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6 MITOS SOBRE O DOMINGO

 


Neste artigo, trataremos sobre os seis principais mitos acerca do domingo. Iniciaremos com a seguinte introdução: será que o domingo, de fato, está no lugar do shabat enquanto mandamento de dia sagrado?

 

Sabemos que a Escritura Sagrada determina incontestavelmente a observância do shabat - o sétimo dia da semana - como mandamento:

 

Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado de YHWH teu Elohim; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez YHWH os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou YHWH o dia do sábado, e o santificou.

Êxodo 20:9-11

 

Porém, alguns teólogos afirmam que na Brit Chadashá (Aliança Renovada, conhecida como “Novo Testamento”), o shabat teria sido substituído pelo domingo. Será mesmo? Analisemos se esta informação está de acordo com os escritos apostólicos.

 

Começamos então como primeiro mito:  

 

1. YESHUA TERIA RESSUSCITADO NO DOMINGO.

 

Essa é a base de todos os argumentos acerca da observância do domingo. E para isso se utilizam, por exemplo, dos versículos a seguir

 

E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. Mateus 28:1

 

E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado, e algumas outras com elas. Lucas 24:1

 

Para que possamos entender se, de fato, Yeshua ressuscitou no domingo, precisamos olhar para os dois calendários que eram vigentes na sociedade daquele tempo: o calendário romano - calendário oficial do Império Romano e o antigo calendário judaico (bíblico).

 

1.1 O Calendário Romano

 

Esse calendário possuía algumas particularidades:

 

a) A duração da semana é de 7 dias (como estabelecido nas Escrituras) porém, os nomes dos dias da semana são em homenagem a 7 deuses / 7 astros conhecidos naquele tempo. Por conta disso, nas línguas derivadas do latim (língua oficial do Império Romano) ou que tiveram forte influência deste, o nome dos dias da semana manteve essa nomenclatura (exceto o português, onde os dias da semana seguem o padrão dado pela Igreja Católica – segunda-feira, terça-feira etc.);

 

b) O dia no calendário romano se iniciava ao nascer do sol. Portanto o domingo iniciava nas primeiras horas do dia;

 

c)Na idade média, a mudança do dia passou a ser realizada à meia-noite. Isso é comentado na obra History Of The Hour: Clocks And Modern Temporal Orders que diz assim:

 

“O método comum hoje, de contar 24 horas contínuas a começar da meia-noite apareceu na idade média.” (gerhard dohrn-van rossum, “history of the hours: clocks and modern temporal orders”, pg. 117)

 

E de onde surgiu essa ideia de iniciar o dia à meia-noite? Na referida obra, na página 36, diz assim:

 

“vigílias [dos monastérios católicos] começavam depois da meia-noite e se concluíram enquanto ainda era noite”.

 

Havia um hábito das vigílias à meia-noite, nos monastérios católicos, e isso deu origem a iniciar o dia a meia-noite.

 

Aqui temos uma explicação do padre Edward McNamara, no seu artigo “the origin the midnight mass”, diz assim:

 

“o Papa Sixtus III decidiu honrar a proclamação da divina maternidade de Maria no concílio de Éfeso construindo a grande basílica de Santa Maria Maior no Monte Esquilinho... [Sixtus III] instituiu a prática da missa da meia-noite nesse oratório estilo gruta”.

 

O que aconteceu aqui: o calendário romano, nos tempos de Yeshua, começava o seu dia a partir do nascer do sol. Com o passar do tempo, por conta da ideia da missa da meia-noite, os monastérios começaram a adotar esse hábito de liturgias a meia-noite e a partir daí, então, derivou-se a prática de contar os dias a partir da meia-noite que tem origem, aqui como vimos, nessa homenagem a uma divina maternidade de Maria, proclamada pela igreja católica.

 

Se nós compararmos com a bíblia que fala dos discípulos de Yeshua indo ao sepulcro antes do nascer do sol, nós vimos que pelo calendário romano da época, ainda não era domingo.

