SAIBA A QUEM VOCÊ SERVE
Permita-me cumprimentá-lo por dar mais
um passo em sua caminhada. Se você chegou até aqui, já reparou que a caminhada
com Yeshua tem um preço, mas que o seu jugo é leve e suave. Você certamente já
se sente mais livre para servi-lo, tendo abandonado coisas que não o agradavam.
Este passo também é composto de um ato
de purificação, como o anterior, e visa adquirir maior intimidade com o
criador.
Você consegue se imaginar chamando YHWH
de “Tupã” e iniciando uma oração dizendo “meu querido Tupã...”? Provavelmente a
mera sugestão lhe causará repulsa. Você oraria dizendo “meu querido Zeus...”? No
entanto, é isso que muitos inocentes fazem diariamente! Você sabe de onde vem o
termo “Deus” usado para se referir ao Criador?
O termo “Deus” é exatamente a forma
latina do grego Zeus. No grego antigo, o termo Zeus era pronunciado /dzeús/, o
que foi entendido pelos romanos como “Deus”. Observe a definição do dicionário:
"Zeus,
poeticamente referido pelo vocativo zeu pater ("o, pai zeus") é uma
continuação de dieus, o proto-indo-europeu deus do céu diurno, também chamado
de "dyeus phater" ("pai do céu")." (american heritage
dictionary, zeus).
Talvez essa revelação seja um choque
para você. Mas o uso do termo “Deus”, chefe do panteão greco-romano, só começa
a ocorrer de forma mais corrente a partir do terceiro século, numa época em que
já havia bastante sincretismo entre a fé bíblica e as vertentes do paganismo
Era mais fácil para os pagãos conceber
um ser supremo como sendo o próprio “Deus”, chefe do panteão que eles já
conheciam, do que explicar que “Deus” (zeus-olimpo) é uma falsa divindade, que
deve ser desprezada, em favor de um ser supremo revelado à outra nação.
Os escritos associando o Elohim dos israelitas
ao “Deus” grego-romano começaram a se popularizar à medida que os escritos em
latim se tornaram mais frequentes, e foram cristalizados com os escritos de Tertuliano
e a posterior composição da vulgata latina, que oficializaram o uso do termo “Deus”
para se referir ao Elohim dos israelitas. É da vulgata latina e da tradição
católica que surge o termo em português.
Mas por que isso é importante?
Certamente essa é uma pergunta que você pode estar se fazendo. Afinal, o ETERNO
sabe quando estamos nos dirigindo a ele, independentemente do nome invocado.
Porém, existe uma diferença entre
saber, e até mesmo tolerar por causa da ignorância, e se agradar disso. Ao
longo das Escrituras, o ETERNO tolerou muita coisa de seu povo, o que não quer
dizer que ele disso se agrada.
E é na própria Bíblia que encontramos
o ETERNO expressando seu descontentamento com Israel por chamá-lo pelo nome de
deuses pagãos:
“E naquele
dia, diz YHWH, tu me chamarás: meu marido [ishi]; e não mais me chamarás: meu senhor
[ba’ali]. E da sua boca tirarei os nomes dos ba’alim, e não mais se lembrará
desses nomes.” (hoshea/oséias 2:16-17)
Os “ba’alim” eram exatamente os
termos usados para os deuses cananeus, que eram conhecidos como sendo os
senhores - tradução literal de “ba’alim” - das religiões cananéias. Por
exemplo, ba’al-tsefon e ba’al-peor (Êx. 14:2, Nm. 25:3, etc.)
Eram literalmente os senhores de Tsefon e Peor.
É inegável que o ETERNO se desagrada em
ser chamado pelo nome de falsos deuses, cuja idolatria está associada ao culto
aos demônios. Você não o chamaria de Buda, nem de Indra, porque certamente o
desagradaria. Assim sendo, ele não pode se agradar de ser chamado de “Deus”,
uma falsa divindade greco-romana.
Para ilustrar o que está sendo tratado
aqui, como reagiria um cônjuge que fosse chamado pelo nome de um
ex-namorado(a)?
MAS DO QUE IREMOS CHAMAR O ETERNO?
