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TESHUVÁ PASSO A PASSO – CAMINHANDO COM FÉ (EP. 12)

 


CAMINHANDO COM FÉ – PARTE I

 

A congregação está cheia. Após uma sessão de música bastante intensa e emocionante, o pregador com o microfone e sua voz imperiosa fazem um apelo emocionado para que a multidão aceite o Messias. Sem entender muito bem o que está fazendo, mas tomado pela emoção do momento, Leonardo* (nome fictício) vai até a frente. Ele levanta sua mão e aceita o Messias. Após lágrimas e aplausos de uma multidão frenética, Leonardo é parabenizado porque agora é um novo convertido. Ele “aceitou o Messias” e agora é um salvo. Ele é esperado em sua congregação semanalmente.

 

Para muita gente, a partir desse momento ou de outro semelhante, Leonardo é um novo convertido, um salvo por assim dizer. E tantos outros passam por situações semelhantes com bastante frequência.

 

Se você percorreu todos os passos até aqui provavelmente está se perguntando se de fato a fé é isso. Se realmente uma pessoa é salva dessa maneira. E se é isso que as Escrituras indicam como sendo o poder do ETERNO de converter o pecador de seus caminhos.

 

Comecemos por entender o que é dito a esse respeito. Geralmente, a parte que diz respeito a precisarmos de salvação não é difícil de entender:

 

Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Elohim; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há no Mashiach Yeshua”. (Romanos 3:23-24)

 

Essa é geralmente a passagem mais citada para falar da questão do pecado. E, de fato, não é difícil de entender: todos os seres humanos são pecadores, e por sermos pecadores, não temos meios de nos relacionarmos com o ETERNO, que é perfeito, sem que ele proveja algo para nos redimir do pecado.

 

Porém, é a partir daí que a coisa costuma complicar. Embora poucos o admitam abertamente, você provavelmente já percebeu que a maioria das pessoas entende que a salvação é basicamente um passe vip para pular o julgamento final, no qual você não teria a menor chance de ser absolvido, e ir morar no céu. Mesmo que esse conceito tão limitado e pueril seja floreado com belas palavras teológicas e textos infindáveis, é essa a ideia incutida nas mentes da maioria das pessoas.

 

Porém, se você sempre se perguntou se existe algo além disso, este passo pretende ser para você o começo de uma resposta. Começo porque há muito em que se aprofundar nesse tema, e o que aqui exponho visa ser tão somente algo para nortear o princípio da caminhada.

 

Para entender melhor a questão, é preciso que façamos uma viagem de volta ao século XVI, onde tudo começou.

 

Nossa história começa com o advento de uma doutrina chamada “teologia da graça livre”.

 

Essa teologia foi criada para se opor a um conceito previamente existente denominado atualmente de “salvação por senhorio”. E o conflito entre ambas que, ressalte-se, coexistem nos meios evangélico e protestante se renova a cada geração, com algum autor lançando crítica ao proponente da outra teologia perdurando até hoje.

 

E a “teologia da graça livre” é extremamente fundamental para o estabelecimento do que podemos chamar de “cristianismo moderno”, isto é, dos tele evangelistas e das mega igrejas.


 

Apenas para título de breve ilustração, cito a descrição de dois teólogos cristãos sobre esse debate. Procurei preservar ao máximo a leitura original de ambos. Lembro que, no momento, não estamos avaliando nenhuma posição, apenas citando as duas partes do debate.

 

O teólogo Arch Rutherford, defendendo a “teologia da graça livre”, afirma:

 

A teologia da 'graça livre' ensina que recebemos a vida eterna quando cremos em Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador pessoal. 'Senhor' se refere à nossa crença de que ele é o Filho de Deus e, portanto, capaz de ser nosso 'Salvador’. A 'fé' é vista como uma resposta simples e descomplicada à verdade que Deus revelou sobre seu Filho, e o presente que ele oferece. Quando Jesus diz: 'em verdade, em verdade vos digo, aquele que crê em mim tem vida eterna' - João 6:47 - 'crer' significa ser convencido e assegurado de que o que ele diz é verdadeiro. (vide João 1:11-13 - what is “free grace” theology)

 

Alguns de seus proponentes são ainda mais radicais na separação entre a salvação e o senhorio. Como exemplo temos a provocativa frase do teólogo Everett Harrison, que diz que o Messias não precisa ser reconhecido como senhor:

 

Uma leitura fiel de todo o livro de Atos falha ao tentar revelar uma única passagem onde as pessoas são pressionadas a aceitar Jesus Cristo como seu Senhor pessoal a fim de serem salvas. ("must christ be lord and savior-no", revista eternity, setembro de 1959)

 

O teólogo John Stevenson, defendendo a “teologia da salvação de senhorio”, afirma:

 