 

Vamos olhar o antigo calendário judaico que o calendário bíblico.

 

1.2 O Calendário Judaico (Bíblico)

 

a) A semana no calendário judaico baseia-se no relato de Gênesis 1, na criação, e o dia se iniciava ao pôr-do-sol. Ele ia de um pôr-do-sol ao próximo pôr-do-sol;

 

b) Os dias festivos, isso é muito importante, também eram chamados de sábado;

 

Não entraremos na questão dos três dias entre a morte e a ressurreição de Yeshua, mas existe uma confusão feita pela igreja cristã acerca desses dias, por não entender que um dia festivo também era habitualmente chamado de shabat.

 

c) O primeiro dia da semana no antigo calendário judaico - calendário bíblico, começava ao pôr-do-sol do sábado nosso calendário civil. Portanto, o sábado ao pôr do sol se encerrava o shabat e começava o primeiro dia.

 

Relembremos o que está escrito em Mateus 28.1:

 

E, no fim do sábado (Shabat), quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.

 

Que momento era esse? Era o término do shabat e início do primeiro dia da semana momento, inclusive, que se encontrava escuro porque havia já ocorrido o pôr-do-sol e nós estávamos no que seria, para o nosso calendário, no sábado à noite.

 

Portanto, Yeshua não ressuscitou no que é o nosso domingo hoje do calendário atual e sim no sábado à noite que se referia ao primeiro dia do calendário bíblico.

 

Então, podemos resumir alguns dos problemas de se afirmar que Yeshua ressuscitou no domingo.

 

Primeiro problema: O atual domingo não existia no primeiro século, nem no calendário romano, nem no calendário judaico.

 

Segundo problema: O nosso calendário é baseado na semana romana, mas o domingo atual é baseado no que? Ele é baseado no dia do deus sol e o seu início é baseado na mariolaria, porque vem da prática da missa à meia-noite.

 

Terceiro problema: O primeiro dia judaico começava ao pôr do sol de sábado e não no domingo, nem no domingo romano da época, nem no domingo atual.

 

Em nenhum momento, a Bíblia diz que a ressurreição de Yeshua mudaria os tempos estabelecidos pelo ETERNO. Mas quem a Bíblia afirma que mudaria os tempos do ETERNO?

 

Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo. (Dn. 7.25)

 

Ou seja, quem é responsável por mudar os tempos do ETERNO não são os seguidores de Yeshua, mas sim o próprio inimigo do ETERNO!

 

2. OS DISCÍPULOS SE REUNIAM AOS DOMINGOS

 

Algumas pessoas evocam um suposto exemplo dos discípulos. Então usam essa passagem muito comum de Atos 20.7, que diz:

 

No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite.

 

Qual é o problema dessa leitura? Primeiramente, os discípulos se reuniam diariamente. Vemos isso em Atos 2.46, que diz:

 

Diariamente perseveraram unânimes no templo, partiam o pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração.

 

Se os discípulos se reuniam diariamente, o fato de termos uma instância dos discípulos se reunindo no primeiro dia da semana não significa que o dia sagrado foi transferido para o primeiro dia da semana. Os próprios judeus ortodoxos, herdeiros espirituais do farisaísmo, também se reúnem diariamente. Até hoje isso é assim e nem por isso o dia sagrado é modificado. Reunir-se não é mudar o dia santificado pelo ETERNO.

 

Qual é o segundo problema dessa leitura?

 

O horário indica uma outra coisa. Se formos avaliar aqui o que aconteceu, veremos que Paulo prolongou o discurso até meia-noite. Quando é que eles estavam reunidos? No que é hoje o nosso sábado à noite!

 

Como já vimos, o primeiro dia da semana começava no pôr-do-sol do sábado até o próximo pôr-do-sol (domingo). Portanto, não podemos aqui concluir que eles estavam reunidos no domingo à noite no que seria o domingo da nossa concepção.

