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TESHUVÁ PASSO A PASSO – PURIFICANDO A ALIMENTAÇÃO (EP. 5)

 


PURIFICANDO A ALIMENTAÇÃO

 

Você já deve ter percebido que ao dar esses primeiros passos, sua vida já se aproximou de uma maior intimidade com o Criador. E o objetivo é exatamente esse! A teshuvá deve te proporcionar duas coisas fundamentais: maior proximidade com Yeshua e maior qualidade de vida.

 

As Escrituras deixam claro que o ETERNO se preocupa com o que fazemos com nossos corpos. Por exemplo, o apóstolo Paulo afirma:

 

“Ou não sabeis que o vosso corpo é o santuário do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Elohim, e que não sois de vós mesmos?” (Curintayah Alef/1 Coríntios 6:19)

 

“não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades.” (Timoteus Alef/1 Timóteo 5:23)

 

Um dos livros mais vendidos de dieta nos EUA é uma obra chamada “The Maker’s Diet.” Nela, o autor propõe que a alimentação seja regulada por princípios bíblicos. Esse livro foi aclamado por ser um dos melhores livros de dieta até hoje escritos.

 


Evidentemente que nesse livro o autor vai muito além das instruções bíblicas, e procura também imitar aspectos da alimentação dos israelitas. Porém, o principal benefício da obra é exatamente esse: ao seguir as recomendações de alimentação do Criador, as pessoas melhoram sua saúde!

 

A Bíblia é o manual do nosso Criador para uma vida regrada, plena e abundante com ele, com o nosso próximo, e mesmo conosco. Toda a fonte dos problemas da humanidade passa pelo fato de que esses preceitos são ignorados e até mesmo rejeitados.

 

E uma das coisas que é exatamente taxada como “bobagem” são as leis alimentícias dadas pelo ETERNO nas Escrituras. Mas será que o Criador teria se dado ao trabalho de inspirar uma “bobagem”? Acaso ele perderia tempo escrevendo algo que depois Ele próprio iria dizer ser besteira? Acaso Ele deseja que nós ignoremos aquilo que Ele nos ensina?

 


Muita gente aponta para textos da B’rit Chadashá, o chamado “Novo Testamento”, de maneira descontextualizada, para justificar o fato de que o ETERNO teria mudado de ideia quanto à alimentação.

 

É claro que este estudo não se propõe a abordar detalhadamente todas essas passagens, por uma questão de brevidade. Porém, vamos fazer um breve exercício de pesquisa do contexto para verificar se tem procedência a alegação de que o ETERNO mudou de ideia quanto às leis alimentícias:

 

1º) TERIA YESHUA PURIFICADO OS ALIMENTOS?

 


Uma das afirmações mais taxativas de que Yeshua teria purificado aquilo que ele mesmo havia declarado impuro procede da leitura equivocada de Marcos 7. Observe, porém, o início desse capítulo, que revela o contexto:

 

“e, vendo que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar, os repreendiam. Porque os fariseus, e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes.” (Marcos 7:2-3)

 

Observe que não estava em discussão a questão de que alimentos são lícitos ou não para serem consumidos, e sim uma tradição extrabíblica de que é preciso lavar as mãos (ritualisticamente) para não se contaminar comendo os alimentos.

 

Alguns dizem ainda que Yeshua deixou claro que o que contamina o homem é o que sai dele, e não o que entra nele. É verdade: o que nos contamina quando comemos animais imundos é a desobediência que procede do nosso coração, muito mais do que o ato da ingestão propriamente dito.

 

2º) A VISÃO DE PEDRO

 


Outro texto tirado de seu contexto é o de Atos 10, onde Pedro tem uma visão onde animais imundos são apresentados, e ele ouve uma voz que diz que ele deveria levantar, matar e comer. Ao dizer que não faria isso, Pedro ouve a seguinte explicação: “o que Elohim purificou não chames tu de impuro.” (Ma’assei HaSh’lichim/Atos 10:15)

 

Observe que Pedro não saiu, após a visão, e foi comer churrasco com bacon. Ele próprio dá a interpretação à visão:

 

“vós sabeis que é proibido a um judeu aproximar-se dum estrangeiro ou ir à sua casa. Todavia, Elohim me mostrou que nenhum homem deve ser considerado profano ou impuro.” (Ma’assei HaSh’lichim/Atos 10:28)

 

3º) ENTENDENDO SHA’UL (PAULO)

 

Paulo também pode ser facilmente compreendido se houver boa vontade de compreender o contexto a que ele se refere.

 

Como visto nas passagens acima de Yeshua e de Pedro, algumas facções dos judeus da época tinham muitas tradições extrabíblicas. Na passagem citada de Yeshua, observa-se que esses hábitos também afetavam a alimentação.

