulo. E se não esteve ali o tempo completo que Ele havia prometido, se
tornaria um impostor. Ele assegurou que este seria o único sinal dado.
Qualquer tentativa de contar
alguma parte do dia de domingo como outro dia completo, no qual Mashiach
poderia ter estado no túmulo antes de ressuscitar, teria que ser rejeitada,
porque o anjo (de acordo com o relato de João 20:1) disse às mulheres que foram
ao túmulo antes da saída do sol, que o Mashiach já havia ressuscitado e já
havia saído. João especifica no seu evangelho que a chegada delas foi feita "...Quando
ainda estava escuro." Portanto, devemos estar seguros de que há algum
equívoco com a teoria da crucificação na sexta-feira e da ressurreição no
domingo pois Yeshua é o verdadeiro Messias e sempre disse a verdade.
"No findar do sábado, ao
entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e outra Maria foram ver o
sepulcro. E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu
do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. O seu aspecto era
como um relâmpago, e a sua veste alva como a neve. E os guardas tremeram
apavorados, e ficaram como se estivessem mortos. Mas o anjo, dirigindo-se às
mulheres, disse; Não temais; porque eu sei que buscais a Jesus, que foi
crucificado. Ele não está aqui: ressuscitou, como havia dito. Vinde ver onde
ele jazia. (Mateus 28:1-6)
Nestes versos, Mateus acrescenta
uma informação muito importante sem contradição alguma no seu relato. Mateus
é o único escritor dos Evangelhos que assinala o tempo da ressurreição.
Ele escreve de uma visita feita ao túmulo antes de começar o primeiro dia da
semana:
No findar do
sábado ao entrar o primeiro dia da semana...
Isto explica por que o Mashiach
não estava mais no túmulo quando as mulheres o visitaram de manhã ou de
madrugada, depois do sábado (ao começar o primeiro dia da semana, hoje chamado
domingo).
As mulheres, no relato de Mateus,
estavam ali (nas redondezas pelo menos) no tempo da ressurreição, porque Mateus
relata que "houve um grande terremoto: porque o anjo do Eterno,
descendo do céu e chegando, havia revolvido a pedra e estava sentado sobre
ela..." Elas, no entanto, não viram realmente que o Mashiach foi
levado do túmulo.
Note-se que Mateus detalha o
tempo da ressurreição com duas expressões diferentes: "no fim do
sábado" e "quando começava a amanhecer o primeiro dia da
semana", ou "ao entrar o primeiro dia". Estes são
sinônimos, já que o sábado termina no pôr-do-sol. (Leia Lev. 23:32)
O SIGNIFICADO DA PALAVRA
"AMANHECER"
A palavra amanhecer em Mateus
28:1 merece uma explicação à parte. Embora seja aplicada usualmente como "manhã",
na linguagem bíblica, neste caso específico, não indica o tempo de saída do
sol, mas o começar de um dia completo de 24 horas.
Primeiramente, Mateus acaba de
dizer que era "No fim do sábado...", isto porque o sábado
termina no pôr-do-sol, portanto, seria impossível, neste caso, a palavra "amanhecer",
significar o romper do sol porque o sol não se levantaria senão 12 horas mais
tarde. Não poderia ser o fim do sábado e a manhã de domingo ao mesmo tempo.
Em segundo lugar, a palavra "amanhecer"
foi usada aqui como um verbo e não como um sujeito.
Note-se que as palavras não são: "...no
amanhecer”, mas "quando começava a amanhecer..." ou “ao
entrar o primeiro dia..." Como verbo, o dicionário de Wester define a
palavra amanhecer: "começar a aparecer, desenvolver, dar promessa,
primeira aparência, princípio...". Portanto, devemos entender que a
ressurreição aconteceu quando o primeiro dia da semana estava iniciando,
começando a aparecer, quando o crepúsculo e a grande escuridão deram promessa
de um novo dia que ia começar; porém definitivamente ANTES e não DEPOIS. A
ressurreição foi efetuada no final de um dia e não no princípio de outro.
O termo amanhecer nesta passagem
deriva-se da palavra grega "epiphosko". O "Greek and
English Lexicon of the New Testament" de Parkhurst define: “Aproximar-se,
como o Sábado judeu, que começa na tarde". Para confirmá-lo consulte
Levítico 23:32 e Neemias 13:19.
