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TESHUVÁ PASSO A PASSO – DEIXANDO O VÍCIO PELO OCULTO (EP. 7)

 


PARTE I - PROFECIAS

 

Primeiramente, permita-me cumprimentá-lo por ter chegado até aqui. Se você já se encontra neste passo, é porque está verdadeiramente se comprometendo a alinhar a sua vida às Escrituras. Você provavelmente, a essa altura, deve já ter percebido a feroz oposição que o mundo faz quando começamos a corrigir nossa vida. Fique firme, e não desista jamais, porque o que fazemos é por amor a Yeshua.

 

Você já deve ter percebido também, que na vida cotidiana as pessoas frequentemente apresentam vícios. Alguns vícios são muito evidentes e combatidos veementemente, como por exemplo o vício em álcool, cigarro ou de algum entorpecente.

 

Mas nem todo vício é uma dependência química. Alguns vícios são psicológicos, outros são vícios de comportamento. O vício geralmente é um hábito escravizador, difícil de se libertar mesmo quando traz consequências nocivas.

 

Quase todos os profissionais que trabalham com a recuperação de viciados, apontam para um primeiro elemento como sendo a etapa mais importante na caminhada em direção à cura: o admitir o problema.

 

Imagine o seguinte cenário: duas congregações (A e B) religiosas são vizinhas, uma em frente à outra. Agora imagine que as duas irão fazer uma sequência de palestras numa mesma data, e num mesmo horário. A congregação A coloca uma faixa dizendo o seguinte sobre sua palestra: “Vivendo com Yeshua no seu cotidiano.” Já a congregação B coloca uma faixa dizendo: “Desvendendo as profecias do Apocalipse.” Vamos supor que 100 pessoas passem por aquele local e tenham disponibilidade de assistir a um dos dois eventos. Qual a proporção de pessoas que você acha que assistirá à primeira palestra? E à segunda?

 


A resposta é simples: caminhar com Yeshua no cotidiano é infinitamente mais importante do que saber o que irá acontecer nos tempos finais. Seria esperado que uns 80 a 90% das pessoas se dirigisse à primeira palestra. No entanto, não é isso o que costuma acontecer. Provavelmente a frequência será o inverso.

 

Essa inversão dos valores ocorre exatamente porque vivemos em um mundo onde as pessoas estão viciadas pelo oculto. O oculto é algo que fascina, promete falso poder e espiritualidade, arrebanhando multidões. E essas pessoas chegam à fé bíblica tendo a mesma expectativa.

 

Logo de início a Torá - a revelação dada pelo ETERNO a Moshé (Moisés), já nos diz o seguinte:


As coisas encobertas pertencem a YHWH nosso Elohim, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta Torá. (Deuteronômio 29:29)

 

Você pode, inclusive, perceber pelo contexto do capítulo que o ato de buscar coisas encobertas está diretamente ligado à idolatria. Porque este é exatamente o que motiva o ser humano a buscar outros “poderes”.

 

Pela Torá, deveríamos cuidar daquilo que nos é revelado e isso deveria ter uma relevância prática para o nosso dia a dia. Mas o viciado pelo oculto acaba trocando essa mudança de vida, de caráter, que na maioria das vezes requer esforço, trabalho, aprendizagem, por um conhecimento supostamente mais “profundo”, mas que na realidade é completamente inútil e vazio.

 

O primeiro hábito do viciado pelo oculto que devemos aqui abordar e confrontar com as Escrituras é o vício pela profecia.

 

Na obra “encyclopedia of biblical prophecy”, o teólogo J. Barton Payne lista 1.239 profecias na Tanach (o chamado “antigo testamento”) e 578 profecias da B’rit Chadashá (o chamado “novo testamento”). Ou seja, ele lista um total de 1.817 profecias em toda as Escrituras Sagradas.

 

Agora, imagine que uma denominação que diga ter o “dom de profecia” faça, em média, 6 cultos por semana: três por fim de semana, e três durante a semana. Suponha que nesses cultos tenhamos em média três profecias sendo proferidas. Possivelmente teremos muito mais do que isso, mas fiquemos com esses números apenas para ilustração. Considerando que um ano tem em média 52 semanas, isso significa quem em menos de dois anos, aquela denominação terá proferido mais profecias do que a Bíblia inteira!

 

Vale lembrar que a Bíblia foi escrita num intervalo de aproximadamente 1.500 anos, e aborda um período de história ainda mais longo do que isso. É claro que nem toda profecia desse período foi registrada, mas as principais certamente o foram. E isso nos dá uma ideia de ordem de grandeza. Não é preciso ser nenhum perito em matemática para perceber que essas estatísticas apontam para um problema grave, não é mesmo?

