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TESHUVÁ PASSO A PASSO – APRENDENDO A LER AS ESCRITURAS (EP. 6)


 

APRENDENDO A LER AS ESCRITURAS

 

Assim como um agricultor limpa o terreno antes de semear a nova safra, ou como um construtor limpa a área antes de iniciar a obra, assim também é fundamental que esses primeiros passos sejam de uma verdadeira higienização espiritual, para que se possa construir em um terreno limpo.

 

Agora que você já se purificou de algumas coisas importantes, vamos começar com um processo que é fundamental: o de desintoxicação do sistema religioso.

 

Se você chegou até aqui, já deu passos importantíssimos no sentido de deixar um sistema religioso construído por homens para, de fato, chegar à vontade do ETERNO. Porém, é natural que você tenha uma forma de pensar e de agir que, por força de hábito, ainda esteja associada a práticas antigas.

 

Este passo é bastante simples, porém, de fundamental importância: você precisa aprender a ler a Bíblia. O que quero dizer com isso é que a forma de ler as Escrituras está contaminada pelo sistema religioso, e que é preciso prestar muita atenção para o que se deve fazer com isso.

 

A primeira coisa que precisamos observar é o tamanho da Bíblia. Se fosse diagramada como um livro de romance de tamanho médio, ela teria mais de 3 mil páginas! Para efeito de comparação, um romance de tamanho médio teria entre 150 e 200 páginas. Ou seja, a Bíblia poderia facilmente ser equiparada a uma coleção de uns 20 romances!

 


Isso é importante para compreender o seguinte: estatisticamente, considerando o tamanho da Bíblia, é possível justificar quase que qualquer coisa isolando uma determinada parte das Escrituras.

 

Há uma antiga piada que diz que o primeiro teólogo das Escrituras foi Satan, quando afirmou:

 

“e disse-lhe: se tu és o Filho de Elohim, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.” (Mateus 4:6)

 

A graça da piada está justamente na semelhança entre o que Satan fez, e a passagem referenciada. Observe que Satan usa o texto de salmos 91:11 para provar aquilo que ele queria: que Yeshua deveria se jogar de um lugar alto.

 

Evidentemente que isso é uma distorção do que a passagem quer dizer. Peço agora a você que leia o salmo 91 por inteiro para captar a mensagem do salmo. Com essa leitura você perceberá que o salmo 91 é um salmo que fala da segurança que tem aquele que confia no ETERNO. Quando se lê o versículo citado por Satan no seu contexto original, a ideia fica muito clara.

 

Qual era a ideia de Satan? Basicamente era essa: se Yeshua era o Filho de Elohim, então ele poderia pôr à prova o versículo de que os anjos iriam impedi-lo de cair.

 

Como Satan construiu esse conceito? Ele adotou a seguinte estratégia:

 

  • Partiu de uma ideia pré-concebida: a de que um servo do ETERNO poderia se arriscar e seria protegido mesmo assim. É claro que ele, Satan, sabia que isso não era verdade. Mas seria essa a ideia por ele defendida perante Yeshua.

 

  • Encontrou uma frase na Bíblia que poderia dar respaldo para essa ideia.

 

  • Isolou a frase do seu contexto.

 

  • Removeu a ideia da frase dentro daquele contexto, e inseriu a sua ideia pré-concebida.

 

  • Com isso conseguiu “provar biblicamente” a sua ideia.

 

O ETERNO poderia ter inspirado os escritores das boas novas a apenas narrarem o episódio assim: Yeshua foi tentado por Satan, e resistiu à sua tentação. Mas acredito que um dos objetivos de detalhar essa tentação de Yeshua foi justamente o de demonstrar como pode nascer um conceito teológico absurdo e sustentado nas escrituras.