Existe um ensino teológico que anda pelo cristianismo e diz que é possível que alguém aceite Jesus como Salvador sem reconhecê-lo e aceitá-lo também como Senhor; que é possível crer em Jesus sem se arrepender do pecado e se submeter à sua autoridade. Certamente, muitos desses que ensinam tal mensagem o fazem por meio de uma paixão em manter a graça de Deus livre do esforço e das obras humanas. Mas ao reagir a uma falsa doutrina, eu creio que embarcaram no pêndulo de um extremo e abraçaram o outro. Como resultado. Abandonaram conceitos tais como arrependimento e obediência e submissão à mensagem do evangelho […] a fé envolve mais do que assentir a certos fatos históricos. Até mesmo o diabo tem esse tipo de fé. Crês que Deus é um. Fazes bem; até os demônios creem, e tremem. Mas estás disposto a reconhecer, ó tolo, que a fé sem obras é inútil? (Tiago 2:19-20). A fé que salva é a fé que opera. Se ela não opera na sua vida, então também não opera em sua salvação. (Lordship Salvation)

 

Em ambos os casos, percebe-se que os teólogos tentam definir o que é fé. Mas, na realidade, como já vimos antes, é exatamente aí que muitas vezes se criam as heresias: quando homens tentam buscar definições próprias a partir de suas interpretações das escrituras, ao invés de buscarem a definição na própria palavra.

 

Sha’ul (Paulo) define a fé como a forma pela qual Elohim se revela a nós:

 

Porque não me envergonho das boas novas do Mashiach (Messias), pois é o poder de Elohim para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Elohim de fé em fé, como está escrito: mas o justo viverá pela fé”. (Romanos 1:16-17)

 

Observe que ele faz uma citação da Tanach (“Antigo Testamento”). Abaixo, o texto que ele cita do profeta Havakuk (Habacuque), com um pouco do texto adjacente para que possamos melhor compreendê-lo:

 

Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé [be'emunato] viverá. Tanto mais que, por ser dado ao vinho é desleal; homem soberbo que não permanecerá; que alarga como o inferno a sua alma; e é como a morte que não se farta, e ajunta a si todas as nações, e congrega a si todos os povos. (Habacuque 2:4-5)

 

Já conseguimos de imediato perceber que a emunah, citada em Havakuk (Habacuque) e traduzida para o português como fé, é contrastada com o homem desleal.

 

Veremos alguns outros exemplos de como essa palavra é usada nas Escrituras:

 

Porém as mãos de Moshé (Moisés) eram pesadas, por isso tomaram uma pedra, e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Aharon (Aarão) e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado e o outro do outro; assim ficaram as suas mãos firmes [emunah] até que o sol se pós. (Shemot/Êxodo 17:12)

 

É interessante notar que na primeira vez em que a palavra fé aparece nas Escrituras, ela se refira a algo firme. Na história acima, que vale à pena ser lida, as mãos de Moshé precisavam estar firmes. A firmeza da mão é chamada de “emunah” - exatamente a mesma palavra usada em Havakuk (Habacuque). A fé, portanto, é algo firme, sólido, bem estabelecido. Não pode ser algo inconstante.


EMUNAH

Observe as passagens abaixo:

 

Também não pediam contas aos homens em cujas mãos entregavam aquele dinheiro, para o dar aos que faziam a obra, porque procediam com fidelidade [emunah]. (2 Reis 12:15)

 

Porém não se pediu conta do dinheiro que se lhes entregara nas suas mãos, porquanto procediam com fidelidade [emunah]. (2 Reis 22:7)

 

Em ambas as passagens, podemos perceber que a fé não é uma crença, e sim um modo de agir. Nos exemplos acima, o rei Yoshiyahu (Josias) não precisou pedir conta daqueles a quem dava dinheiro para as obras relativas à casa do ETERNO.

 

E a razão para isso é porque eles agiam com “emunah”. Isto é, eles agiam de forma fiel. Em outras palavras, eles eram confiáveis. Aquilo que lhes era pedido, e com o qual eles se comprometiam.

 

A fé não é crença e sim agir de forma confiável, cumprindo aquilo que nos é solicitado pelo ETERNO.

 

Vejamos outro exemplo:

 

Porque havia naquele ofício quatro porteiros principais que eram levitas, e tinham o encargo [be’emunah] das câmaras e dos tesouros da casa de Elohim […] e Matitiyahu, dentre os levitas, o primogênito de Shalum, o coraíta, tinha o encargo [be’emunah] da obra que se fazia em sertãs." (1 Crônicas 9:26,31)

 

Isso só mostra como estão distantes o conceito de "" e o verdadeiro conceito da palavra "emunah" nas Escrituras.

