PARTE I - PROFECIAS
Primeiramente, permita-me
cumprimentá-lo por ter chegado até aqui. Se você já se encontra neste passo, é
porque está verdadeiramente se comprometendo a alinhar a sua vida às Escrituras.
Você provavelmente, a essa altura, deve já ter percebido a feroz oposição que o
mundo faz quando começamos a corrigir nossa vida. Fique firme, e não desista
jamais, porque o que fazemos é por amor a Yeshua.
Você já deve ter percebido também, que
na vida cotidiana as pessoas frequentemente apresentam vícios. Alguns vícios
são muito evidentes e combatidos veementemente, como por exemplo o vício em
álcool, cigarro ou de algum entorpecente.
Mas nem todo vício é uma dependência
química. Alguns vícios são psicológicos, outros são vícios de comportamento. O
vício geralmente é um hábito escravizador, difícil de se libertar mesmo quando
traz consequências nocivas.
Quase todos os profissionais que
trabalham com a recuperação de viciados, apontam para um primeiro elemento como
sendo a etapa mais importante na caminhada em direção à cura: o admitir o
problema.
Imagine o seguinte cenário: duas
congregações (A e B) religiosas são vizinhas, uma em frente à outra. Agora
imagine que as duas irão fazer uma sequência de palestras numa mesma data, e
num mesmo horário. A congregação A coloca uma faixa dizendo o seguinte sobre
sua palestra: “Vivendo com Yeshua no seu cotidiano.” Já a
congregação B coloca uma faixa dizendo: “Desvendendo as profecias do Apocalipse.”
Vamos supor que 100 pessoas passem por aquele local e tenham disponibilidade de
assistir a um dos dois eventos. Qual a proporção de pessoas que você acha que
assistirá à primeira palestra? E à segunda?
A resposta é simples: caminhar com Yeshua
no cotidiano é infinitamente mais importante do que saber o que irá acontecer
nos tempos finais. Seria esperado que uns 80 a 90% das pessoas se dirigisse à
primeira palestra. No entanto, não é isso o que costuma acontecer.
Provavelmente a frequência será o inverso.
Essa inversão dos valores ocorre exatamente
porque vivemos em um mundo onde as pessoas estão viciadas pelo oculto. O oculto
é algo que fascina, promete falso poder e espiritualidade, arrebanhando
multidões. E essas pessoas chegam à fé bíblica tendo a mesma expectativa.
Logo de início a Torá - a revelação dada pelo ETERNO a Moshé (Moisés),
já nos diz o seguinte:
As coisas
encobertas pertencem a YHWH nosso Elohim, porém as reveladas nos pertencem a
nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta Torá.
(Deuteronômio 29:29)
Você pode, inclusive, perceber pelo
contexto do capítulo que o ato de buscar coisas encobertas está diretamente
ligado à idolatria. Porque este é exatamente o que motiva o ser humano a buscar
outros “poderes”.
Pela Torá, deveríamos cuidar daquilo
que nos é revelado e isso deveria ter uma relevância prática para o nosso dia a
dia. Mas o viciado pelo oculto acaba trocando essa mudança de vida, de caráter,
que na maioria das vezes requer esforço, trabalho, aprendizagem, por um
conhecimento supostamente mais “profundo”, mas que na realidade é completamente
inútil e vazio.
O primeiro hábito do viciado pelo
oculto que devemos aqui abordar e confrontar com as Escrituras é o vício pela
profecia.
Na obra “encyclopedia of biblical
prophecy”, o teólogo J. Barton Payne lista 1.239 profecias na Tanach
(o chamado “antigo testamento”) e 578 profecias da B’rit Chadashá
(o chamado “novo testamento”). Ou seja, ele lista um total de 1.817
profecias em toda as Escrituras Sagradas.