Assim, o verbo está claramente sendo
usado. Compare Luc. 23:54 e João 19:31 com Deut. 21:22,23 e com a mesma visão
pode-se compreender o relato de Mateus 28:1. Ou seja, NO ENTARDECER DO
SÁBADO, quando os judeus estavam esperando o princípio do primeiro dia
(domingo) da semana.
A palavra "amanhecer"
ou "ao entrar" consiste num forte obstáculo à ideia de uma
ressurreição no domingo de manhã, já que Mateus nos diz que sucediam estas
coisas enquanto estava amanhecendo ou aproximando-se o primeiro dia da semana e
isto nos prova que o primeiro dia da semana não havia ainda chegado. A
ressurreição aconteceu na parte final do sábado.
A tradução grega (mais antiga que
qualquer outro texto grego conhecido), The Sinaitic Palimpset, confirma
as traduções citadas: "Na tarde do Sábado, quando o primeiro dia da
semana amanhecia..." A tradução grega original revela que não há erro
na versão do Rei Tiago (inglês) em Mateus 28:1. Vejamos uma tradução de Mateus
28:1-7:
Na tarde de sábado, quando
estava escurecendo para o primeiro dia da semana, vieram Maria Madalena e a
outra Maria para ver o sepulcro. E eis que houve um grande terremoto, porque um
anjo do Senhor, vindo, tirou a pedra da porta e estava sentado sobre ela. E sua
aparência era como de um relâmpago e seu vestido branco como a neve. E com
temor dele, os guardas que cuidavam tremeram e estavam como mortos. Porém o
anjo respondendo, disse as mulheres: Não temais porque sei que procurais a
Jesus que foi crucificado. Não está aqui, porque ressuscitou, como disse.
Vinde, vede o lugar onde foi posto o Senhor. E ide logo, dizei aos seus
discípulos que já ressuscitou dos mortos.
Isto fica confirmado com a "tradução
interlinear do Novo Testamento Grego" por George Ricker Berry, Ph. D.,
Universidade de Chicago e Universidade Colgate, Departamento de Línguas
Semíticas.
Assim, à primeira vista,
poderíamos estranhar que a ressurreição tivesse ocorrido antes do pôr-do-sol.
Ao entanto, pensando mais detidamente, descobrimos que é exatamente neste
momento do dia em que deveria acontecer (e tinha que ser assim) para que as palavras
proféticas de Yeshua se cumprissem exatamente.
Até aqui encontramos o tempo
aproximado da ressurreição. No fim do sábado semanal. No entanto, quando
comparamos com o tempo em que se presume que o Mashiach foi posto no túmulo, a
investigação que faremos sobre o elemento tempo em nosso estudo, pode parecer confusa
a primeira vista.
Se o Mashiach, como se diz, foi
colocado no túmulo antes do crepúsculo da sexta-feira, e ressuscitou antes do
crepúsculo de sábado, logo esteve no túmulo somente 24 horas, ou seja, um dia e
uma noite.
Isto não pode ser verdade, porque
então não teria sentido nenhum dizer que o dia depois da ressurreição era "o
terceiro dia desde que aconteceu..." (Lucas 24:21)
Yeshua disse que estaria no
túmulo três dias e três noites. Portanto, visto que Ele ressuscitou no fim do
sábado, temos somente que contar para trás até o tempo que Ele profetizou
que estaria ali, para determinar quando foi posto no sepulcro.
Esta conta para trás nos leva
precisamente ao crepúsculo de quarta-feira, o que significa que Yeshua foi
crucificado nesse dia e não na sexta-feira.
Agora, pode-se ver claramente por
que trabalhamos tanto com a pergunta referente ao tempo em que Mashiach saiu do
túmulo, para poder responder a pergunta anterior, quando Yeshua HaMashiach foi
posto no túmulo.
Porém... alguém poderia
perguntar-se: Como pode ser isso? Como poderia o Mashiach ser crucificado na
quarta-feira, quando o texto bíblico diz claramente que o dia da crucificação
foi dia da preparação para o sábado?