“Então
disse Moshe (Moisés) a Elohim: eis que quando eu for aos filhos de Israel, e
lhes disser: o Elohim de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: qual
é o seu nome? Que lhes direi?” (Shemot/Êxodo 3:13)
Moisés queria saber o nome daquele a
quem o havia ensinado. Quem é o Elohim de Israel? Qual é o seu nome? O Criador,
Único e Verdadeiro, responde a Moisés da seguinte forma:
“E disse Elohim
a Moshe: Eu Sou o que Sou [hebr. Ehyeh asher Ehyeh]. Disse mais: assim dirás
aos filhos de Israel: Eu Sou [hebr. Ehyeh] me enviou a vós.”(Shemot/Êxodo
3:14)
Preste atenção nessas palavras. O ETERNO
diz que seu nome é “Eu Sou”, ou como pode ser também traduzida a expressão: “Eu
Existo”. Ele não poderia ter outro nome. Ele é. O próprio verbo ser está
sujeito a Ele, porque nada pode ser, sem Ele autorizar. Em outras palavras:
nada pode existir, se não for por meio dele. Ele é o Criador!
Na Bíblia, o termo que é usado para se
referir ao criador é conhecido como o tetragrama - isto é, literalmente - as
quatro letras. Porque seu nome ao longo do texto bíblico é escrito com quatro
letras hebraicas: yud, hey, vav, hey.
Em sua forma original no hebraico,
esse nome é escrito da seguinte forma:
יהוה
Essa forma é bastante simples de
entender. A raiz hebraica hey-vav-hey significa literalmente “ser” ou
“existir”. Quando conjugada na terceira pessoa do masculino, ela recebe um yud
na frente. Portanto, yud-hey-vav-hey (YHWH) significa literalmente “aquele que
é”, ou “ele é”.
E como se pronuncia esse nome?
No hebraico antigo, as vogais não eram
escritas nas palavras, apenas as consoantes. Isso porque as vogais variavam
muito de acordo com a conjugação. Por isso, não se preservaram as vogais do
nome.
Muitos grupos religiosos tecem teorias
das mais mirabolantes possíveis para afirmarem qual é o nome do ETERNO, cada um
com suas devidas explicações. Porém, fato é que no meio acadêmico é
praticamente unânime em apontar que o nome se pronuncia, de forma foneticamente
aportuguesada, como //iarrué//, sendo o som do “rr” bem suave, como seria o som
do “h” no inglês.
Como a transposição fonética do
hebraico para outros idiomas, que chamamos de transliteração, não tem regra
fixa, pode-se encontrar o tetragrama transliterado como “YAHWEH”, “YAHUWEH”, “IAHWEH”,
entre outras formas. O som, todavia, é o mesmo.
Por esta razão, há praticamente um
consenso no meio acadêmico de que esta seja a forma mais original,
possivelmente com algumas diferenças derivadas de regionalismos, como ocorre
por exemplo no português. O nome “roberto”, por exemplo, será pronunciado de
forma diferente por um gaúcho, por um carioca, por um paulista e por um
cearense.
Você deve estar se perguntando agora:
devo usar esse nome no meu dia a dia?
Alguns grupos, por excesso de
zelo, evitam falar o nome do ETERNO, mas será que é isso que ele quer
de nós? Faz sentido que o ETERNO revelasse em suas Escrituras um nome que ele
não quisesse que usássemos? Pelo contrário, as Escrituras falam que seu nome
será proclamado na terra.
Como você certamente deve estar
pensando neste momento, é claro que se deve ter respeito pelo nome do ETERNO,
como você teria por alguém a quem deve honra. Certamente que práticas como
chamar uma borracharia ou padaria pelo nome dele é falta de respeito.
Outro nome importante a conhecer é
daquele que te resgatou. Quando o ETERNO tomou para si uma forma humana, ele
também se fez conhecer por um nome muito especial. Nessa ocasião, o anjo
anunciou o seguinte aos pais humanos daquele que havia de nascer:
“E dará à
luz um filho e chamarás o seu nome Yeshua; porque ele Salvará o seu povo dos
seus pecados.” (Matitiyahu/Mateus 1:21)
E veja como esse nome é especial. O
termo Yeshua é a forma masculina da palavra ‘yeshuá’. Essa palavra é bastante
importante. Observe:
“Moshe,
porém, disse ao povo: não temais; estai quietos, e vede o livramento [hebr. yeshuá]
de YHWH, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os
tornareis a ver.” (Shemot/Êxodo 14:13)
“Mas eu
confio na tua benignidade; na tua salvação [hebr. yeshuá] se alegrará o meu
coração.” (Tehilim/Salmos 13:5)
Quando o povo estava cativo no Egito,
foi a yeshuá de YHWH, isto é, o seu livramento, que resgatou o povo! Quando David
clamava ao ETERNO, pedia que ele enviasse a sua yeshuá, isto é, o seu
livramento!