Agora, imagine que uma denominação que
diga ter o “dom de profecia” faça, em média, 6 cultos por semana: três
por fim de semana, e três durante a semana. Suponha que nesses cultos tenhamos
em média três profecias sendo proferidas. Possivelmente teremos muito mais do
que isso, mas fiquemos com esses números apenas para ilustração. Considerando
que um ano tem em média 52 semanas, isso significa quem em menos de dois anos,
aquela denominação terá proferido mais profecias do que a Bíblia inteira!
Vale lembrar que a Bíblia foi escrita
num intervalo de aproximadamente 1.500 anos, e aborda um período de história ainda
mais longo do que isso. É claro que nem toda profecia desse período foi
registrada, mas as principais certamente o foram. E isso nos dá uma ideia de
ordem de grandeza. Não é preciso ser nenhum perito em matemática para perceber
que essas estatísticas apontam para um problema grave, não é mesmo?
Toda a profecia bíblica tem relação
com o reino do ETERNO, suas promessas e seu cumprimento. Não existe na Bíblia
profecia destinada única e exclusivamente a um indivíduo. Mesmo as profecias
dadas aos patriarcas ou aos reis de Israel eram extensíveis ao povo.
Observe também o padrão das profecias
do ETERNO: elas servem para exortar ou para consolar. Exortar o povo quando
está andando em caminhos errados e deve retornar para Ele ou para consolar o
povo, que está cativo das consequências de seu pecado, prometendo a redenção. Em
momento algum as Escrituras apontam para a existência de profecia prometendo
marido ou indicando qual decisão a pessoa precisa tomar na vida. Existem
profecias sobre o chamado da pessoa ao reino, porém todas elas têm, como a
própria Bíblia indica, impacto sobre o reino.
Vale ressaltar aqui, neste ponto, a
diferença entre profecia e resposta de oração. Por exemplo, um casal que ore
para ter um filho pode ser ouvido pelo ETERNO e ser abençoado nesse aspecto.
Porém, só se vê profecia bíblica relativa a nascimento quando é algo que
envolve o reino, em situações bem específicas
É importante também compreender como o
ETERNO se comunica. E existe uma informação bastante pertinente sobre isso na Bíblia:
E disse:
ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, YHWH, em visão
a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele. Não é assim com o meu
servo Moshé que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele,
claramente e não por enigmas; pois ele vê a semelhança de YHWH; por que, pois,
não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moshé? (Números 12:6-8)
Observe que era apenas em ocasiões
muito especiais que o ETERNO falava com alguém diretamente. Na Bíblia, somente
com Moshé (Moisés) e Yeshua o ETERNO falou dessa forma, o que praticamente
invalida a ideia do “eu o senhor vos falo” que muito é dito por algumas
denominações cristãs mundo afora.
A razão para isso é muito simples: se
o ETERNO assim agisse, seria impossível diferenciar o "eu o senhor vos
falo" de um transtorno mental, como uma esquizofrenia, por exemplo, ou
mesmo da fala de um demônio! E o ETERNO é muito claro e objetivo na sua maneira
de agir.
Na passagem acima do livro de Bamidbar
(Números) aprendemos como o ETERNO se comunica em profecia, através de sonhos
ou de visões. Muitas vezes, esses sonhos e visões não são nem mesmo
compreendidos na hora, mas servem para preparar a pessoa para um evento que
virá. Veja o exemplo de Pedro, que teve uma visão, mas somente quando chegou à
casa de Cornélio foi capaz de entendê-la plenamente!
Às vezes, o profeta não é aquele a
quem o sonho se dirige, mas aquele que é capaz de interpretar a mensagem de Elohim
no sonho. Para exemplos, veja a história de Yossef (José) e de Dani'el,
respectivamente em Gn. 40:1-41:37 e Dn. 2:1-45.
No hebraico, o termo "navi", que é traduzido como "profeta" tem um significado muito diferente do que a maioria das pessoas imagina. Quando se fala em "profeta", a maioria das pessoas pensa numa espécie de dom de adivinhação ou premonição.
