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6 MITOS SOBRE O SHABAT

 


Porque o Shabat não é observado nos dias de hoje?

 

As tábuas que Moisés recebeu continham os Asseret HaDibrot (Os 10 ditos) – os Dez Mandamentos - porém, hoje na hora de viver esses mandamentos apenas 9 costumam ser vividos pela maioria das pessoas e a justificativa apresentada é a de que o Shabat, o sábado bíblico, teria sido abolido pelo "Novo Testamento".

 

Nesse artigo iremos abordar alguns mitos referentes a observância do Shabat e analisar os argumentos que costumam acompanhar a afirmação de que o Shabat teria sido abolido. Encontramos seis principais mitos em torno da observância do Shabat.

 

Primeiro mito: o Shabat é só para um suposto Israel físico.

 

Muitos afirmam isso baseado na passagem de Shemot (Êxodo) 31.13 que diz: 

 

Tu, pois, fala aos filhos de Israel dizendo: certamente guardareis os meus shabatot (sábados); porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou YHWH que vos santifica.

 

O que as pessoas afirmam: que o Shabat seria uma aliança entre o ETERNO e o povo de Israel tão-somente. Qual é o problema dessa leitura? O primeiro problema é que o Shabat foi criado antes de Israel. Em Bereshit (Gênesis) 2.3, o ETERNO diz: 

 

E abençoou YHWH o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que YHWH criara e fizera.

 

Israel surgiu milênios depois do Shabat ter sido criado e santificado pelo ETERNO. Por que então o ETERNO se daria o trabalho de criar algo, juntamente com a Criação, para unicamente estabelecer isso milênios depois com Israel? Não faz sentido! 

 

E qual é o segundo problema dessa leitura: o ETERNO fala dos não naturais, ou seja, dos estrangeiros guardando ShabatYeshayahu (Isaías) 56.6,7 diz assim:

 

E os filhos dos estrangeiros, que se unirem a YHWH, para o servirem e para amarem o nome de YHWH, e para serem seus servos, todos os que guardarem o shabat, não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança, também os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.

 

O interessante é que muitas congregações se utilizam dessa última passagem e ignoram o contexto que fala da observância do Shabat. Quer dizer, chega a ser uma incongruência que uma congregação que não esteja observando o Shabat, que se utiliza dessa passagem. E aqui fica muito claro que não são apenas os filhos de Israel no suposto Israel físico que guardam o Shabat, mas também os estrangeiros devem guardar o Shabat; e é uma promessa do ETERNO para aqueles que desejarem guardar o Shabat.

 

É igualmente estranho e equivocado o conceito amplamente ensinado no meio cristão, da existência de um Israel físico (Judeus) e de um Israel espiritual (Cristãos), no qual sempre se baseia na seguinte premissa: as obrigações ficam sempre com o Israel físico e as bênçãos ficam sempre com Israel espiritual. A Bíblia não é composta unicamente de bênçãos, ela é uma misto de bênçãos e de obrigações.

 

Conclusão: o Shabat não é só para um suposto Israel físico 

 

Segundo mito: o Shabat estaria de alguma forma no lugar do Messias ofuscando o Messias

 

É comum ouvirmos: “os sabatistas colocam o Shabat no lugar de Yeshua”“O deus dos sabatistas é o Shabat”. “Quem guarda o Shabat caiu da graça”.

 

Esses três argumentos na realidade são muito parecidos. Se você guarda o Shabat, então de alguma forma você está anulando a figura de Yeshua na sua vida e você está, por consequência, caindo da graça. 

 

Esse tipo de argumento não tem a menor lógica. Por quê? Os católicos poderiam usar o mesmo argumento!

 

Um católico, por exemplo, poderia usar o mesmo quando for argumentar sobre o culto às imagens. Ora, ele poderia dizer o seguinte: “os que não fazem imagens colocam esse mandamento no lugar de Yeshua”. Ele poderia também dizer o seguinte: “o deus dessas pessoas é o não fazer imagens”. Poderia dizer ainda: “quem não faz imagens caiu da graça”. Afinal o não farás para ti imagem ou escultura é tão mandamento quanto o Shabat!