 

Veja como essa palavra se aplica também ao ETERNO:

 

A tua misericórdia, YHWH, está nos céus, e a tua fidelidade [emunatecha] chega até às mais excelsas nuvens. (Salmos 36:5)

 

E os céus louvarão as tuas maravilhas, ó YHWH, a tua fidelidade [emunatecha] também na congregação dos santos. (Salmos 89:5)

 

Ironicamente, nesse caso a palavra “emunah” é traduzida de uma forma que faz muito mais sentido no português de hoje do que a palavra "". Aqui ela aparece traduzida como fidelidade.

 

E por que dizemos que o ETERNO é fiel?

 

Se você observar o relacionamento do ETERNO com Avraham (Abraão), compreenderá exatamente o porquê:

 

Quanto a mim, eis a minha aliança contigo: serás o pai de muitas nações... E disse Elohim: na verdade, Sarah, tua mulher, te dará um filho, e chamarás o seu nome Yitschak, e com ele estabelecerei a minha aliança, por aliança perpétua para a sua descendência depois dele.” (Gênesis 17:4,19)

 

O ETERNO fez uma aliança com Avraham. Nela, ambas as partes tinham algo a cumprir. Falaremos mais adiante sobre a parte que cabia a Avraham. Havia, ainda, a parte que cabia ao ETERNO: ele estabeleceria a descendência de Avraham eternamente, através de Yitschak (Isaque).

 

Em seguida, lemos:

 

E YHWH visitou a Sarah, como tinha dito; e fez YHWH a Sarah como tinha prometido. E concebeu Sarah, e deu a Avraham um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que Elohim lhe tinha falado. (Gênesis 21:1-2)

 

Ou seja, o ETERNO teve emunah, fidelidade. Ele se propôs a cumprir algo como parte de uma aliança que fez conosco, e assim cumpriu. Sendo assim, não é difícil compreender o que é emunah, geralmente traduzida como ‘fé’:

 

É aceitar os termos da aliança com Yeshua, e cumprir o que ele pede de nós.

 

Mas, observe as Escrituras abaixo:

 

Ele lhes deu as seguintes instruções: eis como agireis, com temor a YHWH, lealdade [be’emunah] e integridade de coração. Em todo litígio trazido à vossa presença por vossos irmãos, estabelecidos em vossas cidades, quer se trate de assassínio, de Torá, de preceito ou ordenações esclarecei-os, para que não se tornem culpados diante de YHWH, e que sua ira não se inflame contra vós e contra vossos irmãos. Agi dessa maneira para não vos tornardes culpados. (2 Crônicas 19:9-10)

 

Aqui, Yehoshafat (Jeosafá) instrui os sacerdotes de que eles deveriam agir com emunah (fidelidade), isto é, sendo alinhados com a palavra do ETERNO, não levando o povo a transgredir os seus mandamentos.

 

Desde o dia em que vossos pais saíram da terra do Egito, até hoje, enviei-vos todos os meus servos, os profetas, todos os dias madrugando e enviando-os. Mas não me deram ouvidos, nem inclinaram os seus ouvidos, mas endureceram a sua cerviz, e fizeram pior do que seus pais. Dir-lhes-ás, pois, todas estas palavras, mas não te darão ouvidos; chamá-los-ás, mas não te responderão. E lhes dirás: esta é nação que não deu ouvidos à voz de YHWH seu Elohim e não aceitou a correção; já pereceu a fidelidade [emunah], e foi cortada da sua boca." 

(Jeremias 7:25-28)

 

Nesse trecho, observa-se que o povo não foi fiel; não deu ouvidos à voz do ETERNO. E por isso o ETERNO diz que “a fidelidade pereceu”, isto é, a emunah (fé/fidelidade) é dar ouvidos à voz do ETERNO.

 

Como podemos ver, fé e obediência não estão em lados opostos. A definição de fé é exatamente ouvir à voz do ETERNO e obedecer a essa voz. A obediência é parte da emunah, da fidelidade ou, se preferir a tradução popular, da fé.

 

Existe um desespero das pessoas de que se fizerem qualquer coisa (“obra”) cairão da graça. Isso vem de uma leitura bastante equivocada de Sha’ul (Paulo). Observe o contexto do que ele está dizendo:

 

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Elohim; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos obra sua, criados no Mashiach Yeshua para boas obras, as quais Elohim antes preparou para que andássemos nelas. Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens; que naquele tempo estáveis sem Mashiach, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Elohim no mundo”.  (Efésios 2:8-12)

 

Observe, primeiramente, que esse versículo nunca é citado nesse contexto. Propositadamente, a passagem é citada apenas até o versículo 9 pelos proponentes da graça livre. Porque se continuamos no versículo 10, e em diante, vemos que aparecem aqui outras obras, e que essas são parte do processo da fé: as boas obras de Yeshua.