E
aconteceu que naquele dia, quando YHWH falou a Moshé na terra do Egito. Falou YHWH
a Moshé, dizendo: eu sou YHWH; fala a Faraó, rei do Egito, tudo quanto eu te
digo. Então disse Moshé perante YHWH: eis que eu sou incircunciso de lábios;
como, pois, faraó me ouvirá? Então disse YHWH a Moshé: eis que te tenho posto
por deus sobre Faraó, e Aharon (Aarão), teu irmão, será o teu profeta. Tu
falarás tudo o que eu te mandar; e Aharon, teu irmão, falará a Faraó, que deixe
ir os filhos de Israel da sua terra. (Êxodo 6:28-7:2)
O profeta não tinha por função apenas
fazer previsões. Pelo contrário, a principal função do profeta era exortar para
que o povo pudesse andar nos caminhos do ETERNO. E, muitas vezes, sua função
era a de julgar segundo a palavra.
Vamos observar uma famosa profetiza da
Bíblia, na descrição de sua função:
E Devorah (Débora), mulher profetisa,
mulher de Lapidot, julgava a Israel naquele tempo. Ela assentava-se debaixo das
palmeiras de Devorah, entre Ramá e Beit-El, nas montanhas de Efrayim; e os
filhos de Israel subiam a ela a juízo. (Juízes 4:4-5)
Observe que a principal característica
da nevuá (profecia) não era adivinhar o futuro, mas sim afirmar ao povo
a fidelidade do ETERNO, confortando-os e os chamando para se arrepender dos
seus pecados e retornar aos caminhos de Adonai.
A função da profecia, portanto, não é
revelar o futuro e sim exortar e confortar. Exortar, indicando aquilo que
ocorrerá àqueles que se levantarem contra a palavra do ETERNO. Exortar no
sentido de, como ocorrido com Yonah (Jonas) em Nínive, fazer com que as pessoas
retornem aos caminhos de Elohim.
Não é difícil saber o que está
reservado para o futuro: os iníquos serão destruídos; os justos serão
recompensados; os arrependidos serão remidos; Israel será resgatado; e os
inimigos de YHWH serão vencidos. Essa é a parte fácil. Justamente porque nevuá
(profecia) não é adivinhação!
A parte difícil é justamente ser um navi,
isto é, ser um porta-voz dessas palavras. É ser alguém capaz de exortar
(cuidado, contudo, para fazê-lo em amor). Porque para anunciar a palavra,
precisamos da Ruach HaKodesh, isto é, do espírito de santidade do
ETERNO.
O que é preciso fazer é apenas separar
o conceito de profeta do conceito de adivinhador! A profecia é uma palavra que
tem um objetivo específico, voltado para o reino. E a profecia pode ou não
conter uma revelação sobre algo vindouro. E na maioria das profecias da Bíblia
não existe nada de novo, no sentido da revelação. Pois as punições e bênçãos
por eles proferidos já havia há muito sido declaradas!
Todos podemos profetizar. Profetizar
não é balbuciar, com forte emoção, meia dúzia de chavões bíblicos fora de
contexto enquanto se impõe as mãos sobre a cabeça de alguém. Esse tipo de
prática é, na melhor das hipóteses, um acesso de descontrole emocional recheado
de uma ilusão de espiritualidade.
Profetizar também não é falar com
aquela voz profunda, rouca, quase que de locutor, determinada e passional, como
muitos religiosos têm. Aliás, a voz muitas vezes é a razão pela qual as pessoas
dão crédito a tais figuras. Não nos esqueçamos de que Moshé (Moisés), afirmado
pela Bíblia como um dos maiores profetas, tinha problemas na fala,
possivelmente sendo gago ou tendo a língua presa. E hoje em dia, se um
religioso for gago ou tiver a língua presa, provavelmente terá pouco crédito como
"adivinhador celestial".
