INTRODUÇÃO AO SHABAT – PARTE I
Portanto,
permanece a observância do Shabat ao povo de Elohim (Hebreus 4:9, do aramaico)
Essa citação é de uma tradução literal
do texto original da carta de Ivrim (Hebreus), do aramaico. Infelizmente, a
tradução para o português transforma o termo Shabat em “repouso”, ao
passo que no chamado “antigo testamento”, o traduz corretamente como
sábado.
Se as Escrituras dizem que a
observância do Shabat permanece para o povo de Elohim, por que ela é
praticamente ignorada nos dias de hoje?
Neste passo, veremos como isso
aconteceu e estudaremos os primeiros elementos que fundamentam a prática
bíblica da observância do Shabat.
Os Dez Mandamentos
Você já reparou que a maioria das
pessoas que dizem crer nas Escrituras têm muitas dificuldades de recitar algo
tão simples quanto os Asseret Hadibrot - os chamados dez mandamentos?
A seguir os dez mandamentos, segundo a
Bíblia:
1
Eu sou YHWH teu Elohim, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim.
2
Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, YHWH teu Elohim, sou Elohim zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.
3
Não usarás
o nome de YHWH teu Elohim em falso; porque YHWH não terá por inocente o que
tomar o seu nome em falso.
4
Lembra-te
do dia de shabat, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua
obra. Mas o sétimo dia é o shabat de YHWH teu Elohim; não farás nenhuma obra,
nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o
teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em
seis dias fez YHWH os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo
dia descansou; portanto abençoou YHWH o dia de shabat, e o santificou.
5
Honra a
teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que YHWH teu Elohim
te dá.
6
Não
matarás
7
Não adulterarás
8
Não
furtarás
9
Não dirás
falso testemunho contra o teu próximo.
10
Não
cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o
seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma
do teu próximo.” (êxodo 20:2-17)
Você já observou quais são os dez
mandamentos segundo a igreja católica? A seguir, a lista oficial do vaticano:
I) Amar
a Deus sobre todas as coisas.
Ii) Não
tomar seu santo nome em vão.
Iii) Guardar
domingos e festas.
Iv) Honrar
pai e mãe.
V) Não
matar.
Vi) Não
pecar contra a castidade.
Vii) Não
furtar.
Viii) Não
levantar falso testemunho.
Ix) Não
desejar a mulher do próximo.
X) Não
cobiçar as coisas alheias. (fonte: catequese da igreja católica)
Sejamos liberais, e partamos do
pressuposto de que os mandamentos católicos 1 e 6 sejam equivalentes aos
mandamentos bíblicos 1 e 7, respectivamente. Embora isso seja discutível,
foquemos aqui nas diferenças mais explícitas.
A primeira coisa que se percebe é a
ausência do segundo e quarto mandamentos bíblicos na listagem católica. Dos dez
mandamentos bíblicos, a igreja católica preserva apenas oito.
E isso não é surpresa, uma vez que os
dois mandamentos bíblicos vão contra a prática da igreja católica. A
proibição contra imagens e cultos a tais imagens seria um embaraço, mesmo com o
jogo de palavras que o catolicismo faz ao afirmar que não adora, mas sim venera
imagens. Claro, qualquer pessoa minimamente familiarizada com a prática sabe
que as imagens e os santos são objeto de culto e de adoração, contrariando
frontalmente o mandamento bíblico.
Para dar conta da ausência desse
mandamento, o mandamento de não cobiçar, que na bíblia é apresentado de forma
genérica - sem distinção de objeto – foi desmembrado em dois. Assim, a contagem
católica chega a nove mandamentos.
Resta ainda o último mandamento: o do Shabat.
Peço a você que releia cuidadosamente o quarto mandamento bíblico. Observe como
ele se refere à observância de um dia específico que foi santificado pelo
eterno: o dia do Shabat.
Esse mandamento foi substituído por
outro: o da observância do domingo. Mas, por que isso ocorreu?
Observe o que diz a própria
enciclopédia católica:
O mundo
estava plenamente maduro para o monoteísmo ou a sua forma modificada
henoteísmo, mas esse monoteísmo se apresentava em vários disfarces, sob a forma
das diversas religiões orientais: na adoração do sol, na veneração de mitra, no
judaísmo, e no cristianismo. (catholic encyclopedia, constantine the great)
Relembremos uma citação que foi
utilizada no primeiro passo:
[...]os
romanos gradualmente receberam todas as religiões dos povos a quem subjugaram,
de modo que roma se tornou o 'templo de todo o mundo.’ (catholic encyclopedia,
syncretism)
A igreja católica é francamente aberta
e transparente, e até mesmo se orgulha, do fato de ter sintetizado várias
religiões numa espécie de fé ecumênica com roupagem bíblica.