 

Vamos juntos vermos como é possível nos defendermos disso. Para isso, contarei uma história que, apesar de fictícia, poderia muito bem ser verdadeira:

 

Carlos é um novo convertido, que começa a frequentar uma comunidade religiosa que crê na Bíblia. Ele gosta muito das pessoas. Todas são muito simpáticas com ele. Afinal, existe o desejo de que Carlos lá permaneça. Ele assiste aos cultos, recebe as orações, e está feliz por ter encontrado o que para ele é uma “segunda família.” Quando começou a assistir aos cultos, Carlos recebeu um pequeno folheto intitulado “nisto cremos”, e com uma série de afirmações seguidas de várias referências de versículos bíblicos. Carlos ficou feliz que a comunidade que ele estava seguindo verdadeiramente era baseada na bíblia. Carlos também frequenta aulas de estudo bíblico para iniciantes. Nessas aulas, sempre existe um tema. Carlos pergunta: “o que é necessário para ser salvo?” O professor da aula afirma: “nós cremos que o elemento xyz é condição de salvação. Vamos ver por que na Bíblia.” Depois disso, o professor cita uma série de versículos que contribuem para pontuar as suas crenças. Depois de se tornar oficialmente membro daquela denominação, Carlos começa a se deparar com temas mais complexos. Após os cultos, ele sempre procura o pastor e pergunta: “pastor, o que nós cremos a respeito disso?” Ao que o pastor, pacientemente, lhe responde segundo a visão daquela denominação.

 

Sem estar ciente disso, Carlos já cometeu o maior erro que poderia cometer e se deixou cair numa armadilha que, talvez com a melhor das boas intenções, aquela comunidade religiosa armou para ele.

 

Como acontece com a maioria dos iniciantes, Carlos não aprendeu a ler a Bíblia, e sim a encontrar na Bíblia as justificativas para as crenças daquela denominação.

 

Sem perceber, a denominação de Carlos repete o mesmo processo utilizado por Satan: parte de uma ideia pré-concebida e tenta justificá-la na Bíblia. É claro que, diferentemente de Satan, a denominação em questão não está mal-intencionada. Mesmo assim, erra por não ler a Bíblia adequadamente.

 

A primeira forma de evitar isso é entender uma coisa muito simples: a Bíblia é um todo. Esse todo não deve ser lido ou estudado isoladamente.

 


Citarei aqui mais um exemplo:

 

Quantas vezes você já ouviu falar do jejum como “arma” para se fortalecer espiritualmente para a batalha? Ou do uso do jejum como uma espécie de moeda de troca para conseguir do ETERNO alguma graça ou bênção?

 

“e disse-lhes: esta casta não pode sair com coisa alguma, a não ser com oração e jejum” 

(Marcos 9:29)

 

“vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susan, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas servas também assim jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda que não seja segundo a lei; e se perecer, pereci.” 

(Ester 4:16)

 

As pessoas que, de forma bem-intencionada, citam essas duas passagens caem num erro bastante comum: o de construir doutrina sobre passagens desconexas.

 

Se tivessem pesquisado toda a Bíblia para entenderem o que é o jejum, perceberiam que o jejum é uma expressão de arrependimento. Perceberiam também que frequentemente os israelitas compreendiam que a aflição era fruto de uma brecha dada ao inimigo, seja ele físico ou espiritual, por causa do pecado.

 

O jejum, portanto, não seria uma “arma” para batalha espiritual, nem fortaleceria o espírito. Não existe nada na bíblia que afirme isso, e quando se lê sobre o jejum na Bíblia inteira, fica claro que a prática é de arrependimento.

 

Aí podemos, com base nisso, entender que se aquele demônio não saía sem jejum, isso significa que havia necessidade para arrependimento. Podemos também entender que se uma pessoa pedia algo ao ETERNO e jejuava, era porque nesse pedido estava implícito um pedido de perdão.

 

Carlos por muitas vezes se questiona por que o ETERNO não se agrada dos jejuns que ele faz para poder conseguir um emprego melhor, ou para que aquele parente “ímpio” se converta. Na raiz de tudo isso está uma total falta de compreensão do jejum, motivada por nunca ter buscado as Escrituras como um todo.