Liberte-se de tudo isso! Deixe de lado
o vício da adivinhação, pois é chamada de abominação pelas Escrituras:
Quando
entrares na terra que YHWH teu Elohim te der, não aprenderás a fazer conforme
as abominações daquelas nações. Entre ti não se achará quem faça passar pelo
fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem
agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito
adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz
tal coisa é abominação a YHWH; e por estas abominações YHWH teu Elohim os lança
fora de diante de ti. (Deuteronômio 18:9-12)
Provavelmente neste ponto alguns irão
dizer: "mas eu já recebi profecia diferente dos padrões bíblicos, e
aconteceu. O que pode explicar isso?" Abordaremos a seguir alguns
possíveis motivos para isso:
1) O EFEITO DA SUGESTÃO
Muitos pensam que o efeito da sugestão
ocorre apenas com pessoas de “mente fraca”, mas isso está bem longe de
ser verdade. O mero desejo de obter uma resposta ou revelação pode simplesmente
fazer com que aquilo funcione. Pessoas que acreditam que serão curadas podem
ser curadas. Pessoas que precisem de um empurrão motivacional para que suas
vidas deem uma guinada poderá obter essa guinada.
2) FRASES GENÉRICAS E/OU CHARLATANISMO
Um derivado do efeito da sugestão é o
uso de frases genéricas. Essa é uma técnica dominada por charlatões, mas que às
vezes é usada até mesmo por pessoas bem-intencionadas. Todo o ser humano tem
angústias, sofrimentos e desejos ocultos. Todos têm pecados contra os quais
lutam com dificuldade, cada qual à sua maneira. Todos têm problemas familiares,
de casamento, no trabalho etc. Todos têm questões de saúde a serem superadas.
Todos se entristecem com problemas de pessoas queridas. A grande maioria tem problemas
financeiros e assim por diante.
3) ENGANO PERMITIDO PELO ETERNO
Se insistirmos em caminharmos de forma
contrária às Escrituras, o ETERNO permitirá que nós sejamos deliberadamente
enganados pelo maligno:
E disse YHWH:
quem induzirá Achav (Acabe), para que suba, e caia em Ramote de Gileade? E um
dizia desta maneira e outro de outra. Então saiu um espírito, e se apresentou
diante de YHWH, e disse: eu o induzirei. E YHWH lhe disse: com quê? E disse
ele: eu sairei, e serei um espírito de mentira na boca de todos os seus
profetas. E ele disse: tu o induzirás, e ainda prevalecerás; sai e faze assim.
Agora, pois, eis que YHWH pôs o espírito de mentira na boca de todos estes teus
profetas, e UHWH falou o mal contra ti. (1 Reis 22:20-23)
4) INDUÇÃO OU AMEAÇA
Outro recurso frequentemente empregado
de forma associada à "profecia" é o uso de indução ou ameaça.
Ambos levam a pessoa que recebe a profecia a quererem muito aceitá-la ou se
sentirem mal de rejeitá-la. Como exemplo, tomemos algumas denominações que
dizem coisas como: "se você tiver fé, e buscar em sinceridade de
coração, Deus te revelará que tais coisas são verdadeiras."
basicamente, você está sendo enganado e induzido a acreditar. Porque se você
não acreditar, isso significa que você não tem fé, ou não buscou em sinceridade
de coração. Aliás, essa técnica também pode ser usada para casos em que a
profecia não se cumpriu.