A palavra “yeshuá” aparece inúmeras vezes
no Tanach, isto é, no “Velho Testamento”, e em mais da metade delas como
clamor direto do povo pedindo a YHWH que envie “yeshuá”. Quando o anjo anuncia
o nome do messias, não é qualquer nome. Ele anuncia a resposta do ETERNO ao
pedido do povo por “yeshuá”, por livramento.
Quantas vezes programas de televisão
já mostraram o reencontro de pessoas com policiais, bombeiros e outros heróis
que os resgataram em situações de perigo. É muito emocionante ver a gratidão
das pessoas, que fazem questão de conhecer, de saberem o nome daqueles que os
resgataram.
Quanto mais para nós é importante e
exaltado acima de todas as coisas, o nome daquele que deu a sua vida por nós. O
nome do nosso libertador! O nome daquele que tornou possível termos um
relacionamento com o ETERNO. E esse nome não é Jesus, e sim Yeshua.
Não há, ao contrário do que alguns
afirmam, nenhuma raiz pagã no nome Jesus, que é uma mera tradução - pois na
época se tinha o hábito de transliterar e traduzir nomes dos personagens
bíblicos. Por outro lado, todavia, esse não é, nem nunca foi, o nome do Messias.
Você não gostaria de se referir a Ele por seu nome original? Afinal, você deve
a ele a sua vida!
O nome Yeshua nos lembra, além do
nosso livramento, outro aspecto importante de sua missão: ele foi um judeu. E
veio dar continuidade à fé bíblica, e não fundar uma nova religião.
Seu nome o conecta ao seu povo, o povo de Israel, e às suas origens,
demonstrando que existiu toda uma revelação e relacionamento do ETERNO para com
Israel, que culminou na sua vinda.
Alguns críticos insistem que o saber
as sílabas corretas do nome não é questão de salvação. Eles estão corretos
nesse ponto, pois alguns grupos insistem que não pronunciar o nome do salvador
da maneira adequada significa queimar no fogo do inferno. É claro que isso é um
grande absurdo, porque o que mais importa é a pessoa do Messias.
Porém, o fato de alguns grupos
distorcerem o uso do nome do Messias não faz com que o nome deixe de ser
importante. Esse nome, como vimos, contém algumas mensagens fundamentais para
nossa fé.
O preço por deixar de se referir ao ETERNO
pelo nome pagão “Deus” também existe. Isso significará que você, em prol do
termo a ele, se distanciará de qualquer tipo de adoração pagã. Provavelmente
isso significará abandonar muitas de suas músicas prediletas.
Saber a verdade também é incômodo,
porque significa se sentir muito incomodado com a famosa frase “Deus te
abençoe”. Quando for alguém desconhecido, o melhor é deixar para lá.
Lembre-se de ser manso e humilde.
Saiba que Yeshua previu que seríamos
odiados por razão de seu nome. E lembre-se ainda que possivelmente aquelas
pessoas que mais irão te agredir são justamente aquelas que mais se sentiram
atingidas pela revelação de que elas possam estar no erro. Talvez um dia
algumas dessas pessoas sejam justamente aquelas que se despertarão para a
verdade. Ou talvez não. Mas fique firme. Você não será o primeiro, nem o
último, nem o único a passar por isso. Estamos, eu, você e muitos outros, nessa
mesma linha de frente, sendo humilhados por amor de YHWH.
A propósito, leva algum tempo para
conseguir deixar de lado expressões como “graças a Deus”, entre outras.
Não se sinta mal, nem pecador se isso ocorrer. É força do hábito, e o ETERNO
conhece o seu coração, e sabe que você deseja evitar o sincretismo. Todos nós
passamos por esse período até nos acostumarmos. Você está em boa companhia. Faz
parte do processo.
O mais importante você já está
fazendo: retirando do seu coração e da sua vida todo resquício de sincretismo
religioso e de paganismo, para servi-lo de forma pura e completa.
Francisco
Adriano Germano
Compilação
de diversas fontes
Comentários
Postar um comentário