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TESHUVÁ PASSO A PASSO – COMEÇANDO A PURIFICAÇÃO (EP. 4)

 


COMEÇANDO A PURIFICAÇÃO

 

Você provavelmente só está lendo este artigo porque já se pegou pensando algumas vezes que existe algo de muito errado com mundo, com a incapacidade de se diferenciar quem está dentro das igrejas de quem está fora, e com as próprias pregações das igrejas.

 

Mas provavelmente admitir que você tem esse sentimento não foi nada fácil, e te custou caríssimo, pois ele veio acompanhado da seguinte dúvida: e agora, o que eu faço com tudo isso?

 

Você já deu o primeiro e o mais importante passo de todos: você teve a coragem de investigar a verdade. Você provavelmente conhece muitas pessoas que não teriam tanta coragem, seja pelo medo de descobrirem estar erradas, seja pela ameaça de um líder espiritual opressor, ou simplesmente pela vida comunitária.

 

E se você já deu esse passo, certamente a promessa bíblica irá se cumprir para você:

 

“e buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração.” 

(Jeremias 29.13)

 

Quando chorando à noite, deitados em nossa cama, em meio ao medo e ao desespero, levantamos nossa voz a ele e dizemos “pai, seja qual for a verdade, revela-a a mim, pois quero te seguir.” Tende bom ânimo! Porque é nesse momento que a jornada começa.

 

Nada mais lógico, portanto, que o primeiro passo já dentro da caminhada propriamente dita seja uma grande limpeza. Ou melhor, chamemos de purificação. Você está para começar um novo relacionamento, com o seu esposo definitivo: o Messias Prometido.

 

Deve, portanto, remover aquilo que diga respeito a outros deuses, para que possa a passar a se dedicar somente a Elohim.

 

A primeira pergunta que surge é: por que isso é importante?

 

Desde os tempos antigos, o sincretismo religioso sempre foi um problema para o povo de Israel, que era acusado disso constantemente nas Escrituras, como pode ser visto no texto a seguir:

 

"Temiam também a Adonai, e dentre o povo fizeram para si sacerdotes dos lugares altos, os quais exerciam o ministério nas casas dos lugares altos. Assim temiam a Adonai, mas também serviam a seus próprios deuses, segundo o costume das nações do meio das quais tinham sido transportados." (2 Reis 17.32,33)

 

Esse problema do sincretismo religioso também foi vivenciado pelos israelitas seguidores de Yeshua, pois o apóstolo Paulo assim escreve a comunidade de Corinto em duas ocasiões:

 

"Não podeis beber do cálice do nosso Adon (Senhor) e do cálice de demônios; não podeis participar da mesa do nosso Adon e da mesa de demônios." (1 Coríntios 10 21)

 

"Que harmonia há entre o Messias e belial ou que parte tem o crente com o incrédulo? E que consenso tem o santuário de Elohim com ídolos? Pois nós somos santuário do Elohim vivo, como Elohim disse: neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Elohim e eles serão o meu povo. Pelo que, saí vós do meio deles e separai-vos, diz Adonai e não toqueis coisa imunda, e eu vos receberei. (2 Coríntios 6:5-7)

 

Você pode perceber por essas passagens que o Eterno não ficava muito feliz com o povo quando este misturava elementos da sua adoração com elementos de religiões politeístas ou pagãs, não apenas pela idolatria, mas também porque ele abomina essas práticas e proibiu seus filhos de copiarem tais práticas religiosas:

 

"...Tenham o cuidado para não serem enganados e para não se interessarem pelos deuses delas, dizendo: 'como essas nações servem aos seus deuses? Faremos o mesmo.' não adorem a YHWH vosso Elohim, como fazem essas nações, porque, ao adorarem os seus deuses, elas fazem todo tipo de coisas repugnantes que YHWH odeia, como queimar seus filhos e filhas no fogo em sacrifício aos seus deuses." (Deuteronômio 12:30,31)

 

Os motivos são bem simples de entender: essas práticas eram abomináveis, arraigadas no misticismo e na superstição, e odiosas. Além disso, como Paulo explica a Corinto, o Eterno não deseja misturas. Não pode haver relação entre o santuário de Elohim, e o dos demônios, que são adorados e idolatrados em tais religiões.

 

O Messias, como nosso esposo, deseja que sejamos puros e exclusivamente dedicados a ele. Não muito diferente, é verdade, do que desejamos de nossos cônjuges quando nos dedicamos a eles no casamento.

 

Tendo ficado claro que o Eterno não se agrada de sincretismo religioso, partamos para o lado prático da questão: o que devo fazer?


Para remover coisas associadas à idolatria e ao passado, é preciso que você saiba identificá-las. Esse conhecimento te libertará, para que você possa purificar a sua vida para esse novo começo. Nesta série de estudos iremos abordar apenas superficialmente os elementos principais, só para embasamento. Mas é importante que você pesquise sobre esses temas, que leia com mais profundidade sobre cada um deles, para que possa tirar suas dúvidas.

