PASSO 1 - RETORNANDO ÀS VEREDAS ANTIGAS
PARTE I - A CONSPIRAÇÃO DE INÁCIO
INTRODUÇÃO
Teshuvá é
uma palavra hebraica que significa “retorno” e esta série ensinará justamente
isso: como retornar aos caminhos do Criador, às suas veredas antigas, de forma sólida,
clara e consistente. Esta é uma série para pessoas que já conhecem a Bíblia e querem
vivê-la plenamente.
Existem
dois argumentos comuns para aqueles que se deparam com o movimento da Teshuvá,
isto é, de retornar para a observância da Torá e do abandonar das práticas
pagãs, que é o argumento histórico e o argumento da quantidade.
Alegam que
"o cristianismo existe há dois mil anos" e que, portanto, suas
práticas não podem estar equivocadas. Outros alegam que "a maioria das
igrejas faz de certa forma" e que, novamente, é difícil supor que
tanta gente esteja equivocada.
Embora
esses não sejam exatamente argumentos bíblicos, não podemos desprezar a
importância psicológica e emocional deles. Pois muitos ainda temem questionar a
sua fé em virtude desses elementos.
A
CONSPIRAÇÃO
Hegésipo,
historiador crente em Yeshua (180 d.C.), escreveu o que ocorreu imediatamente
após a morte de Simeão, o qual havia sucedido a Tiago, o Justo, na liderança da
comunidade dos seguidores do Messias, e que morreu no ano de 98 d.C.:
“...
Efetivamente, até aquela data a comunidade permanecia virgem, pura e
incorrupta, como se até esse momento os que se propunham corromper a sã regra
da pregação do salvador, se é que existiam, ocultavam-se em escuras trevas. Mas
quando o coro sagrado dos apóstolos alcançou de diferentes maneiras o final da
vida e desapareceu aquela geração dos que foram dignos de escutar com seus
próprios ouvidos a divina sabedoria, então teve início a confabulação do erro
ímpio por meio do engano de mestres de falsa doutrina, os quais, não restando
nenhum apóstolo, daí em diante já a descoberto, tentaram opor à pregação da
verdade a pregação da falsamente chamada gnosis.” [1]
Hoje, muitos
se enganam em pensar que Constantino foi o principal responsável pela corrupção
e gentilização do Caminho. Apesar de Constantino ter certamente acrescentado e
consolidado a apostasia chamada Cristianismo, ele não a iniciou.
Quem na realidade iniciou foi Inácio de Antioquia, que se rebelando contra o Concílio dos Apóstolos em Jerusalém:
- Usurpou a autoridade apostólica;
- Desligou-se do Judaísmo praticado pela comunidade de crentes em Yeshua;
- Declarou que a Torá havia sido abolida;
- Substituiu o sábado (shabat) pela adoração do domingo;
- Renomeou a comunidade dos crentes em Yeshua, conhecida com O Caminho (At. 24.14), estabelecendo-a como uma nova religião, não-judaica, a qual ele chamou de "Cristianismo".
O apóstolo
Paulo avisou aos efésios em sua última visita a eles:
“Cuidai, pois, de suas almas e de todo o
rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu supervisores, para
apascentardes a igreja de Elohim, que ele adquiriu com seu próprio sangue. Eu
sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não
terão pena do rebanho, e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando
coisas perversas para desviar os discípulos, para que os sigam.” (At. 20.28 -
30)
Paulo
indica que após sua morte homens inescrupulosos se levantariam dentre os
supervisores, ou seja, os bispos e levariam os discípulos a se afastarem da Torá.
Paulo morreu aproximadamente em 66 d.C., e o primeiro supervisor de Antioquia a
assumir o cargo após a sua morte foi Inácio, em 68 d.C.
Inácio
cumpriu com precisão as palavras de Paulo. Depois de tomar o cargo de bispo de Antioquia,
Inácio enviou uma série de epístolas para outras congregações. As suas cartas
aos efésios, magnésios, trálios, romanos, filadelfenos, e esmirneus, bem como
sua carta pessoal a policarpo, todas sobreviveram até hoje.