 

Toda a profecia bíblica tem relação com o reino do ETERNO, suas promessas e seu cumprimento. Não existe na Bíblia profecia destinada única e exclusivamente a um indivíduo. Mesmo as profecias dadas aos patriarcas ou aos reis de Israel eram extensíveis ao povo.

 

Observe também o padrão das profecias do ETERNO: elas servem para exortar ou para consolar. Exortar o povo quando está andando em caminhos errados e deve retornar para Ele ou para consolar o povo, que está cativo das consequências de seu pecado, prometendo a redenção. Em momento algum as Escrituras apontam para a existência de profecia prometendo marido ou indicando qual decisão a pessoa precisa tomar na vida. Existem profecias sobre o chamado da pessoa ao reino, porém todas elas têm, como a própria Bíblia indica, impacto sobre o reino.

 

Vale ressaltar aqui, neste ponto, a diferença entre profecia e resposta de oração. Por exemplo, um casal que ore para ter um filho pode ser ouvido pelo ETERNO e ser abençoado nesse aspecto. Porém, só se vê profecia bíblica relativa a nascimento quando é algo que envolve o reino, em situações bem específicas

 

É importante também compreender como o ETERNO se comunica. E existe uma informação bastante pertinente sobre isso na Bíblia:

 

E disse: ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, YHWH, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele. Não é assim com o meu servo Moshé que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois ele vê a semelhança de YHWH; por que, pois, não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moshé? (Números 12:6-8)

 

Observe que era apenas em ocasiões muito especiais que o ETERNO falava com alguém diretamente. Na Bíblia, somente com Moshé (Moisés) e Yeshua o ETERNO falou dessa forma, o que praticamente invalida a ideia do “eu o senhor vos falo” que muito é dito por algumas denominações cristãs mundo afora.

 

A razão para isso é muito simples: se o ETERNO assim agisse, seria impossível diferenciar o "eu o senhor vos falo" de um transtorno mental, como uma esquizofrenia, por exemplo, ou mesmo da fala de um demônio! E o ETERNO é muito claro e objetivo na sua maneira de agir.

 

Na passagem acima do livro de Bamidbar (Números) aprendemos como o ETERNO se comunica em profecia, através de sonhos ou de visões. Muitas vezes, esses sonhos e visões não são nem mesmo compreendidos na hora, mas servem para preparar a pessoa para um evento que virá. Veja o exemplo de Pedro, que teve uma visão, mas somente quando chegou à casa de Cornélio foi capaz de entendê-la plenamente!

 

Às vezes, o profeta não é aquele a quem o sonho se dirige, mas aquele que é capaz de interpretar a mensagem de Elohim no sonho. Para exemplos, veja a história de Yossef (José) e de Dani'el, respectivamente em Gn. 40:1-41:37 e Dn. 2:1-45.

 

No hebraico, o termo "navi", que é traduzido como "profeta" tem um significado muito diferente do que a maioria das pessoas imagina. Quando se fala em "profeta", a maioria das pessoas pensa numa espécie de dom de adivinhação ou premonição.



Contudo, o termo "navi" significa literalmente "orador" ou "porta-voz", isto é, aquele que fala por alguém. Na passagem a seguir, por exemplo, isso fica bem claro:

 

E aconteceu que naquele dia, quando YHWH falou a Moshé na terra do Egito. Falou YHWH a Moshé, dizendo: eu sou YHWH; fala a Faraó, rei do Egito, tudo quanto eu te digo. Então disse Moshé perante YHWH: eis que eu sou incircunciso de lábios; como, pois, faraó me ouvirá? Então disse YHWH a Moshé: eis que te tenho posto por deus sobre Faraó, e Aharon (Aarão), teu irmão, será o teu profeta. Tu falarás tudo o que eu te mandar; e Aharon, teu irmão, falará a Faraó, que deixe ir os filhos de Israel da sua terra. (Êxodo 6:28-7:2)

 

O profeta não tinha por função apenas fazer previsões. Pelo contrário, a principal função do profeta era exortar para que o povo pudesse andar nos caminhos do ETERNO. E, muitas vezes, sua função era a de julgar segundo a palavra.

 

Vamos observar uma famosa profetiza da Bíblia, na descrição de sua função:

 

E Devorah (Débora), mulher profetisa, mulher de Lapidot, julgava a Israel naquele tempo. Ela assentava-se debaixo das palmeiras de Devorah, entre Ramá e Beit-El, nas montanhas de Efrayim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo. (Juízes 4:4-5)

 

Observe que a principal característica da nevuá (profecia) não era adivinhar o futuro, mas sim afirmar ao povo a fidelidade do ETERNO, confortando-os e os chamando para se arrepender dos seus pecados e retornar aos caminhos de Adonai.