 

Por essa premissa, se entendermos que a graça de Yeshua significa que um mandamento como o Shabat teria sido abolido, então podemos estender para os demais, para os outros nove. Podemos então matar, roubar, adulterar, levantar falso testemunho, desonrar o nome do ETERNO, cobiçar, mentir etc.

 

Podemos ainda dizer o seguinte: O dízimo, afinal de contas, não é mandamento? Não vem da mesma lei que determina a observância do Shabat? Então, quem dá o dízimo caiu da graça. Se quem guarda o Shabat caiu da graça, quem dá o dízimo também caiu da graça.

 

A Bíblia diz que o seguidor de Yeshua obedece aos mandamentos. Isso é muito claro. Em Yochanam (João 14:21):

 

Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.

 

Portanto, se você deseja que Yeshua se manifeste a você em sua vida, mas, você não cumpre os mandamentos propositalmente, então você não vai ter a manifestação de Yeshua na sua vida e mais, Ivrim (Hebreus) 5.9 diz muito claramente:

 

[Yeshua]... Veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem.

 

Entenda a diferença entre viver em desobediência proposital e tropeçar! Yeshua nos salva do pecado, mas deseja que nós vivamos em obediência. Uma coisa é você tropeçar por conta da sua natureza humana, outra coisa é você estar em rebelião para com os mandamentos do ETERNO. 

 

Então qual é a conclusão? Obedecer é um ato de amor para com Yeshua.

 

Terceiro mito: Yeshua supostamente teria desprezado o Shabat

 

E para esse argumento se utilizam de Matityahu (Mateus) 19.16-22:

 

E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna? E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.

 

Na passagem acima, Yeshua cita uma série de mandamentos e não necessariamente apenas os 10. Amar ao próximo como a ti mesmo é um mandamento importante, mas não faz parte dos dez mandamentos. Mas algumas pessoas, mesmo assim, dizem que por conta de Yeshua não ter mencionado Shabat, então isso significa que o Shabat não é importante. 


Qual é o problema dessa leitura? Ausência de menção não é igual a abolição.

 

O fato de Yeshua não ter dito nada não significa que Ele estava abolindo alguma coisa. Por exemplo, Yeshua não menciona aqui o não cobiçarás. Então pode cobiçar? Claro que não!

 

Algumas pessoas acabam dizendo assim: "Ah! Mas o 'Novo Testamento' menciona vários mandamentos e não menciona o mandamento do Shabat". Pergunto o seguinte: Pode um pastor ser casado com a sua própria mãe? Como assim um pastor ser casado com a própria mãe? É claro que não, mas na realidade o “Novo Testamento” não proíbe isso. Isso está na Torá (Lei)! 

 

Se dissermos que a Torá foi abolida e que eu não preciso mais cumprir os seus mandamentos, então eu poderia, em tese, se casar com a minha própria mãe. Então qual é o grande problema dessa leitura? A Bíblia não diz, em momento algum, que era necessário que os mandamentos do ETERNO fossem revalidados. O ETERNO não é homem para que alguém precisa ir lá e confirmar o que é mandamento e o que deixa de ser mandamento. A palavra do ETERNO perdura para sempre!

 

Então se o ETERNO deu o mandamento, esse mandamento permanece!

 

Segundo problema dessa leitura, ela ignora o fato de que Israel não tinha problema quanto a observância do Shabat. Isso você pode ver até nos dias de hoje. É muito difícil, dentro de Israel atualmente, não observar o Shabat. Será necessário fazer um esforço muito grande. Se é assim nos dias de hoje onde Israel é um estado laico, imagina como era nos tempos de Yeshua. Então as pessoas observavam o Shabat. O problema de Israel sempre foi o excessivo zelo com relação ao Shabat. 

 

Entendo o seguinte: Yeshua veio muitas vezes para corrigir aquilo que estava destoando da palavra do ETERNO. Israel não estava destoando por ignorar o Shabat, embora isso apareça como queixa do ETERNO nos profetas. Porém, nos tempos de Yeshua, o principal problema era o excesso de zelo. As pessoas faziam do Shabat algo muito pesado, através do acréscimo de tradições. Então não havia um problema de não observância do Shabat. Se não havia esse problema, não havia por que Yeshua falar sobre isso.

 

Conclusão: Yeshua não desprezou o Shabat. 