 

E Sha’ul encerra esclarecendo o contexto de que obra ele se referia: ninguém é capaz de, por mérito próprio, se auto enxertar no povo do ETERNO. Até mesmo os que são povo, se estiverem em pecado serão cortados. E quem é cortado depende da mesma graça de quem nunca esteve no povo.

 

A “obra” que Sha’ul condena como falsa esperança de salvação não é a obra de agir em confiança obedecendo à voz do ETERNO. A obra que ele condena é quando o ser humano tenta se achegar ao ETERNO por meio de seus próprios esforços, e não através do chamado do ETERNO.

 

Porém, supor que a graça seja algo que você só precisa aceitar como verdade, tal qual propõe a “teologia da graça livre” é mais ou menos como se, nos tempos de Moshé, um israelita esperasse ser salvo da escravidão do Egito ficando em casa, e não dando ouvidos à ordem de Moshé de se aprontar, colocar o sangue do cordeiro nas portas, e partir do Egito à ordem dele.

 

Para compreender não apenas o que é fé, ou melhor dizendo, qual é o conceito bíblico de emunah, e a relação entre salvação, graça, fé e obras, podemos recorrer a uma história simples:

 

Imagine que você é um médico e, durante o check-up de um paciente, descobre em um exame que ele está com um tipo de diabetes avançado. Você liga para o paciente, o chama até o seu consultório, comunica o problema, e diz que você irá tratá-lo. Você então entrega ao seu paciente uma série de medicações e começa a auxiliá-lo também a mudar a sua vida. Ele precisará fazer mudanças drásticas nos seus hábitos alimentares. O paciente então ouve o seu diagnóstico, e confia em você. Ele recebe a sua lista de recomendações e começa a segui-la. E faz mudanças na sua forma de viver. E, a partir daí ele começa a se sentir melhor e a recuperar sua vida normal.

 



Nessa pequena parábola, o médico é o ETERNO. Se o médico não ligar para o paciente e comunicar o diabetes, o paciente irá morrer. O paciente não pode fazer nada para descobrir, sozinho, que está com diabetes. Ele depende da ação do médico, que primeiramente o chama para o consultório e lhe revela o problema.

 

Essa ação do médico é o convite da graça de Yeshua. O ETERNO te revela que você está em pecado, através da ação da Ruach HaKodesh (Espírito da Santidade). A Ruach HaKodesh nada mais é do que o “sopro”, que movimenta na direção da santidade. Isso é semelhante ao médico que comunica ao paciente o seu quadro, e avisa que, sem tratamento, ele irá morrer.

 

Assim como todo o processo necessita da ação do médico em primeiro lugar, assim também a graça redentora necessita inicialmente da ação do ETERNO, chamando você a reconhecer-se pecador.

 

O médico então oferece a solução para o problema. A solução oferecida pelo médico é semelhante à obra redentora de Yeshua. É através dele e de seu sacrifício que se torna possível a nós sermos novamente espiritualmente saudáveis.

 

A “teologia da graça livre” é tão absurda quanto supor que o mero fato do paciente acreditar no que o médico está dizendo seja verdadeiro e suficiente para garantir que ele iria viver.

 

Semelhantemente, se você quer viver espiritualmente, se deseja ser salvo, você precisa corresponder ao convite de salvação, agindo em confiança e em fidelidade ao chamado de Yeshua para segui-lo, aprender com ele, e ser seu imitador. Simplesmente declarar que você acredita nele não servirá para nada, sem uma ação de confiança

 

Mas, então, como entender a crítica de Sha’ul às obras, em efésios? Para isso, voltemos à nossa analogia:

 

Imagine que o paciente esteja se sentindo mal, mas não atenda à ligação do médico, e prefira descobrir por contra própria o que ele tem. Ou, imagine que ele até ouça o que o médico tem a dizer, mas prefira tentar se curar através de chazinhos e de uma receita que ele ouviu do vizinho, ao invés de seguir às recomendações do médico, e fazer mudanças em sua vida.

 

Esses dois exemplos seriam exemplos das “obras” criticadas por Sha’ul (Paulo). Tentativas fúteis que o ser humano poderia fazer no sentido de ele próprio, salvar-se, ou se aproximar do ETERNO.

 

De nada adianta o ser humano tentar qualquer caminho que não seja o instituído pelo ETERNO, pois ele não tem poder para fazer qualquer coisa por meio de suas próprias obras, “para que ninguém se glorie”. Evidentemente que ele tem o livre arbítrio de escolher qual caminho irá seguir. Mas somente um caminho o conduzirá à sua cura, isto é, à salvação. Isso não significa, contudo, que é possível acreditar no médico e não seguir sua recomendação. Assim como é impossível dizermos que temos fé em Yeshua se não andamos conforme ele nos instruiu.

 

Continua na parte II

 

Francisco Adriano Germano

Compilação de diversas fontes

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