 

Preciso te dar uma notícia importante: não há como crescer na fé, sem ter um bom hábito de leitura. Portanto, se você for uma pessoa pouco acostumada a isso, é melhor desenvolver esse hábito, porque é fundamental que seja capaz de ler a Bíblia como um todo.

 

Hoje em dia a era da informação também coloca à nossa disposição recursos importantes, como concordâncias e chaves bíblicas, que podem ser muito úteis. No caso do jejum, por exemplo, poderiam ajudar a encontrar na Bíblia as passagens onde a prática do jejum aparece, o que seria importante para apontar a direção correta.

 


Gaste algum tempo para encontrar sites e/ou testar ferramentas de concordâncias e de chaves bíblicas de sua preferência, para te auxiliar nesse tipo de estudo. Acostume-se a procurar na Bíblia como um todo, para poder compreender qualquer assunto.

 

Outra coisa importante a compreender é que a Bíblia originalmente não continha uma série de recursos que hoje é quase onipresente em todas elas. Algumas são fáceis de se compreender: títulos de capítulos, notas de rodapé e comentários não fazem parte do texto inspirado.

 

Pode parecer surpreendente para alguns, mas muita gente se equivoca por não entender que os títulos de capítulos e porções de texto, como comentários e notas de rodapé, foram acrescidos pelos editores para, supostamente, facilitarem a leitura. Digo supostamente por que muitas vezes eles também servem para induzir o leitor a interpretar a Bíblia segundo a teologia do grupo que a editou, o que certamente deve ser razão de cuidado para todo aquele que as lê.

 

Vale à pena ter acesso a muitas traduções bíblicas, para ajudar no estudo. Mas tenha sempre em mente que, ao ler um comentário, um título ou uma nota de rodapé, você está lendo a opinião do autor ou do tradutor, e não um texto inspirado pelo ETERNO.

 


Outra coisa que foi acrescida à Bíblia, na idade média, foi a divisão em capítulos e versículos. A divisão de capítulos foi realizada pelo Arcebispo de Canterbury, Stephen Langton, no Século XIII.

 

O problema dessa divisão é que muitas vezes ela acaba artificialmente dividindo um assunto no meio. Pouca gente percebe que essa divisão não foi criada pelos escritores do texto, e que muitas vezes partes de uma mesma ideia são divididas em capítulos diferentes!

 

Observe o texto abaixo, da carta de Sha’ul (Paulo), aos colossenses:

 

“vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Elohim. E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque ao Mashiach, o Senhor, servis. Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer; pois não há acepção de pessoas. Vós, senhores, fazei o que for de justiça e equidade a vossos servos, sabendo que também tendes um Senhor nos céus. (Colossenses 3:22-4:1)

 

O que está em amarelo pertence ao capítulo 3, enquanto o que está em verde pertence ao capítulo 4. Observe como é ridícula a divisão de capítulos neste caso, separando o que é claramente uma continuação do texto original!

 

Se você ler os capítulos 3 e 4 de colossenses em detalhe - e o encorajo a fazer isso antes de prosseguir - perceberá ainda melhor como isso pode ser ruim. E esse não é o único exemplo.

 

Outro elemento que não é original é a separação do texto em versículos. No caso da Tanach, o chamado “antigo testamento”, a divisão surgiu entre os séculos VII e XI, com o advento dos massoretas. Quanto à Brit Chadashá, o chamado “novo testamento”, sua divisão surgiu no século XVI.

 

Esse também é um acréscimo que, embora possa ajudar no encontro das referências bíblicas, é desastroso no que diz respeito ao estudo da mensagem bíblica. Mais uma vez, existem cortes que fazem uma diferença monstruosa.

 

Entenda que não sou totalmente contra o uso de capítulos e versículos para referência. Eles até são muito úteis para localização do texto. Para que se saiba utilizá-los adequadamente, é preciso estar consciente de suas limitações.