Mas, o que tem isso a ver com a
questão do domingo? Bem, o domingo vem exatamente da veneração ao deus-sol Mitra.
Já vimos, no primeiro passo, que é da adoração a Mitra que decorre a prática do
Natal. Mas isso não é tudo:
O domingo
era santificado em honra de Mitra, e o décimo-sexto dia de cada mês lhe era
sagrado como mediador. O dia 25 de dezembro era observado como seu aniversário,
o natils invicti, o renascimento do sol de inverno, invicto pelo rigor da
estação. (catholic encyclopedia, mithraism)
É em Roma, e não nas Escrituras, que
se encontra a base para a guarda do domingo. Aliás, as Escrituras já falavam
sobre tal substituição ao afirmarem:
Disse
assim: o quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de
todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em
pedaços. E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis;
e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e
abaterá a três reis. E proferirá palavras contra o altíssimo, e destruirá os
santos do altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a Torá; e eles serão
entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo.” (Daniel
7:23-25)
É praticamente consenso que o quarto
reino ao qual Daniel se refere é o império romano. E é exatamente Roma quem,
além de perseguir e destruir os santos do eterno, efetuou mudanças nos tempos
do ETERNO e na sua torá.
Mas nada disso deve impressioná-lo. O
que realmente impressiona é que esse mandamento do domingo, um substituto
ilegítimo do Shabat do ETERNO, permanece sobre as Escrituras.
Será que o Shabat que permanece para o
povo do ETERNO é o domingo santificado ao deus Mitra, ou é o dia que ele
próprio santificou? De onde os que observam o domingo estão extraindo tal
prática?
[...]Em
nenhum lugar da bíblia encontramos que cristo ou os apóstolos ordenaram que o Shabat
fosse mudado do sábado para o domingo. Temos o mandamento de Deus dado a Moisés
para santificar o dia de Shabat, isto é, o sétimo dia da semana, o sábado. Hoje
a maioria dos cristãos guarda o domingo porque foi revelado a nós pela igreja
[católica] fora da Bíblia.’ (catholic virginian, ‘to tell you the truth’, pg.
9)
É preciso deixar de lado práticas extra bíblicas e voltarmos para a pureza do que dizem as Escrituras!
A primeira coisa que você deve estar
se perguntando é porque isso é importante.
Para poder te responder, preciso te
convidar a fazer uma viagem no tempo. Voltemos para uma época de muitas
alegrias, mas também de muito trabalho. Uma época de despertar para a verdade,
não muito diferente da época em que vivemos atualmente.
Refiro-me à época de Ezra e Nechemiyah,
popularmente conhecidos como Esdras e Neemias. Você pode ler a respeito deles
nos livros bíblicos de igual nome. Aqui, para o que estamos estudando, é
suficiente dizer que eles foram os principais condutores por trás do retorno do
povo de Yehudah (Judá) à sua terra, após o cativeiro babilônio.
Sacerdote Ezra (Esdras) |
Nessa época, o povo ainda estava
retornando às veredas antigas, mas ainda não havia dado o passo de voltar à
observância do Shabat. Talvez isso seja semelhante ao seu caso. Observe o que
disse Nechemiyah (Neemias):
Naqueles
dias vi em Yehudah os que pisavam lagares ao Shabat e traziam feixes que
carregavam sobre os jumentos; como também vinho, uvas e figos, e toda a espécie
de cargas, que traziam a Yerushalayim no dia de Shabat; e protestei contra eles
no dia em que vendiam mantimentos. Também habitavam em Yerushalayim tírios que
traziam peixe e toda a mercadoria, que vendiam no Shabat aos filhos de Yehudah,
e em Yerushalayim. E contendi com os nobres de Yehudah, e lhes disse: que mal é
este que fazeis, profanando o dia de Shabat? Porventura não fizeram vossos pais
assim, e não trouxe o nosso Elohim todo este mal sobre nós e sobre esta cidade?
E vós ainda mais acrescentais o ardor de sua ira sobre Israel, profanando o Shabat.
(Neemias 13:15-18)
Perceba que Nechemiyah (Neemias)
atribui à não-observância do Shabat como um dos principais motivos pelos quais
o povo perdeu a terra da promessa. Mas, de onde Nechemiyah tirou essa ideia?