 

Quarto mito: os discípulos e o Shabat

 

Algumas pessoas alegam o seguinte: os discípulos de Yeshua não teriam cumprido o Shabat, mencionando a passagem de Marcos 2.23,24, que diz assim:

 

E aconteceu que, passando ele num Shabat pelas searas, os seus discípulos, caminhando, começaram a colher espigas. E os fariseus lhes disseram: vês? Por que fazem no Shabat o que não é lícito?

 

Eles indicam que a passagem acima deixa claro que os discípulos de Yeshua não cumpriam mais o Shabat, por não ser mais necessário. Qual é o problema dessa leitura? Seria Yeshua o menor no reino dos céus?

 

Primeiro problema é que se entendermos que os discípulos fizeram isso a partir de um ensinamento de Yeshua, então pelas próprias palavras de Yeshua, Ele seria o menor no reino dos céus. Como assim? Ora, em Matityahu/Mateus 5:19 diz assim: 

 

Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.

 

Se Yeshua fosse o menor no reino dos céus isso, evidentemente, iria contra nossa fé, fora o fato de que se Yeshua ensinou ou desobedeceu a ele próprio o Shabat, Ele não serviu então para ser o Messias porque o Messias precisava cumprir todos os preceitos da lei com perfeição caso contrário, como poderia Ele dizer que viveu uma vida sem pecado, se o pecado é transgressão da Lei.

 

Segundo problema, Yeshua na realidade ensinou aqui que ninguém deveria morrer de fome por causa do Shabat. Então ele diz em Marcos 2:27:

 

O Shabat foi feito por causa do homem e não o homem por causa do Shabat.

 

Ou seja, os discípulos aqui não estavam colhendo para vender no mercado, eles estavam simplesmente querendo comer alguma coisa porque sentiam fome. Então, se você chegar ao ponto de passar fome por causa da observância do Shabat, então você não entendeu o que é o Shabat. 

 

Esse, de fato, era o problema dos fariseus. Os fariseus tinham as prioridades erradas devido ao que? A uma tradição antibíblica que surgiu de um zelo exacerbado. Vejamos alguns exemplos do que diz a tradição judaica sobre o Shabat, para compreender melhor o porquê de Yeshua os exortar quanto ao seu excesso de zelo.

 

No Talmud, em B. Shabat 2A:

 

Se um mestre de uma casa estende sua mão para fora e coloca [objeto] na mão de um pobre, está culpado de transgredir o Shabat.

 

Onde as Escrituras dizem isso? Em lugar algum!

 

Se [alguém] está lendo um pergaminho no topo de uma laje [no Shabat] e o pergaminho rola de sua mão, ele pode enrolá-lo de volta, se atingir apenas até 10 palmos, mas deve virar o lado escrito para dentro.

 

Isso está em B. Shabat 5A. Novamente a Bíblia fala alguma coisa a esse respeito? Não, de forma alguma!

 

Alguém não deve se sentar perante um barbeiro próximo à oração da tarde [de shabat] até ter orado.

 

Isso em B. Shabat 9B. Novamente a Bíblia fala alguma coisa desse tipo? De forma alguma! E o mais absurdo de todos:

 

Ninguém pode procurar por vermes em suas roupas [no Shabat pois...] Matar um verme é como matar um camelo. (B. Shabat 12A)

 

Ora aqui nós vemos o absurdo dos absurdos! Dizer que matar um verme é como matar um camelo e dizer que isso não pode ser feito no Shabat. E esses são apenas alguns exemplos e há centenas dessas regulações referentes ao Shabat.

 

Entendemos através desses exemplos o porquê de Yeshua se insurgir contra isso. Eles pegaram um preceito bíblico e o transformaram em algo que é extremamente pesado a partir das suas próprias tradições. 

 

Mas qual é a conclusão que podemos chegar: que comer no Shabat não é ilícito. O Shabat não é um dia para se passar fome, até porque é um dia festivo. Yeshua falou conta as tradições e leituras equivocadas e não contra o Shabat propriamente dito.

 

Quinto mito: a cura no Shabat 

 

Algumas pessoas afirmam o seguinte: Yeshua curou no Shabat. Então isso significa que ele trabalhou no Shabat, o que significa que ele aboliu o Shabat.