 

Além disso, havia algumas seitas - especialmente as de influência gnóstica - que surgiram no final do primeiro século, defendiam o vegetarianismo como uma obrigação de todo aquele que desejasse seguir a Yeshua. Epifânio, por exemplo, em sua obra Panarion, cita o evangelho de um desses grupos, os ebionitas, da seguinte forma:

 

“acaso tenho desejo neste Pessach de comer carne convosco?” (Panarion 30:22:4)

 

Observe que desde os tempos de Paulo e dos primeiros seguidores de Yeshua, já havia grupos com ensinamentos sobre alimentação completamente extrabíblicos!

 

4º) ROMANOS 14 CONTRA AS LEIS ALIMENTÍCIAS?

 

Alguns afirmam com base em Romanos 14 que qualquer pessoa pode comer o que desejar, inclusive aquilo que a Torah proíbe. Porém, se olharmos para o contexto mais uma vez, encontraremos o seguinte logo no princípio do capítulo:

 

“porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.” (Ruhomayah/Romanos 14:2)

 

Lembre-se que havia pessoas que pertenceram a grupos como os ebionitas, que ensinavam que Yeshua havia sido vegetariano e entendiam que eram obrigados a comerem apenas vegetais. Paulo os chama de fracos, mas pede para que eles não sejam julgados por coisas de menor importância, para que não viessem a se afastar das Boas Novas.

 

Mais uma vez, observa-se pelo contexto que não havia nenhuma menção às leis alimentícias das Escrituras. Paulo jamais mudaria aquilo que o ETERNO já havia estabelecido.

 

5º) COMENDO DE TUDO DO AÇOUGUE

 

Alguns afirmam com base em 1 Coríntios 10 que se pode comer de tudo que se vende nos açougues de hoje em dia, sem nada perguntar. E se o açougue vende carne de animais biblicamente imundos, então, dizem esses, podemos ignorar a proibição bíblica e comer animais imundos.

 

Mais uma vez, o contexto mostra com o que não devemos nos preocupar:

 

“mas, se alguém vos disser: isto foi sacrificado aos ídolos, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência.” (Curintayah Alef/1 Coríntios 10:28)

 

Na tradição rabínica judaica existe a proibição de se comer carne que não tenha sido preparada pelo Shochet:

 

O Shochet não é simplesmente um açougueiro; ele deve ser um homem piedoso, bem treinado na lei judaica, particularmente no que se refere à Cashrut. Em comunidades menores e mais remotas, o rabino e o shochet costumavam ser a mesma pessoa.[1]

 

E uma das preocupações é justamente que os outros povos pudessem ter sacrificado os animais para seus deuses. Porém, Paulo afirma que os deuses não têm poder algum, e que só não devemos fazer isso por causa da consciência. Ou seja, não havia com o que se preocupar caso não se soubesse a origem da carne.

 

6º) COLOSSENSES E O ‘NÃO JULGUEIS’

 

Alguns afirmam que em Colossenses 2:16-17 seria base para afirmar que não se deve julgar quem come animais imundos, logo isso significa que é permitido comer de tudo.

 

Lembre-se que as seitas da época tinham muito mais preceitos alimentares do que simplesmente as leis alimentícias bíblicas.

 

Para não deixar dúvida de que não está se referindo a preceitos bíblicos e sim acréscimos humanos, Paulo afirma:

 

“as quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens.” (Colossayah/Colossenses 2:20-22)

 

7º) FAZ DIFERENÇA PARA O ETERNO?

 


Muitos se perguntam: por que faz diferença para o ETERNO o que eu como?

 

Na realidade, não faz diferença para ele, e sim para você. Além da questão da saúde, podemos transformar a pergunta acima na seguinte pergunta: por que faz diferença para o ETERNO que nós o obedeçamos?

 

A resposta é: porque a obediência é um sinal de que nós o amamos. É sinal de que nós não iremos mais viver nossas vidas segundo nos é conveniente, mas sim iremos nos submeter a ele. Yeshua afirmou:

 

“se me amais, guardai os meus mandamentos.” (Yochanan/João 14:15)

 

O que você diria para alguém que te perguntasse o que a Bíblia tem a dizer sobre a prática da relação homossexual? Certamente que você, assim como a maioria das pessoas que crê na Bíblia, entende que o ETERNO ama a pessoa, mas abomina a prática pecaminosa. E você basearia isso na seguinte passagem:

 

“com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é.” (Vayicrá/Levítico 18:22)

 

Imagine que tristeza, ser rejeitado pelo ETERNO por viver de forma contrária à sua palavra! O preço de praticar abominação é alto: é ficar de fora do Livro da Vida do Cordeiro:

 

“e não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no Livro da Vida do Cordeiro.” (Guilyana/Apocalipse 21:27)

 

Certamente que muitos estão familiarizados com isso. Porém, você sabia que a prática de comer carne de animais imundos, como o porco, por exemplo, é considerado tão abominável quanto a prática de se deitar com pessoa do mesmo sexo?