 

Os judeus desde aquela época já se reuniam no final do sábado bíblico, do shabat, para celebrarem com uma refeição festiva e era exatamente o que estava acontecendo aqui. Para celebrar o final do shabat, os discípulos estavam reunidos ou talvez porque tinham passado, como era costume deles, o shabat todo nas sinagogas argumentando com os demais judeus acerca de Yeshua e ao acabar o shabat, eles se reuniram para fazer essa refeição.

 

Essa prática é mencionada, inclusive, pelos escritos judaicos antigos como a mishná (em berurá 296:21) que fala dessa refeição como parte da prática de encerramento do shabat e início do primeiro dia.

 

Essa passagem não se refere nem ao domingo, porque está falando de sábado à noite, nem tampouco indica uma mudança no dia sagrado.

 

Outra passagem que é evocada pelas pessoas com frequência encontra-se em João 20.19, que diz assim:

 

Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos moradores da Judeia, veio Yeshua, pôs-se no meio e disse-lhes: paz seja convosco!

 

Essa é uma leitura bastante equivocada. Primeiramente, estar reunido mais uma vez não significaria mudar o dia santificado do ETERNO! Se não teremos que concluir que todas as vezes que os discípulos se reunissem o dia mudaria. Então se os discípulos, amanhã, se reunissem no quarto dia mudaria para o quarto dia? Não faz sentido essa lógica.

 

Segundo: os discípulos aqui claramente não estavam reunidos com o fim sequer de culto! Eles estavam reunidos porque estavam com medo da perseguição. Eles estavam fechados em um local e aí Yeshua aparece a eles.

 

Uma outra leitura equivocada que deriva também dessa é a leitura de João 20:26, que dizem que serve como um segundo exemplo, porque diz que oito dias depois os discípulos teriam mais uma vez se reunido.

 

Porém, aqui é um grave erro de matemática, porque se Yeshua pareceu para eles nesse primeiro dia da semana, oito dias depois seria o segundo dia da semana e não o primeiro!

 

Qual é o total de passagens que mostram os discípulos guardando o primeiro dia da semana na Bíblia como se fosse o dia sagrado que é indicado pelos mandamentos do ETERNO? Nenhuma, zero!

 

3. CORINTO E O DOMINGO

 

Alguns tentam provar a observância domingo através de uma passagem que Paulo escreve aos coríntios que diz assim:

 

No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for. (1 Co 16.2)

 

Qual é o problema dessa leitura?

 

Primeiramente não há nenhuma conexão entre essa leitura e o dia de culto. Aqui Paulo está simplesmente falando de uma prática e não de um dia sagrado. Qual era prática? Que nos dias comuns, nos dias de trabalho, as pessoas deveriam juntar uma parte dos mantimentos ou do seu sustento para doarem para congregação de Jerusalém, que estava em dificuldades.

 

Essa prática também já se define aqui claramente como sendo uma prática que era realizada nas casas. Não era uma prática que era realizada por uma congregação. Então, já não pode ser um dia de reunião para um culto.

 

A Bíblia jamais afirma que Corinto se reunia no primeiro dia como dia sagrado. E mesmo que Corinto se reunisse no primeiro dia, conforme vimos, o fato de haver uma reunião não indica um dia sagrado. Uma coisa você se reunir para orar ou para o fim que for. Outra coisa é você guardar um dia completo para estar na presença do ETERNO, conforme Ele determinou.

 

Prova disso, como já falamos aqui, os judeus reúnem-se diariamente para orar e nem por isso deixam de guardar o sétimo dia.

 

Segundo o problema dessa leitura: O fato da coleta ser feita no primeiro dia já indica que, de fato havia o que? Uma observância com o próprio shabat! Porque no shabat se evitava mexer com dinheiro, com mercadorias e com coisas seculares.

 

Por isso mesmo Paulo fala para eles separarem no primeiro dia. Ou seja, deveriam ir juntando nos dias seguintes que são dias de trabalho para poder ter um total quando ele chegasse. Sempre foi prática comum entre os judeus começaram a separar coleta após o shabat ou mesmo recolher coleta após o shabat.