5) APROVEITAMENTO DA OPORTUNIDADE
Esse é o que se chama no popular de "chutar
cachorro morto". Muitos “profetas” aguardam que uma pessoa
esteja emocionalmente fragilizada para trazê-la de volta ao seu domínio. Yeshua
nos disse:
Tenho-vos
dito isto, para que em mim tenhais shalom (paz); no mundo tereis aflições, mas
tende bom ânimo, eu venci o mundo." (João 16:33)
6) HUMILDADE OU SERIEDADE DO “PROFETA”
Um dos recursos que induz a pessoa a
acreditar na profecia pode também passar pela humildade ou seriedade do
profeta. Profetas que dizem coisas como: "olha, sou muito sério naquilo
que afirmo. Nunca digo nada sem antes ter certeza de que vem do senhor"
ou que oram dizendo coisas como "Deus, não permita que eu fale contra a
tua vontade, e não me permita cair no engano do meu coração" tendem a
receber mais confiança. Às vezes podem até mesmo estar sendo sinceros em sua
oração.
7) SIMPLES ESTATÍSTICA
Há situações em que a mera estatística
ajuda. Vamos dizer que uma pessoa se aproxime de um "profeta"
para indagar se o marido irá ou não aceitar a palavra. Lembremos, neste ponto,
que qualquer resposta do "profeta" será mentirosa, uma vez que
a própria Bíblia diz que não temos como saber tal coisa:
Porque, de
onde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? Ou, de onde sabes, ó marido, se
salvarás tua mulher? (1 Coríntios 7:16)
No entanto, observe que o profeta tem,
no mínimo, 50% de chance de acerto. Afinal, só existem duas respostas
possíveis: ou ele irá aceitar a palavra ou não. Porém, na maioria dos casos, se
um dos cônjuges não tiver nenhuma ligação com alguma prática religiosa, as
chances dele acabar cedendo à insistência do outro cônjuge e participando dos
serviços ou estudos é grande.
E aí, ele tem ainda mais chances de
acabar aceitando virar pelo menos um "frequentador". Claro,
isso não quer dizer conversão, o que a parábola do trigo e do joio deixa claro.
Porém, ser frequentador custa muito pouco – até porque ele terá o convívio
social, as palavras de esperança etc. E isso é naturalmente agradável. Sendo
assim, as chances do profeta acabaram de aumentar para cerca de uns 70 a 80%.
8) SEM PRAZO DE VALIDADE
Um derivativo da questão estatística é
a ausência de prazo de validade. Ora, o ciclo natural da vida contém altos e
baixos. E se você fica muito mal, pode até levar alguns anos, mas em dado
momento você irá se recuperar. Da mesma forma que se tudo estiver bem, em dado
momento algum problema poderá te afligir
Profecias do tipo: "Deus me
revelou que vêm tempos de aflição", ou ainda “Deus me revelou que
se você persistir, a vitória virá”, são profecias cuja ausência de prazo de
validade a tornam mais do que um cenário possível: tornam-se um cenário
provável.
9) SENSIBILIDADE NATURAL
Uma das coisas muito estudadas em
áreas como a psicologia, linguística e comunicação é a linguagem
não-verbal. Em muitos casos, a linguagem não-verbal pode chegar a 70%
do sentido do que se quer expressar. São exemplos de linguagem não-verbal as
expressões faciais, as nuances corporais, a forma como a pessoa se relaciona
com o espaço. Existem, inclusive, séries de televisão (“Lie to me”, “Psich”, “Monk”
etc.) de investigação criminal que exploram alguns desses conceitos.
Uma pessoa treinada para observar a linguagem
não-verbal pode ser facilmente capaz de captar mensagens e praticar
adivinhações. Revelar coisas como o estado emocional ou perceber problemas que
afligem a pessoa.
10) SENSIBILIDADE ESPIRITUAL
Há pessoas que têm alguma
sensibilidade espiritual. Isso é fato. Porém, isso não significa que tais
pessoas sejam utilizadas por Elohim para transmitirem mensagens. Primeiramente
porque nem todas são servos de Elohim.
11) POR À PROVA
Uma das palavras mais persuasivas de
um “profeta” ocorrem quando ele afirma que devemos supostamente fazer
prova da palavra do ETERNO revelada a ele. Claro, isso não costuma ser seguido
de nenhum sinal claro e distinto.