Vejamos o que a Torá diz:
Não fareis
para vós ídolos, nem vos levantareis imagem de escultura, nem estátua, nem
poreis pedra figurada na vossa terra, para inclinar-vos a ela; porque eu sou YHWH
vosso Elohim. Guardareis os meus Shabatot, e reverenciareis o meu santuário. Eu
sou YHWH. Se andardes nos meus estatutos, e guardardes os meus mandamentos, e
os cumprirdes, então eu vos darei as chuvas a seu tempo; e a terra dará a sua
colheita, e a árvore do campo dará o seu fruto. (Levítico 26:1-4)
Observe que o reconhecimento do ETERNO
como nosso Elohim passa exatamente pelos dois mandamentos que Roma aboliu: o de
não fazer ídolos e o de guardar o Shabat. Esses são exatamente duas marcas que
distinguiam o povo de Israel dos povos da terra.
Agora observe a consequência da
não-observância e de onde Nechemiyah (Neemias) tirou a sua crítica ao povo:
E
espalhar-vos-ei entre as nações, e desembainharei a espada atrás de vós; e a
vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão desertas. Então a terra
folgará nos seus Shabatot, todos os dias da sua assolação, e vós estareis na
terra dos vossos inimigos; então a terra descansará, e folgará nos seus Shabatot.
Todos os dias da assolação descansará, porque não descansou nos vossos Shabatot,
quando habitáveis nela." (Levítico 26:33-35)
Isso deixa claro que o Shabat é
importante. Mas a questão principal é: por que o Shabat é importante? A
resposta se encontra em Shemot (Êxodo) 31:
Tu, pois,
fala aos filhos de Israel, dizendo: certamente guardareis meus Shabatot;
porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais
que eu sou YHWH, que vos santifica.” (Êxodo 31:13)
O Shabat é, portanto, um sinal da
aliança entre o ETERNO e o seu povo. Mas sinal de quê? A resposta está mais
adiante nessa passagem:
Guardarão,
pois, o Shabat os filhos de Israel, celebrando-o nas suas gerações por aliança
perpétua. Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em
seis dias fez YHWH os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou, e restaurou-se.
(Êxodo 31:16-17)
O sinal, portanto, é da aliança entre
o ETERNO e o seu povo. Se observar o Shabat é sinal de zelo para com a aliança
com o ETERNO, abandonar o Shabat é sinal de desprezo por essa aliança.
Não é à toa que o Shabat é o passo
mais importante e por muita gente considerado o mais difícil de ser dado.
Porque desde os tempos antigos, observar o Shabat significava ter que renunciar
a um dia produtivo.
Lembre-se do passo anterior, em que
falamos sobre fé. Guardar o Shabat é uma demonstração da fé. Assim como não
fazia sentido, do ponto de vista humano, renunciar a um dia produtivo nos
tempos antigos, assim também não faz sentido, do ponto de vista humano, renunciar
a maior lucro ou de um emprego que pague melhor para poder guardar o Shabat.
E é justamente porque não faz sentido
que isso se torna um passo de fé. É preciso confiar no ETERNO.
Muitas pessoas gostam do texto de Devarim
(Deuteronômio) 28, porque de fato ele fala de muitas bênçãos (na parte das
maldições as pessoas costumam fechar as Bíblias). Mas observe a condição
inicial para essas bênçãos:
E será
que, se ouvires a voz de YHWH teu Elohim, tendo cuidado de guardar todos os
seus mandamentos que eu hoje te ordeno, YHWH teu Elohim te exaltará sobre todas
as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão,
quando ouvires a voz de YHWH teu Elohim.” (Deuteronômio 28:1-2)
Observe que a lógica do ETERNO é
antagônica à lógica humana. Se você guardar o Shabat, será abençoado inclusive
financeiramente. É preciso fé para dar esse passo, mas repare que ele significa
confiar uma das coisas mais importantes de sua vida a ele: o seu próprio
sustento!
Veja ainda que o texto de Êxodo 31:13
fala em santidade. O termo hebraico que encontramos nesse trecho é o termo mekadish’chem,
que vem da raiz kadash, que significa separar.
Separar, portanto, o Shabat como dia
de repouso e de comunhão com o ETERNO é um lembrete de que devemos nos separar
das coisas deste mundo. E é isso que temos feito desde o primeiro passo.
Nosso objetivo aqui é cumprir a ordem
do ETERNO que nos diz:
Portanto,
cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente
na graça que se vos ofereceu na revelação de Yeshua HaMashiach; como filhos
obedientes, não vos conformando com os desejos que antes havia em vossa ignorância;
mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa
maneira de viver. Porquanto está escrito: sede santos, porque eu sou santo. (Kefa
alef/1 Pedro 1:13-16)
Observe que para cumprir a ordem do ETERNO
de sermos santos, precisamos renunciar ao nosso desejo, e fazer aquilo que ele
nos determinou.