 

A função da profecia, portanto, não é revelar o futuro e sim exortar e confortar. Exortar, indicando aquilo que ocorrerá àqueles que se levantarem contra a palavra do ETERNO. Exortar no sentido de, como ocorrido com Yonah (Jonas) em Nínive, fazer com que as pessoas retornem aos caminhos de Elohim.

 

Não é difícil saber o que está reservado para o futuro: os iníquos serão destruídos; os justos serão recompensados; os arrependidos serão remidos; Israel será resgatado; e os inimigos de YHWH serão vencidos. Essa é a parte fácil. Justamente porque nevuá (profecia) não é adivinhação!

 

A parte difícil é justamente ser um navi, isto é, ser um porta-voz dessas palavras. É ser alguém capaz de exortar (cuidado, contudo, para fazê-lo em amor). Porque para anunciar a palavra, precisamos da Ruach HaKodesh, isto é, do espírito de santidade do ETERNO.

 


O que é preciso fazer é apenas separar o conceito de profeta do conceito de adivinhador! A profecia é uma palavra que tem um objetivo específico, voltado para o reino. E a profecia pode ou não conter uma revelação sobre algo vindouro. E na maioria das profecias da Bíblia não existe nada de novo, no sentido da revelação. Pois as punições e bênçãos por eles proferidos já havia há muito sido declaradas!

 

Todos podemos profetizar. Profetizar não é balbuciar, com forte emoção, meia dúzia de chavões bíblicos fora de contexto enquanto se impõe as mãos sobre a cabeça de alguém. Esse tipo de prática é, na melhor das hipóteses, um acesso de descontrole emocional recheado de uma ilusão de espiritualidade.

 

Profetizar também não é falar com aquela voz profunda, rouca, quase que de locutor, determinada e passional, como muitos religiosos têm. Aliás, a voz muitas vezes é a razão pela qual as pessoas dão crédito a tais figuras. Não nos esqueçamos de que Moshé (Moisés), afirmado pela Bíblia como um dos maiores profetas, tinha problemas na fala, possivelmente sendo gago ou tendo a língua presa. E hoje em dia, se um religioso for gago ou tiver a língua presa, provavelmente terá pouco crédito como "adivinhador celestial".

 

Liberte-se de tudo isso! Deixe de lado o vício da adivinhação, pois é chamada de abominação pelas Escrituras:

 

Quando entrares na terra que YHWH teu Elohim te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação a YHWH; e por estas abominações YHWH teu Elohim os lança fora de diante de ti. (Deuteronômio 18:9-12)

 

Provavelmente neste ponto alguns irão dizer: "mas eu já recebi profecia diferente dos padrões bíblicos, e aconteceu. O que pode explicar isso?" Abordaremos a seguir alguns possíveis motivos para isso:

 


1) O EFEITO DA SUGESTÃO

 

Muitos pensam que o efeito da sugestão ocorre apenas com pessoas de “mente fraca”, mas isso está bem longe de ser verdade. O mero desejo de obter uma resposta ou revelação pode simplesmente fazer com que aquilo funcione. Pessoas que acreditam que serão curadas podem ser curadas. Pessoas que precisem de um empurrão motivacional para que suas vidas deem uma guinada poderá obter essa guinada.

 

2) FRASES GENÉRICAS E/OU CHARLATANISMO

 

Um derivado do efeito da sugestão é o uso de frases genéricas. Essa é uma técnica dominada por charlatões, mas que às vezes é usada até mesmo por pessoas bem-intencionadas. Todo o ser humano tem angústias, sofrimentos e desejos ocultos. Todos têm pecados contra os quais lutam com dificuldade, cada qual à sua maneira. Todos têm problemas familiares, de casamento, no trabalho etc. Todos têm questões de saúde a serem superadas. Todos se entristecem com problemas de pessoas queridas. A grande maioria tem problemas financeiros e assim por diante.