Sinais genéricos como “eu te
abençoarei” ou “vereis a minha glória” ou ainda “o problema será
sanado” não são sinais típicos do nosso Elohim, mas impressiona os menos
instruídos.
O nosso Elohim, quando deseja se
manifestar em sinais, o faz de forma clara, distinta e inconfundível. Veja
alguns exemplos:
E deu,
naquele mesmo dia, um sinal, dizendo: este é o sinal de que YHWH falou: eis que
o altar se fenderá, e a cinza, que nele está, se derramará. (1 Reis 13:3)
Portanto o
próprio ADONAI vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá, e dará à luz um
filho, e chamará o seu nome IMANU-EL (Isaías 7:14)
12) O PODER DAS TREVAS
Esse também é um aspecto relativamente
incômodo. As trevas têm poder, e o fato de alguém exibir sinais e prodígios não
faz dessa pessoa um servo de Elohim. Yeshua foi enfático quanto a isso, ao
dizer:
Nem todo o
que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a
vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor,
Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não
expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi
explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a
iniquidade (Mateus 7:21-23)
13) ENTREGANDO O OURO AO BANDIDO
Esse ditado popular é bastante
verdadeiro. Há pessoas que entregam o ouro ao bandido quando procuram um
profeta. Uma pessoa que esteja em crise no casamento, ou que tenha um negócio e
esteja passando por dificuldades logo se anima de ouvir uma “profecia”
de que “Deus reverterá a situação.”
O ETERNO até pode reverter a situação
por amor a pessoa. Ou a própria pessoa pode conseguir por emprego de seu
próprio esforço. Ou até mesmo pode ser uma combinação de ambos. Isso não
significa que a profecia seja verdadeira.
Não é à toa que Satan deseja
que você seja ingênuo perante tantas falsas profecias. Ele deseja destruir a
sua vida, ou até pior do que isso: ele pode desejar que, através de você, ele
consiga destruir as vidas de outras pessoas.
14) PROBLEMAS DE SAÚDE MENTAL
Por fim, uma outra coisa que ninguém
comenta, talvez por incômodo, mas que é fato: uma pessoa que tem visões e/ou que
ouve vozes pode estar apresentando um quadro de psicose - quer seja algo
temporário ou definitivo. A maioria das pessoas tem o mau hábito de logo
pesquisar no google e descartar essa possibilidade - talvez por medo de
encará-la – mas a psicose só pode ser diagnosticada por um profissional de
saúde. Até porque existem traços de psicose bem leves, em que a pessoa vive normalmente
em sociedade, mas vez ou outra tem alucinações ou delírios.
Dentro de tudo o que foi verificado
sobre a profecia, o check-list a seguir é importante para assegurar que
a revelação veio mesmo do ETERNO:
A profecia tem propósito para o reino?
A profecia tem um propósito claro, como exortar, alertar ou
indicar libertação?
Existem exemplos de profecias semelhantes nas Escrituras?
A profecia foi dada em mistério, como por visão ou sonho?
Existe um bom motivo para a profecia ser dada?
O profeta é uma pessoa obediente aos Mandamentos do Eterno?
A profecia reflete o caráter e a vontade de Elohim, tal qual expresso
em sua palavra?
A profecia encoraja desenvolvimento espiritual, ao invés de
dependência do profeta?
A profecia fala de coisas triviais?
A profecia leva em conta o livre arbítrio, não interferindo em
escolhas individuais?
A profecia é clara e precisa, e não genérica?
A profecia é dada sem manipulação psicológica?
A profecia é confirmada por outros testemunhos, ou por sinal claro
da parte do ETERNO?
A resposta precisa ser SIM
para todos os itens acima. Caso haja um “não” sequer, a profecia pode
ser descartada sem medo, pois não há garantia de tenha procedido do ETERNO e
pode até mesmo ser uma tentação do maligno.
Continua na Parte II
Francisco
Adriano Germano
Compilação
de diversas fontes
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