É comum que muitos pensem que o Shabat
se destina somente a judeus. Mais adiante em nossa série, veremos como o ETERNO
não faz distinção entre o seu povo, e que todos, naturais ou não, pertencem à
oliveira, que é israel.
Porém, como ainda não chegamos nesse
ponto, aqui demonstraremos como o Shabat é para todos, indistintamente.
O primeiro indício disso é o fato de o
Shabat ter sido instituído na criação. Volte ao texto mais acima, de Êxodo
31:13, e você verá que o sinal dado pelo ETERNO remonta à criação, quando não
havia Israel, muito menos judeus. Mas vai além disso.
Você já ouviu algum grupo religioso
usar o bordão “minha casa será chamada casa de oração para todos os povos?”
Certamente que muitos dos que leem já
ouviram essa expressão. É triste constatar, porém, que a maioria ouviu esse
bordão totalmente destituído de seu contexto. Observe o que o texto diz:
"bem-aventurado
o homem que fizer isto, e o filho do homem que lançar mão disto; que se guarda
de profanar o Shabat, e guarda a sua mão de fazer algum mal [...] porque assim
diz YHWH a respeito dos eunucos, que guardam os meus Shabatot, e escolhem
aquilo em que eu me agrado, e abraçam a minha aliança: também lhes darei na
minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor do que o de
filhos e filhas um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará. E
aos filhos dos estrangeiros, que se unirem a YHWH, para o servirem, e para
amarem o nome de YHWH, e para serem seus servos, todos os que guardarem o Shabat,
não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança, também os levarei ao meu
santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os
seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada
casa de oração para todos os povos. (Isaías 56:2, 4-7)
Seria cômico, se não fosse trágico,
que a maioria dos grupos que usa o bordão acima mencionado não cumpre o Shabat,
e sendo assim ignora completamente a condição de que o ETERNO levará à sua casa
de oração aqueles que cumprem o Shabat!
Observe ainda que o ETERNO fala também
aos estrangeiros. E diz que deles tomará aqueles que guardam o Shabat, por amor
a ele, e que assim o servem em sua aliança.
Alguns tentam argumentar que Yeshua,
em seus ensinamentos, teria de alguma forma sido contrário ao Shabat. Observe
algumas das frases de Yeshua:
Porque o
filho do homem também é o Adonai do Shabat. (Mateus 12:8);
Ora, não é
melhor um homem do que uma ovelha? Portanto, é lícito fazer bem nos Shabatot.” (Mateus
12:12)
E orai
para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no Shabat. (Mateus 24:20)
E
disse-lhes: o Shabat foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do Shabat.
(Marcos 2:27)
E os
escribas e fariseus observavam-no, se o curaria no sábado, para acharem de que
o acusar. Mas ele bem conhecia os seus pensamentos; e disse ao homem que tinha
a mão mirrada: levanta-te, e fica em pé no meio. E, levantando-se ele, ficou em
pé. Então Yeshua lhes disse: uma coisa vos hei de perguntar: é lícito nos
sábados fazer bem, ou fazer mal? Salvar a vida, ou matar? (Lucas 6:7-9)
Respondeu-lhe,
porém, Yeshua e disse: hipócrita, no sábado não desprende da manjedoura cada um
de vós o seu boi, ou jumento, e não o leva a beber? E não convinha soltar desta
prisão, no dia de sábado, esta filha de Avraham, a qual há dezoito anos o
acusador tinha presa? (Lucas 13:15-16)
Observe que em momento algum Yeshua afirma
que o Shabat foi abolido, ou que não é importante. Pelo contrário: se ele
tivesse abolido o Shabat, não faria sentido esclarecer que é lícito fazer o bem
no Shabat! Bastaria que ele dissesse que o Shabat não existe mais, ou que nunca
existiu.
Também não haveria sentido em Yeshua se
proclamar senhor de algo que não existe, ou que estava para se tornar obsoleto.
E se atentarmos para o contexto de Matitiyahu (Mateus) 24, observaremos que ele
se refere a tempos posteriores à morte de Yeshua. Não faria sentido Yeshua dizer
que eles deveriam orar para que a fuga não ocorresse no Shabat, se o Shabat foi
abolido.
E se atentarmos para o todo das
críticas de Yeshua às práticas e armadilhas dos fariseus e dos escribas,
observaremos que ele estava muito mais corrigindo os desvios de grupos que
transformaram o Shabat num fardo, do que se posicionando contra o Shabat em si.
Continua na parte II
Francisco
Adriano Germano
Compilação
de diversas fontes
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