 

3) ENGANO PERMITIDO PELO ETERNO

 

Se insistirmos em caminharmos de forma contrária às Escrituras, o ETERNO permitirá que nós sejamos deliberadamente enganados pelo maligno:

 

E disse YHWH: quem induzirá Achav (Acabe), para que suba, e caia em Ramote de Gileade? E um dizia desta maneira e outro de outra. Então saiu um espírito, e se apresentou diante de YHWH, e disse: eu o induzirei. E YHWH lhe disse: com quê? E disse ele: eu sairei, e serei um espírito de mentira na boca de todos os seus profetas. E ele disse: tu o induzirás, e ainda prevalecerás; sai e faze assim. Agora, pois, eis que YHWH pôs o espírito de mentira na boca de todos estes teus profetas, e UHWH falou o mal contra ti. (1 Reis 22:20-23)

 

4) INDUÇÃO OU AMEAÇA

 

Outro recurso frequentemente empregado de forma associada à "profecia" é o uso de indução ou ameaça. Ambos levam a pessoa que recebe a profecia a quererem muito aceitá-la ou se sentirem mal de rejeitá-la. Como exemplo, tomemos algumas denominações que dizem coisas como: "se você tiver fé, e buscar em sinceridade de coração, Deus te revelará que tais coisas são verdadeiras." basicamente, você está sendo enganado e induzido a acreditar. Porque se você não acreditar, isso significa que você não tem fé, ou não buscou em sinceridade de coração. Aliás, essa técnica também pode ser usada para casos em que a profecia não se cumpriu.

 

5) APROVEITAMENTO DA OPORTUNIDADE

 

Esse é o que se chama no popular de "chutar cachorro morto". Muitos “profetas” aguardam que uma pessoa esteja emocionalmente fragilizada para trazê-la de volta ao seu domínio. Yeshua nos disse:

 

Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais shalom (paz); no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." (João 16:33)

 

6) HUMILDADE OU SERIEDADE DO “PROFETA”

 

Um dos recursos que induz a pessoa a acreditar na profecia pode também passar pela humildade ou seriedade do profeta. Profetas que dizem coisas como: "olha, sou muito sério naquilo que afirmo. Nunca digo nada sem antes ter certeza de que vem do senhor" ou que oram dizendo coisas como "Deus, não permita que eu fale contra a tua vontade, e não me permita cair no engano do meu coração" tendem a receber mais confiança. Às vezes podem até mesmo estar sendo sinceros em sua oração.

 

7) SIMPLES ESTATÍSTICA

 

Há situações em que a mera estatística ajuda. Vamos dizer que uma pessoa se aproxime de um "profeta" para indagar se o marido irá ou não aceitar a palavra. Lembremos, neste ponto, que qualquer resposta do "profeta" será mentirosa, uma vez que a própria Bíblia diz que não temos como saber tal coisa:

 

Porque, de onde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? Ou, de onde sabes, ó marido, se salvarás tua mulher? (1 Coríntios 7:16)

 

No entanto, observe que o profeta tem, no mínimo, 50% de chance de acerto. Afinal, só existem duas respostas possíveis: ou ele irá aceitar a palavra ou não. Porém, na maioria dos casos, se um dos cônjuges não tiver nenhuma ligação com alguma prática religiosa, as chances dele acabar cedendo à insistência do outro cônjuge e participando dos serviços ou estudos é grande.

 

E aí, ele tem ainda mais chances de acabar aceitando virar pelo menos um "frequentador". Claro, isso não quer dizer conversão, o que a parábola do trigo e do joio deixa claro. Porém, ser frequentador custa muito pouco – até porque ele terá o convívio social, as palavras de esperança etc. E isso é naturalmente agradável. Sendo assim, as chances do profeta acabaram de aumentar para cerca de uns 70 a 80%.

 

8) SEM PRAZO DE VALIDADE

 

Um derivativo da questão estatística é a ausência de prazo de validade. Ora, o ciclo natural da vida contém altos e baixos. E se você fica muito mal, pode até levar alguns anos, mas em dado momento você irá se recuperar. Da mesma forma que se tudo estiver bem, em dado momento algum problema poderá te afligir

 

Profecias do tipo: "Deus me revelou que vêm tempos de aflição", ou ainda “Deus me revelou que se você persistir, a vitória virá”, são profecias cuja ausência de prazo de validade a tornam mais do que um cenário possível: tornam-se um cenário provável.

 

9) SENSIBILIDADE NATURAL

 


Uma das coisas muito estudadas em áreas como a psicologia, linguística e comunicação é a linguagem não-verbal. Em muitos casos, a linguagem não-verbal pode chegar a 70% do sentido do que se quer expressar. São exemplos de linguagem não-verbal as expressões faciais, as nuances corporais, a forma como a pessoa se relaciona com o espaço. Existem, inclusive, séries de televisão (“Lie to me”, “Psich”, “Monk” etc.) de investigação criminal que exploram alguns desses conceitos.