João nos dá a resposta:
Então os judeus,
porque era véspera da Páscoa, para que os corpos não fossem retirados da cruz
no sábado pois era grande o dia de sábado, rogaram a Pilatos que lhes
quebrassem as pernas, e fossem retirados. (João 19:31)
Isto mostra que o Mashiach foi
crucificado um dia antes do chamado "grande dia de sábado".
Este era o sábado, sétimo dia da semana? Não, não era. Não podia ser, porque o
sábado semanal designado como descanso nos Dez Mandamentos, nunca se lhe chamou
ou referiu a ele como sendo um "um grande dia".
Acrescente-se ainda que João
esclarece que o dia anterior à Páscoa, o qual se designava "preparação",
não era uma preparação para o Sábado de YHWH, o sétimo dia da semana, mas a
preparação da páscoa. (João 19:14)
Alguns argumentam que este "grande
dia de sábado" especial ocorreu no mesmo dia do sábado semanal. Não
pode ser este o caso, porque pode se provar simplesmente pelos registros
astronômicos, que a lua cheia aconteceu, no ano da crucificação, na terça-feira,
13 de Nisã, às 2 horas da tarde (Este dado foi comprovado e corroborado pelo
Observatório Naval dos Estados Unidos, e pelo Astronomer Real Britânico).
Agora, é de suma importância
recordar que a PÁSCOA sempre ocorreu no dia seguinte a noite de lua cheia. E o
dia seguinte da lua cheia neste ano da crucificação foi precisamente uma
quarta-feira, 14 de Nisã. Em outras palavras, a Páscoa não pode ter sido, naquele
ano, num sábado semanal.
Nisã é o mês judeu que
corresponde a parte do mês de março e uma parte do mês de abril do nosso
calendário. Os dias da semana são os mesmos nos dois calendários. Quarta-feira
no calendário judeu é quarta-feira no Gregoriano.
DOIS SÁBADOS NAQUELA MESMA
SEMANA
Com uma simples comparação de
textos, podemos provar que na semana da morte de Yeshua, houve dois sábados: O
primeiro dia dos asmos, que caía no dia 15 de Nisã e que neste caso, foi na
quinta-feira e o Sábado de YHWH, o sétimo dia da semana.
Para melhor entendermos,
tomaremos um fato ocorrido nesse período, ou seja, a compra de material e o
preparo das especiarias, para se ungir o corpo de Yeshua. Vejamos quando isto
ocorreu, segundo o relato de Lucas 23:54-56.
E era o dia da
preparação, e amanhecia o sábado. E as mulheres, que tinham vindo com ele da Galileia,
seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo. E, voltando-as,
prepararam especiarias e unguentos, e no sábado repousaram conforme o
mandamento.
Por esta passagem fica claro a
ordem de acontecimento das coisas:
a) Já estava terminando o dia da
preparação, com o pôr-do-sol, e começando o sábado. Já não havia mais tempo
para comprar e preparar as especiarias para ungir o corpo de Yeshua, pois já
era sábado.
b) O verso 54, no entanto, fala
que elas, as mulheres, prepararam tudo antes do sábado e que repousaram neste
dia, conforme ordenava o mandamento.
Como entender isto? Se já estava
iniciando o sábado, como e quando elas compraram e fizeram os preparativos se o
verso final nos prova que elas observaram o sábado.
Difícil, não?
Comparemos agora o mesmo assunto
com o descrito em Marcos 16:1
E, passado o
sábado, Maria Madalena e Maria mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para
irem ungi-lo.
Este texto, parece complicar ainda
mais, todavia é aqui que se esclarecem os fatos, pois fala que as mulheres
foram comprar as especiarias DEPOIS do sábado.
Lucas, no verso 54, nos diz que
este preparo ocorreu antes do Sábado e Marcos diz que foi depois! Como
harmonizar as coisas?
A grande e esclarecedora
verdade é que naquela semana houve dois Sábados: Um cerimonial,
ocorrido na quinta-feira, ou seja, o primeiro dia da grande festa dos asmos e o
outro, o sétimo dia da semana, ou o Sábado citado pelo quarto mandamento do
decálogo divino.
