No próximo dia
15 do Calendário Bíblico (13/04/2025 – ao pôr do sol), Israel celebrará o seu
feriado mais importante. É um feriado tão importante que 80% dos judeus o
celebram ativamente – mesmo aqueles que estão mais afastados da fé.
O nome “Pessach”
vem do hebraico que significa “passar por” ou “passar através”,
ou ainda “poupar”. Refere-se ao fato de que na noite da libertação, o
ETERNO “passou pelas” casas dos israelitas e poupou suas vidas. Para os
crentes no Mashiach Yeshua, refere-se ainda ao dia em que, morrendo por nós, o
ETERNO nos “poupou” de toda a condenação do pecado. Não é à toa que o
nome “Corban Pessach” é dado ao sacrifício do cordeiro que era feito no
Beit HaMikdash (Templo) para esta ocasião.
A
LIBERTAÇÃO DE ISRAEL
O surgimento de
Israel como nação remonta a uma noite sombria, a última noite no Egito (Shemot/Êxodo
12). Ao contrário das demais nações, que costumam celebrar sua independência
com desfiles, picnics, festas ou fogos de artifício, esta celebração
ocorre dentro de uma casa, com a família, ou pequenos grupos de família, que
ajudam a lembrar do verdadeiro sentido de Israel: ser a família de
Elohim, unida por laços indeléveis, mesmo quando dispersa entre as nações, como
é o caso da Casa de Israel que hoje podem celebrar o Pessach.
Neste Dia da
Independência, os participantes celebram, à volta de uma mesa com ervas
amargas, pães ázimos e vinho, as promessas e atos do ETERNO que estão em
conexão com a nossa redenção. Este Dia da Independência é dedicado ao ETERNO,
que expressou de forma tão grande Seu amor por nós ao nos redimir do cativeiro.
Para nós,
seguidores de Yeshua, é um dia de tripla alegria: a libertação de nossos pais
do Egito, a redenção dos nossos pecados no Messias, e a futura celebração com
Ele no Seu retorno. Apesar da alegria da libertação, não é uma ocasião totalmente festiva: lembramos
também do sacrifício, lembramos do sofrimento de nossos pais, e de nosso
Messias, e lembramos que a liberdade não vem de graça, mas tem um preço.
Mais do que
qualquer coisa, este Dia da Independência, este festival da libertação expressa
uma verdade singular: foi o ETERNO que fez tudo. Tanto na libertação do Egito,
quanto na Sua morte no madeiro. Nenhum exército poderoso enfrentou os egípcios,
nem tampouco legião de anjos alguma veio acudir nosso Messias no madeiro. No
primeiro caso, a liberdade veio em uma noite negra com a família reunida, porém
já pronta e aguardando a libertação. Libertação não somente física, mas também
da servidão espiritual. Quando chegou o tempo do ETERNO, os egípcios não só
libertaram, mas imploraram para que Israel saísse, e ainda deram ouro e
riquezas. Foi a mão do ETERNO que tudo conduziu.
Quando chegou o
tempo do sacrifício voluntário de Yeshua, não fomos nós que tivemos que
enfrentar as consequências de nossas transgressões, mas foi o ETERNO que
voluntariamente as assumiu para nós. Tanto os eventos da libertação da
escravidão no Egito como o Seu sacrifício nos fizeram entender que o ETERNO não
é apenas mais uma divindade, mas sim o Rei da Criação, o Adonai da História, o
ETERNO é o nosso Salvador, o ETERNO e somente Ele.
Nós fomos
remidos, tanto do Egito quanto do pecado, com um único propósito: o de
servi-lo. E para isto Ele nos deu a Torá: nosso manual de como servi-lo. A
verdadeira liberdade não é a negação da escravidão, mas o nosso desejo de
aceitar servi-lo. Só quando aceitamos viver de acordo com os padrões do
ETERNO é que atingimos nosso objetivo de total liberdade. Foi assim com Israel
como um povo: quando voluntariamente dissemos, aos pés do Sinai, que tudo
aquilo quanto o ETERNO dissesse, nós faríamos. Ali, fomos libertos de qualquer
senhor humano, e nos tornamos servos do Senhor dos senhores. Assim como cada
família, na noite de Pessach, hoje podemos escolher: serviremos ao ETERNO e
seremos livres, ou serviremos aos homens e seremos escravos.
