Com efeito, quase
todas as cousas, segundo a Torah, se purificam com sangue; e, sem derramamento
de sangue, não há remissão. (Ivrim/Hebreus 9.22)
Porque a vida da
carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação
pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida. (Vayicrá/Levítico
17.11).
Entretanto, o profeta Yeshayahu/Isaías
foi perdoado sem derramamento de sangue de um animal, para expiação do seu
pecado. (Yeshayahu/Isaías 6.7). E o mesmo se deu com o rei David, após seu
pecado de adultério com Bate-Seba. (Sh’umel Beit/2 Samuel 12.13). Vejam o que o
rei David disse:
Bem sei que tu não
te agradas de sacrifícios, do contrário eu os daria; tu não te deleitas em
holocaustos. (Tehilim/Salmos 51:16).
Seria isso uma contradição da
Bíblia?
De maneira nenhuma, pois apesar
de não ter sido derramado sangue, para que Yeshayahu e o rei David fossem
perdoados, todavia Elohim já tinha como consumado o sacrifício do Cordeiro
Yeshua e o sangue dele sendo derramado não só para perdoar o pecado deles, mas
também o de todos aqueles que haveriam de crer no sacrifício do Seu filho
Yeshua.
Aqui podemos ver perfeitamente
que o ser humano não é perdoado e nem justificado pelo sangue de animais
derramado em sacrifício no altar do holocausto, porque os animais sacrificados
no Mishkan/Tabernáculo ou no Beit HaMikdash/Templo eram na realidade figuras do
verdadeiro Cordeiro de Elohim que tira o pecado do mundo, através de seu único,
porém perfeito e eterno sacrifício. (Yeshayahu/Isaías 53.7).
Todos os crentes que viveram
desde Adan/Adão até Yeshua, foram justificados pela fé, como foi Avraham/Abraão
Avinu (Bereshit/Gênesis 15.6). E essa fé é condicionada ao sacrifício de
Yeshua, pois se Yeshua não fosse morto como um cordeiro perfeito e sem mancha,
sem pecado, ainda que alguém tivesse fé em Elohim, isso não seria suficiente
para que a expiação fosse realizada. Sendo assim, todos os crentes que viveram
de Adan até Yeshua obtiveram o perdão, através da fé na promessa de que Elohim
enviaria o Mashiach/Messias para realizar a redenção deles.
Ora, todos os que viveram; os que
vivem nos dias de hoje e; os que viverão ainda, respectivamente foram, são e
serão perdoados pela fé no sacrifício de Yeshua. E isso não apenas para o povo
israelita, mas para todo aquele que crê nessa redenção realizada por Elohim e o
seu Filho amado Yeshua.
Porque Elohim amou
o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que
n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (Yochanan/João 3.16).
E tanto Yeshayahu como o rei
David obtiveram o perdão dos seus pecados pela fé em Elohim e na promessa da
redenção através do Mashiach. Por isso mesmo o Eterno perdoa a todos que
arrependidos confessam seus pecados a Ele e creem no poder expiatório do sangue
de Yeshua que foi DERRAMADO por todos os pecadores, pois nesse sacrifício,
obviamente está implícito todo plano da redenção.
Mas, por que a maioria dos judeus
não crê que Yeshua seja o Mashiach? Porque infelizmente enquanto os judeus
continuarem presos ao legalismo estabelecido por eles mesmos, dentro da
Primeira Aliança (“Antigo Testamento”), nunca poderão entender a
profundidade da mesma, que são decifrados na Segunda Aliança (“Novo
Testamento”), a qual foi predita por Yrmiyahu/Jeremias 31.31-34. Essa Brit
haChadashah/Segunda Aliança foi revelada em Yeshua e está descrita no cânon,
nos livros que foram escritos pelos talmidim, discípulos do Mashiach Yeshua. E
ela terá total cumprimento quando Ele voltar para reinar em Jerusalém e sobre
todas as nações.
Israel, como nação (povo) é o
primogênito do ETERNO dentre todas as nações (Shemot/Êxodo 4.22,23), mas o
texto de Tehilim/Salmos 89.26-27, onde o ETERNO se dirige ao rei David, o qual
é um tipo do Mashiach como rei referem-se a um indivíduo, ao Mashiach e não a
uma nação. E, em muitas outras passagens bíblicas também é citado o Mashiach
como sendo o filho primogênito do ETERNO.
Yeshua, o servo sofredor
descrito por Yeshayahu.
Todavia, Israel, muito embora
seja chamado de servo em várias passagens bíblicas, inclusive no livro de Yeshayahu/Isaías,
todavia nesse capítulo 53 não existe nada que prove ser de Israel que o profeta
fala. Ainda mais porque o sangue de um povo ou de um ser humano pecador jamais
serviu como kaparah, EXPIAÇÃO dos pecados de outros homens senão o de um
homem justo, o Mashiach, o qual foi profetizado figuradamente pelos animais
(Yeshayahu/Isaías 53.7) que eram oferecidos no Mishkan/Tabernáculo.
Como é possível se dizer que
sangue humano não expia pecado e sim o sangue de animais que eram oferecidos no
Mishkan e ao mesmo tempo dizer que Israel é esse servo que EXPIA pecado?
(Yeshaiyahu/Isaías 53.10). Como pode ser Israel se no verso 6 o profeta diz que
a iniquidade de nós todos, o ETERNO fez cair sobre esse servo fiel? É evidente
que aqui também se inclui a iniquidade de Israel. Como pode Israel sendo
pecador expiar o pecado de alguém?
O autor da carta aos hebreus diz:
Porque mudando-se
o sacerdócio, necessário se faz também mudança da lei. Visto ser manifesto de
que nosso Mashiach procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moshe/Moisés
falou de sacerdócio. E muito mais manifesto é ainda se à semelhança de
Melquisedeque se levantar outro sacerdote. Porque d'Ele assim se testifica: Tu
és sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque. (Ivrim/Hebreus 7.12,
14,15, 17; Tehilim/Salmos 110.4).
Portanto, a Primeira Aliança foi
selada com sangue de animais, o qual era figura do sangue do Mashiach na
Segunda Aliança. E como já foi dito acima também o sacerdócio levítico foi
mudado, para um perfeito e eterno segundo a ordem de Melquisedeque. Porque
Yeshua fez apenas um sacrifício, porém perfeito e eterno, enquanto os
sacrifícios oferecidos no Mishkan/Tabernáculo pelos sacerdotes levitas eram
imperfeitos, do contrário não seria necessário repeti-los e não seria
necessário outro sacerdócio e nem de outro sacrifício.
A Torah não foi abolida por
Yeshua, ao contrário ela foi cumprida por ele, para que pudéssemos ser
justificados diante do ETERNO, pois para nós era impossível cumpri-la. Hoje
não estamos mais debaixo da condenação e nem da maldição da Torah e sim sob as bênçãos decorrentes dela. (Devarim/Deuteronômio 28:1-14).
Porque agora temos a Torah,
escrita pela Ruach HaShem em nossos corações e não apenas no Sêfer Torah.
Por Paulo Valle
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