Até ao
tempo de Inácio, qualquer disputa que surgisse no seio da comunidade sobre
doutrina e costumes era levada ao Concílio de Jerusalém (At. 14.26; 15.2). Porém,
Inácio usurpou a autoridade desse Concílio, declarando a si mesmo, um bispo
local, como autoridade final sobre a assembleia que o havia feito bispo, e
semelhantemente declarando isto ser verdade acerca de todos os outros bispos e
suas assembleias locais. Sobre isso assim escreveu Inácio:
"...Sujeitando-se ao seu bispo andem
juntos conforme a vontade de Deus. Jesus é enviado pela vontade do Pai;
assim como os bispos são [enviados] pela vontade de Jesus Cristo." (Carta
de Inácio aos efésios 1:9,11)
"Seu
bispo... penso que felizes são vocês que se unem a ele, assim como a igreja o é
a Jesus Cristo e Jesus Cristo o é ao Pai. Vamos, portanto, cuidar para que
não nos coloquemos contra o bispo, para que nos sujeitemos a Deus. Devemos olhar
para o bispo tal como olharíamos para o próprio Senhor." (Carta de Inácio
aos efésios 2:1-4)
"Obedeça
ao seu bispo." (Carta de Inácio aos magnésios 1.7)
"Seu
bispo está presidindo no lugar de Deus. Unam-se ao seu bispo." (Carta
de Inácio aos magnésios 2:5,7)
"Aquele
que faz qualquer coisa sem o bispo não é puro em sua consciência." (Carta
de Inácio aos trálios 2 5)
"...não
faça nada sem o bispo." (Carta de Inácio aos filadelfenos 2.14)
"Cuidem
para que vocês sigam o seu bispo, assim como Jesus Cristo ao Pai." (Carta
de Inácio aos esmirneus 3.1)
Ao exaltar
o poder do bispo e exigir absoluta obediência da comunidade local, Inácio
estava na realidade fazendo uma jogada para obter o poder, tomando a autoridade
do Concílio dos Apóstolos em Jerusalém e encorajando outros supervisores (bispos)
não-judeus a fazerem o mesmo.
Além
disso, Inácio declarou que a Torá havia sido abolida, não somente em Antioquia,
mas em todas as assembleias de não-judeus para as quais escreveu:
"Não
sejam enganados por doutrinas estranhas; nem por fábulas antigas sem valor. Pois
se continuarmos a viver conforme a lei judaica, estamos confessando que não
recebemos a graça." (Carta de Inácio aos magnésios 3.1)
"...mas
se alguém pregar a lei judaica a vocês, não lhe deem ouvidos." (Carta
de Inácio aos filadelfenos 2.6)
Foi Inácio
quem primeiro substituiu o sábado pela adoração dominical, quando escreveu:
"...não
mais observem os sábados, mas observem o dia do Senhor, no qual também a
nossa vida floresce nele, através da sua morte." (Carta de Inácio aos
magnésios 3.3)
Ao usurpar
a autoridade do Concílio dos Apóstolos em Jerusalém, de ter declarado a Torá
abolida, e de ter substituído o sábado pelo domingo, Inácio deu o primeiro
passo para criar uma religião separada do Judaísmo de Yeshua. Inácio então
cunha um novo termo, nunca utilizado para essa nova religião que ele chama de
"Cristianismo", a qual ele mesmo deixa claro que é distinta do Judaísmo:
“Vamos,
portanto, aprender a viver conforme as regras do cristianismo, pois quem
quer que seja chamado por qualquer outro nome além desse, esse não é de Deus...
É absurdo nomear Jesus Cristo e judaizar. Pois a religião cristã não abraçou a
judaica. Mas a judaica [abraçou] a cristã..." (carta de Inácio aos
magnésios 3:8,11)
Após a
morte dos apóstolos e o início da dispersão (diáspora) judaica por todo o
império romano, bispos como Inácio passaram a reinterpretar as cartas paulinas
para justificar sua doutrina de repúdio a tudo o que o tivesse conexão com Jerusalém.
Ao final
do primeiro século, Inácio de Antioquia havia cumprido o alerta de Paulo. Ele não
só abandonou o judaísmo praticado por Yeshua e seus apóstolos, como fundou uma
nova religião a qual chamou de "Cristianismo", uma religião que
rejeitou a Torá e substituiu o sábado pela adoração dominical.
A seguir
um resumo dos principais ensinamentos antibíblicos de Inácio de Antioquia:
1) Concentração
do poder nas mãos de um só homem, o que posteriormente veio a abalizar o poder
do papa.
2) Decretação de que a Torá (“Lei”) do ETERNO foi abolida. Em verdade, o ETERNO
não faz acepção de pessoas, donde se conclui que a Torá se aplica integralmente
aos judeus e aos gentios (Ex 20:8-11; Ex 12:49; Nm 9:14, 15:15-16; Lv 16:29,
24:22; Rm 11 e Ef 2).
3) Substituição
ilegal do shabat (sábado) pelo domingo.
4) Criação
de uma religião, o cristianismo, no lugar do judaísmo ensinado por Yeshua e
vivenciado por seus discípulos.
Continua na Parte II
Francisco Adriano Germano
Compilação de diversas fontes
Notas
[1] Hegésipo, o Nazareno, citado por Eusébio de Cesárea, História Eclesiástica, livro iii, capítulo xxxii
TESHUVÁ JÁ EM NOME DE YESHUA O MESSIAS .
ResponderExcluirHalleluYAH! Completo estudo, CONGRATULAÇÕES
ResponderExcluirShalom, todah rabah! Que o ETERNO te abençoe!
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