 

Novamente entramos na questão se Yeshua era o Messias ou não. Se era o Messias, Ele cumpriu a Torá (Lei). Se Ele cumpriu a Lei, essa leitura não pode ser verdadeira.

 

Vejamos o que diz Matityahu (Mateus) 12.11-12:

 

E ele lhes disse: qual dentre vós será o homem que tendo uma ovelha, se num dia de Shabat ela cair numa cova, vão lançará mão dela, e a levantará? Pois, quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por consequência, lícito fazer bem nos Shabatot [Sábados].

 

Ora qual é o problema dessa leitura? Primeira coisa:

 

O trabalho proibido no Shabat é o trabalho secular. É o que, no hebraico, se chama melachá. E melachá é aquela ocupação que você realiza para ter o seu sustento, o seu "ganha pão". É esse tipo de trabalho que é proibido no Shabat. As Escrituras dizem que o Shabat não é um dia para você buscar os seus objetivos seculares. Este é um dia para você estar como o ETERNO, estar em comunhão e não para trabalhar. 

 

Enquanto o trabalho em prol do reino sempre foi lícito no shabat. Yeshua mesmo diz:

 

Ou não lestes na Torá que, aos sábados, os sacerdotes no templo ‘violam’ (entre aspas aqui - na falta de uma tradução melhor) o sábado e ficam sem culpa? (Matityahu/Mateus 12.5)

 

O que Ele quer dizer aqui? Ora, fazer o bem, trabalhar para o reino sempre foi algo lícito no Shabat. Repare na conclusão de Yeshua. Ele não diz “por consequência o Shabat está abolido”. Yeshua diz “por consequência isto é lícito no Shabat”.

 

Qual seria a lógica de Yeshua dizer que alguma coisa é lícita no sábado se ele estivesse sendo abolido? E olha que interessante. Porque que Yeshua menciona esse exemplo da ovelha caindo numa cova?

 

Havia um grupo ainda mais radical e zeloso com relação ao Shabat do que os próprios fariseus, que foram os essênios. E no Documento De Damasco, Coluna 11, diz assim:

 

Se [um animal] cai num poço ou num fosso, não se deve removê-lo no Shabat.

 

Ou seja, eles tinham a premissa de que se caiu algum animal no Shabat dentro de um fosso, não poderia ser removido. E o que acontecia? Eles eram muito criticados pelos fariseus por causa disso. Os fariseus diziam: "Ah! Vocês têm um excesso de rigor e zelo para com o Shabat". 

 

Ao mesmo tempo, os fariseus estavam condenando Yeshua por ajudar um homem. E Yeshua aponta a contradição dos argumentos deles, a hipocrisia do argumento. Eles diziam que os essênios eram radicais demais por não quererem ajudar um animal no Shabat. Ao mesmo tempo, eles diziam que podiam ajudar um animal, mas não podiam ajudar o ser humano. Ou seja, por essa lógica o ser humano era menos importante do que o animal. Yeshua está demonstrando para eles que a leitura que faziam estava equivocada.

 

Então qual a conclusão: mais uma vez, o problema está na tradição humana e não na Bíblia.

 

Sexto e último mito: o Shabat é um fardo

 

Algumas pessoas dizem assim: “Ah! O Shabat é um fardo. Yeshua traz um jugo leve”. Outros dizem que o Shabat é religiosidade. Mas será que a Bíblia diz isso? Será que para a Bíblia isso é um fardo? Em Isaías 58.13-14, diz assim:

 

Se chamares o Shabat deleitoso... Então te deleitarás em YHWH.

 

A Bíblia fala que o sábado é deleitoso e não é pesado! Em Devarim/Deuteronômio 30.11, com relação aos mandamentos de um modo geral, diz o seguinte:

 

Porque este mandamento que, hoje, te ordeno não é demasiado difícil, nem está longe de ti

 

Ou seja, os mandamentos que o ETERNO nos dá não são pesados, o que torna os mandamentos pesados são duas coisas: primeiro o pecado e segundo, o excesso de tradições humanas. Ou seja, a nossa natureza caída, porque muitas vezes substituímos a Torá (Lei) que o ETERNO nos deu por mandamentos de homens e transformamos a fé em religiosidade.


Sha'ul Bentsion

Texto corrigido e adaptado por Francisco Adriano Germano

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