 

Um importante fato a compreender é que o sincretismo religioso também é uma poderosa arma e que ao longo da história humana, foi empregada por governos para controle das massas. Por exemplo, o império romano e a sua famosa “pax romana”. Sobre isso, a Enciclopédia Católica afirma:

 

"...os romanos gradualmente receberam todas as religiões dos povos a quem subjugaram, de modo que Roma se tornou o 'templo de todo o mundo' "

 

A estratégia adotada era simples: não acabar com as religiões locais, mas sim incorporá-las à religião romana, de modo que Roma se tornasse o centro de todas as coisas, unificando todas as religiões.

 

Visão de Constantino: "Sob este signo vencerás"


Quando o imperador Constantino oficializou o cristianismo como religião do império, por motivos meramente políticos, apenas deu continuidade a filosofia do sincretismo, incorporando a religião cristã já despojada de sua origem judaica, ao bojo de religiões que compunham o império.

 

Nesse sentido, a primeira coisa que é necessária abandonar são justamente as festividades romanas, como o natal, o ano novo, e a “páscoa” romana, sendo os dois primeiros considerados ritos pagãos incorporados ao cristianismo como descreve o bispo Louis Laravoire Morrow:

 

“Na história da igreja, nós encontramos que ela frequentemente cristianizou festivais pagãos, fazendo uso das datas e cerimônias, e concedendo a eles um significado inteiramente novo e cristão.” [1]

 

Natal e Ano Novo


O natal e o ano novo têm suas origens nas celebrações de inverno, centradas no evento do solstício, e que dizem respeito à comemoração de deuses pagãos. Essas celebrações, como diz o bispo, foram “cristianizadas”:

 

“Mitra é uma luz, uma divindade solar de algum tipo, o dia 25 de dezembro era observado como seu aniversário, o natalis invicti, o renascimento do sol do inverno, inconquistável pelo rigor da estação.” [2]

 

“As nações cristãs não concordavam com a data do ano novo. Elas não se opunham ao primeiro de janeiro como princípio do ano, mas sim às extravagâncias pagãs que o acompanhavam.” [3]

 

Páscoa Cristã


Em relação a “páscoa” romana não é, ao contrário do que possa parecer, a celebração do evento bíblico com o mesmo nome, mas sim o sincretismo de uma festa pagã da primavera com a celebração bíblica, desde a forma de calcular a data, passando pelos costumes, e em algumas línguas o próprio nome da celebração, tudo sendo engendrado por Roma para sincretizar a celebração bíblica com a festa pagã:

 

"O fato de os festivais de primavera serem gerais entre os povos pagãos, sem dúvida, tem muita relação com a forma assumida pelo festival pascal nas igrejas cristãs. O termo inglês easter é de origem pagã" [4]

 

Mesmo assim, essa festa permanece sendo celebrada nas igrejas posteriores ao catolicismo na mesma data fixada pelo Vaticano, seguindo as mesmas tradições e desprezando os elementos bíblicos!

 

Como podemos perceber, essas celebrações devem ser totalmente desprezadas por aqueles que buscam um relacionamento verdadeiro com o Eterno, Elohim de Israel.

 

Aproveite e reveja sua vida com relação a outros elementos. Será que você tem em sua casa alguma escultura, imagem ou símbolo que desagrada ao Eterno, e que você ainda tem dito para si mesmo que “não tem nada demais”? Talvez tenha sido um presente de algum amigo ou parente. Faça como Josué e tome uma decisão definitiva:

 

“Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir a YHWH, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos a YHWH” (Josué 24.15)

 

Você provavelmente, a essa altura, já deve estar imaginando o custo que isso terá perante a sua família, se você tiver familiares religiosos que sigam tais elementos. Saiba que você não está sozinho. Todos nós sofremos muita perseguição ao abandonarmos esses elementos, porque é uma forma de servir ao Eterno que não se conforma com esse mundo.

 

Yeshua já sabia do alto preço de se dedicar a ele em meio a um mundo espiritualmente depravado e por isso nos disse:

 

“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14.26)

 

Lembre-se das palavras de Yeshua:

 

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” (Mateus 11.29)

 

Mas fica aqui um parêntesis importante: muita gente confunde ser firme em suas convicções com ser duro. Aliás, para ser sincero, eu diria que a maioria das pessoas já fez isso em algum momento.

 

Devemos tomar o jugo de Yeshua, mas existe outro elemento importante: aprender a ser manso e humilde. Ao lidar com a sua família, procure ser manso, humilde, não responda a provocações, procure discutir alternativas e estratégias, sem renunciar a suas convicções. Mostre a eles que seu amor por eles não mudou pelo fato de você agora ser um seguidor de Yeshua. Mesmo assim, esteja ciente de que você pagará um preço por servir ao Messias.

 

Francisco Adriano Germano

Compilação de diversas fontes

 

 

Notas

 

[1] My catholic faith: A Manual of Religion, pg. 416

[2] Catholic encyclopedia, Mithraism

[3] Catholic encyclopedia, New year's day

[4] Albert Henry Newman, A Manual of Church History, pg. 299

Comentários

  1. Parabéns irmão Adriano pelo excelente trabalho que maravilhoso poder aprender q teshuva não é mais uma religião,e sim um mofo de vida a qual devemos abandonar as praticas das Nações a nossa volta é realmente seguir ao Eterno por meio do Messias YESHUA, como nosso único Senhor a quem devemos nos dedicar totalmente.
    hallelluy'ah 🙏🙌👏👏

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