 

Uma pessoa treinada para observar a linguagem não-verbal pode ser facilmente capaz de captar mensagens e praticar adivinhações. Revelar coisas como o estado emocional ou perceber problemas que afligem a pessoa.

 

10) SENSIBILIDADE ESPIRITUAL

 

Há pessoas que têm alguma sensibilidade espiritual. Isso é fato. Porém, isso não significa que tais pessoas sejam utilizadas por Elohim para transmitirem mensagens. Primeiramente porque nem todas são servos de Elohim.

 

11) POR À PROVA

 

Uma das palavras mais persuasivas de um “profeta” ocorrem quando ele afirma que devemos supostamente fazer prova da palavra do ETERNO revelada a ele. Claro, isso não costuma ser seguido de nenhum sinal claro e distinto.

 

Sinais genéricos como “eu te abençoarei” ou “vereis a minha glória” ou ainda “o problema será sanado” não são sinais típicos do nosso Elohim, mas impressiona os menos instruídos.

 

O nosso Elohim, quando deseja se manifestar em sinais, o faz de forma clara, distinta e inconfundível. Veja alguns exemplos:

 

E deu, naquele mesmo dia, um sinal, dizendo: este é o sinal de que YHWH falou: eis que o altar se fenderá, e a cinza, que nele está, se derramará. (1 Reis 13:3)

 

Portanto o próprio ADONAI vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome IMANU-EL (Isaías 7:14)

 

12) O PODER DAS TREVAS

 



Esse também é um aspecto relativamente incômodo. As trevas têm poder, e o fato de alguém exibir sinais e prodígios não faz dessa pessoa um servo de Elohim. Yeshua foi enfático quanto a isso, ao dizer:

 

Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade (Mateus 7:21-23)

 

13) ENTREGANDO O OURO AO BANDIDO

 

Esse ditado popular é bastante verdadeiro. Há pessoas que entregam o ouro ao bandido quando procuram um profeta. Uma pessoa que esteja em crise no casamento, ou que tenha um negócio e esteja passando por dificuldades logo se anima de ouvir uma “profecia” de que “Deus reverterá a situação.”

 

O ETERNO até pode reverter a situação por amor a pessoa. Ou a própria pessoa pode conseguir por emprego de seu próprio esforço. Ou até mesmo pode ser uma combinação de ambos. Isso não significa que a profecia seja verdadeira.

 

Não é à toa que Satan deseja que você seja ingênuo perante tantas falsas profecias. Ele deseja destruir a sua vida, ou até pior do que isso: ele pode desejar que, através de você, ele consiga destruir as vidas de outras pessoas.

 

14) PROBLEMAS DE SAÚDE MENTAL

 

Por fim, uma outra coisa que ninguém comenta, talvez por incômodo, mas que é fato: uma pessoa que tem visões e/ou que ouve vozes pode estar apresentando um quadro de psicose - quer seja algo temporário ou definitivo. A maioria das pessoas tem o mau hábito de logo pesquisar no google e descartar essa possibilidade - talvez por medo de encará-la – mas a psicose só pode ser diagnosticada por um profissional de saúde. Até porque existem traços de psicose bem leves, em que a pessoa vive normalmente em sociedade, mas vez ou outra tem alucinações ou delírios.

 


Dentro de tudo o que foi verificado sobre a profecia, o check-list a seguir é importante para assegurar que a revelação veio mesmo do ETERNO:

 

A profecia tem propósito para o reino?

A profecia tem um propósito claro, como exortar, alertar ou indicar libertação?

Existem exemplos de profecias semelhantes nas Escrituras?

A profecia foi dada em mistério, como por visão ou sonho?

Existe um bom motivo para a profecia ser dada?

O profeta é uma pessoa obediente aos Mandamentos do Eterno?

A profecia reflete o caráter e a vontade de Elohim, tal qual expresso em sua palavra?

A profecia encoraja desenvolvimento espiritual, ao invés de dependência do profeta?

A profecia fala de coisas triviais?

A profecia leva em conta o livre arbítrio, não interferindo em escolhas individuais?

A profecia é clara e precisa, e não genérica?

A profecia é dada sem manipulação psicológica?

A profecia é confirmada por outros testemunhos, ou por sinal claro da parte do ETERNO?

 

A resposta precisa ser SIM para todos os itens acima. Caso haja um “não” sequer, a profecia pode ser descartada sem medo, pois não há garantia de tenha procedido do ETERNO e pode até mesmo ser uma tentação do maligno.

 

Continua na Parte II

 

Francisco Adriano Germano

Compilação de diversas fontes

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