Assim, Yeshua morreu no dia 14 de
Nisã, uma quarta-feira, também considerado o "dia da preparação";
foi sepultado no final deste dia, próximo ao pôr-do-sol, portanto já quase na
virada para a quinta-feira, que por sua vez era o dia dos asmos, um sábado
cerimonial e festivo. Foi depois deste sábado cerimonial ou quinta-feira, que
as mulheres compraram e prepararam as especiarias, o que harmoniza com Marcos
16:1.
Uma vez preparado o material para
ungir o corpo de Yeshua, o que certamente se aprontou na sexta-feira, no Sábado
de YHWH elas repousaram conforme o preceito da Lei, e no primeiro dia da semana
foram cedo para fazer a santa unção. Isto harmoniza também Lucas 23:54 e 24:1
com Marcos 16:1, 2. Portanto, fica claro que naquela semana houve dois Sábados,
dissipando-se assim quaisquer possíveis dúvidas no assunto.
OUTROS DIAS CHAMADOS
"SÁBADOS"
Observe-se que a Bíblia fala de
outros dias que não sendo o sétimo dia da semana, também recebem o nome de
"Sábado". Por exemplo, encontramos um dia diferente chamado sábado no
seguinte versículo:
Fala aos filhos de
Israel e diz-lhes: No sétimo mês, ao primeiro do mês tereis descanso (SÁBADO),
uma comemoração ao som de trombetas e uma santa convocação.
(Lev. 23:24)
Se lermos o versículo 39
encontraremos mencionado outro sábado:
Porém aos 15 dias
do sétimo mês, quando tiverdes recolhido o fruto da terra, celebrareis a festa
do Eterno por sete dias, o primeiro dia será descanso (SÁBADO); descanso
(SÁBADO) será também o oitavo. (Lev. 23.39)
Um texto que em nossas versões
esclarece melhor sobre os dias de descanso nas festas fixas, os chamados
Sábados, se acha em Lev. 23:32, ao dizer que o dia 10 do sétimo mês seria um
Sábado para Israel:
Sábado de descanso
vos será... aos nove do mês a tarde, duma tarde a outra tarde, celebrareis o
vosso Sábado.
Se esta era uma data fixa, é obvio que podia
cair em qualquer dia da semana e que seria um sábado, um sábado cerimonial,
integrante de determinada festa.
Assim, é evidente e fácil de
compreender que estas festas em datas fixas eram celebradas em qualquer dia da
semana e que os dias em que não se trabalhavam eram considerados como "sábados".
Quando verificamos algumas
passagens do Tanach (o chamado Antigo Testamento), pertencentes à instituição
da Páscoa e da festa dos pães sem fermento que vem em seguida, encontramos outro
dia chamado sábado e este é precisamente o SÁBADO ou "grande dia"
a que João se referiu no capítulo 19:31, citado anteriormente.
Assim é indispensável determinar
com que significado a palavra sábado está sendo aplicada na Bíblia, e de acordo
com as Escrituras citadas pode-se ver que o Sábado que veio no dia
seguinte ao que o Mashiach foi crucificado, não foi o semanal dia de sábado, de
acordo com o quarto mandamento.
O SÁBADO DA PÁSCOA
O Mashiach foi morto no dia 14 do
primeiro mês hebreu, chamado Nisã ou Abib (o mesmo dia no qual o cordeiro da
Páscoa era sacrificado sob o Antigo Testamento - Leia Êxodo 12:1-6) e isto
podia acontecer em qualquer dia da semana.
O dia seguinte à morte do
cordeiro da Páscoa, sempre era chamado de "Sábado". Isto determinamos
com os seguintes versículos:
"No primeiro
mês, aos quatorze do mês, pela tarde, é a Páscoa de Jeová. E aos quinze deste
mês é a festa dos asmos. No primeiro dia tereis santa convocação: nenhuma obra
servil fareis." (Lev. 23:5-7)
Aqui o décimo quinto dia chama-se
sábado, e era "uma santa convocação", o qual contrasta com o
versículo 24: "ao primeiro do mês terei sábado, uma comemoração ao som
de trombetas". Uma santa convocação significa um descanso e dia de
reunião.
Era um tempo em que nenhum
trabalho servil (remuneratório) deveria ser feito. Isto era um Sábado, por isso
se pode ver que o dia seguinte à crucificação do Mashiach, o qual Lucas chama "o
sábado" (Lucas 23:54), teria por necessidade que corresponder ao dia
seguinte da Páscoa, de acordo com Levítico 23, e sendo sábado, não era o sétimo
dia - o sábado semanal.