 

Outra coisa fundamental que se deve evitar ao máximo é a parcialidade ao pesquisar um tema bíblico. Em outras palavras, temos que tomar cuidado para não lermos na Bíblia exatamente aquilo que queremos.

 

É muito mais confortável ler na Bíblia coisas que venham a favorecer aquilo que eu já creio ou faço, do que admitir a possibilidade de mudar.

 

É impossível se livrar da nossa tendência à parcialidade. Porque o ser humano é parcial. Porém, podemos adotar duas estratégias. A primeira delas é reconhecermos diante do ETERNO a nossa parcialidade, orarmos pedindo que ele revele a sua vontade, e estarmos atentos para que não sejamos contaminados pela parcialidade em nossa pesquisa.

 

A segunda é nos cercarmos de semelhantes, isto é, de pessoas igualmente de boa fé e dispostas a investigarem a Bíblia como um todo, para que possamos estudar, debater, e juntos chegarmos a uma conclusão.

 


Outra coisa a tomar cuidado é compreender que a Bíblia não começa em Mateus. Esse é um erro comum, fruto do antissemitismo romano que imperou no meio cristão por muitos séculos.

 

Observe a passagem abaixo:

 

“e logo os irmãos enviaram de noite Sha’ul e Silas a Beréia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus. Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim. De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas da classe nobre, e não poucos homens.” (Atos 17:10-12)

 

Muito se comenta sobre a nobreza dos bereanos ao não acreditarem naquilo que ouviam sem antes verificar suas bases nas escrituras. E, de fato, isso é louvável. Deve-se questionar sempre e constantemente a procedência de qualquer ensinamento a partir das Escrituras. Mas uma coisa poucos comentam: que Escrituras eram essas que existiam em Beréia?

 

Certamente não era a B’rit Chadashá, o chamado “novo testamento”, visto que esse ainda estava em processo de ser escrito. Portanto, estamos falando aqui da Tanach, isto é, do chamado “antigo testamento”!

 

Hoje em dia, todavia, poucos são os que se comportam como os de Beréia, buscando as origens da doutrina e da prática bíblica no princípio das Escrituras, percorrendo-a como um todo. A maioria busca fundamentar suas práticas, teorias e ideias a partir unicamente da B’rit Chadashá.

 

O último ponto que gostaria de frisar é também o mais simples, porém dos mais importantes: a questão do contexto.

 

A Bíblia foi escrita dentro de um contexto, e esse contexto precisa ser pensado e levado em conta quando a lemos. Por exemplo, para que se aprenda as práticas da Torá, é preciso ter em mente que o povo era composto de homens simples, a maioria agricultores ou pastores de rebanho, que mal sabiam ler. Via de regra, se uma interpretação é complexa demais, provavelmente não está correta.

 

Kefa (Pedro), um homem que viveu com o próprio Yeshua, autor de dois livros bíblicos, e um dos principais emissários, revelou que era difícil compreender Sha’ul (Paulo). E ele tinha acesso ao contexto de Sha’ul.

 

Faça de um dos seus objetivos conhecer o contexto de todos os textos das Escrituras. Pesquise fontes históricas, leia materiais da mesma época, e entenda principalmente uma coisa fundamental: o ETERNO não é autor de confusão. Ele não pode ter dado uma ordem, e depois afirmar sua irrelevância. Ele não pode ter dado instruções, e depois dizer que quem as segue está condenado. Ele não pode ter dado uma revelação, para depois desprezá-la.

 

Provavelmente ao dar esse passo, você poderá ter também dificuldade de aceitar ou de assimilar práticas e crenças de pessoas próximas. Não se desespere!

 

Tente fazer desse aprendizado uma oportunidade para trazer mais pessoas para viverem uma fé imaculada. Se as pessoas forem capazes de observar em você a seriedade de uma pessoa compromissada com descobrir as verdades da palavra, e em deixar a palavra falar ao invés de já vir para a Bíblia com ideias pré-concebidas, você terá a chance de trazê-las mais para perto de Yeshua.

 

 

Francisco Adriano Germano

Compilação de diversas fontes

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