OBSERVÂNCIA
BÁSICA
Durante os sete
dias da festa dos pães ázimos, nós não devemos comer nem ter em nossas casas nemhum
alimento que contenha hamets (fermento biológico/levedura). Portanto,
procuramos limpar a casa destes produtos antes dos sete dias de Chag
HaMatzot.
Para compreender
plenamente o que é o chamets, é preciso levar em conta mais uma coisa:
Como era produzida a massa fermentada, numa época em que não existia fermento
biológico seco. O processo até hoje é empregado naquilo que chamamos de “fermentação
natural”.
A fermentação
natural da antiguidade era realizada da seguinte forma: fazia-se a massa com
grãos moídos e água. A massa era armazenada por alguns dias (normalmente cerca
de uma semana). Essa massa envelhecida já era considerada “chamets”. É
se referindo a ela que Sha’ul (Paulo) diz:
Não
sabeis que um pouco de hamets leveda a massa toda? (Curintayah Alef/1 Coríntios
5:6)
A segunda
observância básica está no fato de que o primeiro dia deste festival e o último
são Shabatot, e, portanto, semelhantemente ao Shabat semanal, não devemos
trabalhar, nem fazer os outros trabalharem por nós, nem comerciar, exceto o que
diz respeito ao comer (cozinhar, por exemplo).
A terceira
observância básica é a de contar a história de Pessach durante esta época. O “contar”
no hebraico é Hagadá, e é assim que tradicionalmente chamamos a parte
cerimonial que é feita no seder de Pessach.
O SEDER DE
PESSACH
A palavra ‘seder’
significa ‘ordem’, e se refere à ordem cerimonial do jantar que é feito
na noite de Pessach.
De fato, a única
cerimônia que podemos identificar como "Ceia do Senhor" é o
Seder de Pessach (a ceia da "Páscoa Judaica"). O que as
igrejas fazem, seja com a regularidade que for, é uma distorção absoluta das
Escrituras, herdada da prática do catolicismo romano, que procurou se desfazer
de tudo aquilo que considerou "judaico".
Se observarmos o
relato dos talmidim (discípulos) de Yeshua, vemos que Yeshua estava
celebrando o Pessach. Se atentarmos para Curintayah Alef/1 Coríntios, podemos
perceber que toda a drashá (exposição) de Sha'ul (Paulo) é em cima da
temática do Pessach. Como por exemplo esta:
Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque o Mashiach, nossa Pessach, foi sacrificado por nós. Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade. (1 Co.5:7,8)
Infelizmente, as
igrejas não se dão conta de que o texto de Curintayah (Coríntios) é um TODO,
uma carta, e que deve ser lido em sua totalidade para que possamos derivar
contexto.
O que se vê nas
igrejas por aí? Citam 1 Co. 11, dissociado de qualquer contexto, para
justificar a prática da "ceia". Porém, quando lemos o
contexto, podemos perceber que a única "ceia" a que Sha'ul (Paulo)
se refere é justamente o Pessach.
Sendo assim,
quando é que participamos do corpo e do sangue do nosso Adon Yeshua? No
Pessach, exatamente como recomendam as Escrituras!
Já com relação à
proibição da participação, esse é novamente um ponto em que as igrejas tiram o
texto do contexto, e criam doutrinas de homens. Por exemplo, a maioria das
igrejas diz que "para participar, é preciso ser batizado".
Onde encontramos isso nas Escrituras? Em lugar algum.
O contexto do "comer
indignamente" é bastante simples, e explicado alguns versículos acima:
De
sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer o seder de nosso
Adon. Porque, comendo, cada um toma antecipadamente o seu próprio seder; e
assim um tem fome e outro embriaga-se. Não tendes porventura casas para comer e
para beber? Ou desprezais a kehilá de Elohim, e envergonhais os que nada têm?
Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo. (1 Co. 11:20-22)
O "comer
sem discernir o corpo" era a postura de alguns em Corinto de que lá
estavam para participar de um banquete, um festival, e cada um enchia o prato,
e sequer se preocupava em partilhar com os demais. Sha'ul (Paulo) os condena
por não tratarem do seder como ele deve ser: um momento ritual de profunda kedushá
(santidade) perante Elohim, e que deve ser partilhado por todos enquanto
congregação, e não um evento para cada um encher a barriga isoladamente e ainda
deixar outros sem participar. Podemos perceber que isso nada tem a ver com
pecado ou mesmo com maturidade.
O mais engraçado
é inclusive a proibição às crianças de participarem da "ceia",
quando o seder de Pessach tinha a participação das crianças (como forma de
aprendizado) como ponto central e ORDENADO por Elohim (Ex. 12.26 em diante).
Qual a conclusão
sobre a "ceia" conforme praticada nas igrejas, então? Vejamos:
- Erram na
data
- Erram na
frequência
- Erram ao
desprezar o contexto da festa bíblica
- Erram ao
servir pão fermentado
- Erram ao
não avaliar uma possível influência pagã na prática, que deriva da igreja
Romana.
- Erram ao
interpretar os requisitos de 1 Co. 11
- Erram ao
estabelecer critérios inexistentes para a participação.
- Proíbem
crianças de participar, coisa que jamais aconteceu no Pessach, e que contraria
o mandamento de Elohim
Enfim, podemos
perceber que é uma prática que deve ser completamente evitada por nós. Sigamos
unicamente as Escrituras, e celebremos o corpo e o sangue de Yeshua no Pessach,
como determinou Elohim.
YESHUA E O
PESSACH
Por décadas, os antimissionários
têm afirmado que Yeshua não poderia ter expiado os nossos pecados, visto que em
tese não há expiação dos pecados no Pessach.
Vemos que não
é bem assim. A Torá nos relata em Bamidbar (Números) 28:
E aos quinze dias do mesmo mês haverá festa; sete dias se comerão pães ázimos. No primeiro dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil fareis; Mas oferecereis oferta queimada em holocausto a YHWH, dois novilhos e um carneiro, e sete cordeiros de um ano; eles serão sem defeito. E a sua oferta de alimentos será de flor de farinha misturada com azeite; oferecereis três décimas para um novilho, e duas décimas para um carneiro. Para cada um dos sete cordeiros oferecereis uma décima; E um carneiro para expiação do pecado, para fazer expiação por vós.
(Bamidbar/Números 28:17-22)
Vemos, portanto,
que a expiação dos pecados não se restringia ao Yom Kipur, mas era também
realizada na época do Pessach! Nossos sábios dizem que o sacrifício começava
com as expiações oferecidas ao longo do ano, e se completava no Yom Kipur. Esse
carneiro era morto exatamente quando Yeshua foi morto! Assim sendo, podemos
dizer que Yeshua morreu para expiar nossos pecados.
Yeshua também
iniciou em Pessach, no início do ano, a nossa expiação, tendo-a concluído ao
apresentar Seu sangue no Kodesh Kodashim (Santo dos Santos) celestial, no Yom
Kipur! Não bastava que Elohim nos perdoasse. Era preciso reverter a morte
espiritual que se abateu sobre nós. Nós nos tornamos escravos do devorador, ao
nos alinharmos com ele. Esse alinhamento requeria a morte.
No Egito, quando
o devorador vinha confiscar as vidas que a ele pertenciam, Elohim passava pela
casa dos filhos de Israel e, ao ver o sangue, impedia que o devorador entrasse.
Aquele cordeirinho havia pago com seu próprio sangue pela vida daqueles que nos
seus lares estavam. Da mesma forma com Yeshua, o cordeiro de YHWH. Quando o
devorador cobra a nossa morte espiritual, pois dele nos tornamos escravos,
Elohim aponta para o sangue de Yeshua e repreende o devorador de almas!
Graças damos a
Elohim Avinu, porque Aquele que se entregou por nós, é suficiente para expiar
por todos os nossos pecados, e nos livrar da morte.
Veja como é
lindo e perfeito o plano de salvação de YHWH!
Sha’ul Bentsion
Texto revisado por Francisco Adriano Germano
Amo essas informações me edifica muito e me estrutura o conhecimento acerca das Escrituras Sagradas. Parabéns por nos proporcionar um tão rico conhecimento
ResponderExcluirAgradeço pelo comentário! Que YHWH te abençoe!
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