O dia da crucificação foi chamado
de "a preparação" para o sábado da Páscoa que imediatamente
lhe seguia, e não foi necessariamente uma sexta-feira da semana. Neste ano
particularmente, o dia da "preparação" foi quarta-feira.
Yeshua morreu ao redor das três
horas da tarde deste dia, e justamente antes do crepúsculo deste mesmo dia foi
posto no túmulo. Setenta e duas horas
mais tarde (ou três dias e três noites) cumpriram-se antes do crepúsculo do
sétimo dia, sábado semanal, o qual foi o tempo (de acordo com Mateus 28:1) em
que o anjo abriu o túmulo e disse:
Não temais vós,
porque eu sei que procurais a Yeshua, que foi crucificado. Não está aqui porque
já ressuscitou, como disse. Venham, vede o lugar onde foi posto..."
(versos 5,6)
O TEMPO QUE ESTARIA NO
SEPULCRO
Agora prosseguiremos nosso estudo
considerando alguns versículos relacionados com o tempo do sepultamento do
Mashiach. Este tempo é referido nos Evangelhos de três modos diferentes, como
segue:
1 - Yeshua "estaria três
dias e três noites no coração da terra" (Mat. 12:40)
2 - Ele "ressuscitou ao
terceiro dia" (Mat. 16:21 e ver também Mat. 17:23; 20:19; Luc. 9:22)
3 - Yeshua havia dito: "depois
de três dias me levantarei outra vez" (Mat. 27:63 e Mar. 8:31)
Sabendo que a Bíblia é
divinamente inspirada e sem contradição, deve existir completa harmonia entre
estes três períodos designados, e especialmente entre os termos: "ao
terceiro dia" e "depois de três dias".
E aqui temos: A referência
(nestes versículos) sobre o tempo que o Mashiach estaria no túmulo, de nenhuma
maneira se põe em evidência ou contradiz a doutrina da crucificação na
quarta-feira e a ressurreição no fim do sábado (justamente antes do
crepúsculo). Os versículos harmonizam com esta verdade de modo maravilhoso e
mostram a exatidão da Palavra de Elohim.
"RESSUSCITADO AO TERCEIRO
DIA"
Como pôde Yeshua ter estado no
túmulo três dias e três noites e ressuscitar ao terceiro dia?
Esta pergunta é facilmente
respondida. Ele foi posto no túmulo numa quarta-feira (antes do crepúsculo).
Vinte e quatro horas mais tarde se cumprem justamente antes do crepúsculo de
quinta-feira, o qual marca o primeiro dia que estava no túmulo. Contando da
mesma maneira, sexta-feira foi o segundo dia e o sábado (antes do crepúsculo 72
horas mais tarde) foi o terceiro dia. Três dias completos de 24 horas que Ele
esteve sepultado, para sair do sepulcro no sábado semanal justamente antes do
crepúsculo.
"DEPOIS DE TRÊS
DIAS"
Outra vez: Como Yeshua (Jesus)
poderia ter ressuscitado ao terceiro dia e ao mesmo tempo deixar o túmulo
depois de três dias?
Esta é a resposta: De acordo com
Mateus, o Mashiach deveria estar no túmulo três dias e três noites (72 horas).
Assim cumprindo este período, diz depois, que ELE havia estado ali três dias.
Ele não se levantou antes dos três dias expirassem. Porém, sobrava um tempo de
claridade ainda do dia, depois que passou o tempo especificado e o crepúsculo
terminava, para que fizesse sua saída do túmulo e fizesse-a no terceiro dia.
Portanto, achamos perfeita
harmonia nas três definições de tempo, tudo em seu exato minuto, como sabemos
que Elohim faz tudo. Louvado seja o Seu nome!
"O TERCEIRO DIA
DESDE..."
Há mais uma referência no fator
tempo, que está ligada a crucificação e ressurreição do Mashiach. Esta foi
feita por um dos homens que iam caminhando para uma vila chamada Emaús, no dia
seguinte da ressurreição, enquanto Yeshua juntou-se e andou com eles.