 

As Escrituras não deixam dúvidas quanto a isso:

 

“ser-vos-ão, pois, por abominação; da sua carne não comereis, e abominareis o seu cadáver.” (Vayicrá/Levítico 11:11)

 

E para não deixar dúvidas quanto ao que significa cometer esse tipo de abominação, o ETERNO ainda afirmou nos profetas - e ressalte-se - refere-se ao tempo do Juízo, o que torna impossível imaginar que seja algo que foi abolido:

 

“os que se santificam, e se purificam, nos jardins uns após outros; os que comem carne de porco, e a abominação, e o rato, juntamente serão consumidos, diz YHWH.” (Yeshayahu/Isaías 66:17)

 

MAS COMO VIVER DE ACORDO COM A ALIMENTAÇÃO BÍBLICA?

 

O primeiro passo é fazer uma breve leitura de Vayicrá (Levítico) capítulo 11, que é a principal passagem bíblica que nos indica o que se deve ou não comer. Por razões óbvias e questões de brevidade, não iremos nos ocupar aqui dos insetos!

 

Além desses, a bíblia define quatro critérios básicos para a alimentação:

 

·         No caso de quadrúpedes, pode-se comer aqueles animais que ruminam e têm casco fendido.

·         No caso de animais aquáticos, pode-se comer aqueles que têm nadadeiras e escamas.

·         No caso de aves, deve-se abster unicamente daqueles que a Bíblia proíbe.

·         Não se deve comer répteis.

 

MAS O QUE SIGNIFICA ISSO NA PRÁTICA?

 


Basicamente, considerando a alimentação média do brasileiro, isso significa abster-se de carne de porco, peixes de couro e frutos do mar. Se formos para coisas um pouco mais exóticas, isso também exclui algumas carnes, como avestruz, jacaré e cobra. Mas, geralmente, para o dia a dia, significará abster-se de comer carne de porco, peixes de couro (como cação e surubim, por exemplo) e frutos do mar, tais como camarão, crustáceos etc.

 

QUE CUIDADOS DEVEMOS TOMAR

 

1º) Quando em Restaurantes

 

Devemos nos preocupar com duas coisas: a primeira delas é se os ingredientes utilizados contêm carne de porco ou frutos do mar, porém, por experiência própria, se você disser “porco”, a maioria das pessoas não associará com seus subprodutos. Portanto, quando você for a um restaurante, certifique-se de perguntar se não vai bacon, presunto, salame, linguiça etc.

 

Outra preocupação que você deve ter é a de que não houve contato entre alimentos imundos e puros. Alguns lugares grelham as carnes na mesma chapa, por exemplo. Isso é especialmente comum no caso de lanchonetes. Nesse caso, não se deve comer carne em tais lugares.

 

Restaurantes de comida à quilo costumam ter a vantagem de não ter muita mistura, pois o processo de produção do alimento é praticamente fabril, e muitas vezes a comida é inclusive servida no mesmo recipiente onde foi preparada. Contudo, nesses casos é preciso ter cuidado com pessoas que, ao se servir, misturam os pegadores.

 

2º) Consumindo produtos industrializados

 

Outra dúvida da maioria das pessoas é o que fazer quanto a produtos industrializados. A primeira coisa a dizer é: acostume-se a ler os ingredientes nos rótulos de tudo que você adquirir. E mesmo que você costume comprar determinada marca de alimento, sempre cheque o rótulo, pois podem ocorrer mudanças na fórmula.

 

Além de procurar por coisas óbvias, como bacon e presunto, você também terá que se acostumar a se preocupar com três ingredientes: banha e gelatina - pois esses podem ser de origem suína - e o nefasto corante carmim de cochonilha.

 

Cochonila


O maior pesadelo para quem se alimenta de forma bíblica é o maldito corante carmim. Feito à base de insetos esmagados, esse corante avermelhado é muito utilizado na indústria alimentícia por questões de marketing. Como não é industrializado quimicamente, esse corante pode ser chamado de “corante natural” – por ser feito de insetos esmagados.

 

Produtos que contêm cochonila


Esse corante está presente em quase todos os biscoitos e laticínios avermelhados, mas em alguns casos é possível encontrar produtos que não os contenham. Ele também pode ser encontrado até mesmo em carnes e embutidos, pois sua coloração avermelhada dá um aspecto mais “saudável” à carne.

 



O custo de se ter uma alimentação bíblica certamente já começou a ser percebido a partir das recomendações práticas. Significa prestar muito mais atenção nos alimentos, especialmente quando se come fora.

 

Não se sinta mal se, mesmo seu coração desejando manter tal prática, você acabar inadvertidamente ingerindo algo impuro por desaviso, confusão ou ignorância. Todos nós já passamos por isso. O importante é que o ETERNO conhece nossos corações, e conhece o nosso desejo de obedecer.

 

Este passo pode levar algum tempo até ser aperfeiçoado. Não se desespere! Tenha a certeza de que todos passaram por tropeços até conseguirem uma alimentação plenamente bíblica.

 

 

Francisco Adriano Germano

Compilação de diversas fontes

 

Notas

 

[1] https://www.jewishvirtuallibrary.org/overview-of-jewish-dietary-laws-and-regulations

Comentários

  1. Fiquei surpresa com o corante de cochonilha, realmente é muito fácil comer coisas sem saber de sua impureza. Vou me policiar mais.

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