Estavam desconsolados, falando
dos acontecimentos recentes que envolviam a morte e ressurreição de Yeshua,
quando disse:
E nós esperávamos
que fosse Ele que remisse Israel, mas agora, sobre tudo isso, hoje já é o
terceiro dia que estas coisas aconteceram. (Luc. 24:21)
Notamos anteriormente que em
vários versículos está relatado que Yeshua ressuscitaria no terceiro dia depois
de sua crucificação e sepultamento. Se este terceiro dia mencionado por um dos
discípulos que iam a Emaús era o terceiro dia depois de que Mashiach foi posto
no túmulo, a conclusão seria que a ressurreição ocorreu no primeiro dia da
semana.
Isto apresenta uma direta
contradição com os relatos que consideramos em outros versículos da Bíblia. Um
deles, ao sinal de Jonas, e o outro: o relato feito por Mateus de que o
Mashiach não foi encontrado no túmulo no final do sábado. Observaríamos ainda
que este não é um relato contraditório feito em Lucas 24:21, quando se verifica,
exatamente, o que diz no versículo que estamos considerando.
Quando o analisamos podemos ver
que não somente NÃO É UMA CONTRADIÇÃO, mas que é impossível que o domingo tenha
sido "o terceiro dia desde que...", o "depois"
seguindo o dia da crucificação do Mashiach. Por quê? Porque se o domingo foi o
terceiro dia depois da crucificação, não teria acontecido na sexta-feira,
deveria ter ocorrido na quinta-feira, porque se o domingo era o terceiro dia
depois, então seguindo o raciocínio anterior, ou seja, contando para trás - o
sábado seria o segundo dia e a sexta o primeiro dia depois da crucificação, não
o dia do acontecimento.
Seria absurdo e fora de harmonia
com o entendimento comum e a dicção gramatical, dizer que o dia em que o
Mashiach foi crucificado era o primeiro dia que foi feito. Isto não tem
sentido. Certo?
Agora mostraremos, analisando o
que o discípulo disse, que nem complica o assunto, nem o faz de modo nenhum
contraditório aos relatos de outras partes da Santa Bíblia.
Embora o versículo que citamos
seja usado geralmente para fundamentar a crença de que Mashiach ressuscitou no
domingo, não o confirma. O discípulo não disse: " hoje é o terceiro dia
depois da crucificação e morte de Yeshua" Ele disse assim: "hoje
é o terceiro dia que isto aconteceu". De tal modo que primeiro é
indispensável definir a que se refere: "que isso aconteceu".
(Lucas 24:21)
Aparentemente os homens estavam
falando de outras coisas além da crucificação e sepultura de Yeshua, porque
lemos no verso 14: "E iam falando entre si de todas aquelas coisas que
tinham acontecido"
Obviamente, se inclui tudo o que
havia ocorrido em relação a morte e sepultamento de Yeshua. Algo que foi feito
por último, consistiu no selamento da pedra que fechou o túmulo e o
estabelecimento da guarda que cuidou do sepulcro com severa vigilância, e
concluiu-se no dia seguinte de sua morte, que era quinta-feira (o selamento e a
vigilância), como o comprova a leitura dos seguintes versos:
"E no dia seguinte, que é
o dia seguinte depois da preparação, reuniram-se os príncipes e sacerdotes e os
fariseus em casa de Pilatos, dizendo: Senhor, lembramo-nos de que aquele
enganador, vivendo ainda, disse: Depois de três dias ressuscitarei. Manda, pois,
que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia, para que não
venham seus discípulos de noite e o furtem, e digam ao povo: Ressuscitou dos
mortos; e assim o último erro será pior do que o primeiro. E disse-lhes
Pilatos: Tendes a guarda, ide guardá-lo como entenderdes. E, indo eles
asseguraram o sepulcro com a guarda, selando a pedra. (Mateus 27:62-66)
Assim, o tempo a contar dos dias
posteriores, seria desde o dia em que a última coisa foi feita, relacionada com
a crucificação, e esta era a que acabamos de assinalar: o selo do túmulo e o
estabelecimento da guarda. Acontecimento ocorrido na quinta-feira.
De tal maneira que a sexta-feira
havia sido o primeiro dia depois: o sábado o segundo dia depois e o domingo o
terceiro dia depois de que "todas estas coisas aconteceram".
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