 

Em outras palavras, essa prática indicava justamente o quê? A santidade do shabat! Se algo pode ser dito acerca da passagem de 1 Coríntios 16.2 é justamente que ela reforça a validade do shabat, porque demonstra que o primeiro dia foi um dia comum de trabalho.

 

4. JOÃO E O CHAMADO DIA DO SENHOR

 

Alguns dizem que a menção em Apocalipse se refere ao domingo. Diz assim:

 

Achei-me em espírito, no dia do senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz como de trombeta. (Ap 1.10)

 

Qual é o problema disso?

 

O problema é que as pessoas usam essa passagem para argumentar de que se trata do domingo e aí quando você vai perguntar: “mas aqui não fala do domingo”, aí indicam uma nota de rodapé que diz: “dia do Senhor, isto é, o domingo”. Esse é um argumento circular porque para você entender que essa passagem se refere ao domingo, você tem que entender que domingo é igual ao dia do Senhor. Então, como é que você vai usar essa passagem para provar que domingo é igual a dia do Senhor. Cai no argumento circular. Essa passagem prova que o domingo é o dia do Senhor porque dia do Senhor é domingo. Não dá! Não para em pé esse tipo de argumento.

 

Até porque o único dia que a bíblia chama efetivamente de dia do Senhor é o shabat:

 

Seis dias trabalho se fará, mas o sétimo dia será o sábado do descanso, santa convocação; nenhum trabalho fareis; sábado do Senhor é em todas as vossas habitações. Levítico 23:3

 

Se desviares o teu pé do sábado, de fazeres a tua vontade no meu santo dia, e chamares ao sábado deleitoso, e o santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falares as tuas próprias palavras. Isaías 58:13

 

Portanto, quando é que João, de fato, foi arrebatado em espírito? No shabat e não no domingo.

 

5. A HISTÓRIA SUPOSTAMENTE ATESTA SOBRE O DOMINGO

 

Alguns dizem que fontes históricas mostram que os primeiros seguidores de Yeshua guardavam o domingo. E onde está a verdade quanto a isso?

 

A primeira menção do domingo como dia de culto, já dos cristãos, ocorre com Justino Mártir, entre 150 e 165 da era comum, ou seja, já no segundo século, mais de 100 anos depois da morte de Yeshua, quase 100 anos depois da destruição de Jerusalém.

 

É muito interessante que justamente seja Justino Mártir o primeiro a mencionar o domingo porque, olha que coisa interessante, o historiador Robert M. Grant, no dicionário bíblico The Anchor Bible Dictionary, diz assim sobre Justino:

 

“O primeiro trabalho de Justino teria sido seu tratado ‘contra heresias’ [agora perdido] ... Esse é um manuscrito que agora não temos mais, posteriormente compôs sua ‘apologia’, agora é dividida em duas partes. Sua obra é direcionada a Antonino Pio e seus dois filhos adotivos.” (Robert M. Grant, The Anchor Bible Dictionary, v. 3 pg. 1133)

 

Justino Mártir escreve a sua obra apologia para o imperador romano Antonino Pio e quem era Antonino Pio? Vamos dar uma olhada aqui no que diz um outro historiador Richard l. Gordon:

 

"A primeira importante expansão dos mistérios - mistérios de quê, do Mitraismo, da adoração ao deus sol Mitra - no império - Império Romano - parecem ter ocorrido relativamente rápido, ao final do reinado de Antonino Pio, sob Marco Aurélio.” (Richard l. Gordon, “Journal Of Mithraic Studies II”)

 

Ou seja, quem era Antonino Pio? Justamente uma das principais figuras responsáveis por terem estabelecido o Mitraísmo, adoração ao deus sol, que tem como dia principal de adoração sendo o domingo, que era o dia do sol invicto.  Esse é o mesmo imperador a quem Justino Mártir escreve!

 

O que podemos perceber aqui? Que Justino utilizou a ideia do domingo de Mitra como uma forma de tentar diminuir a perseguição que acontecia contra os cristãos. Não é por acaso que a primeira apologia ao domingo aparece escrita numa obra endereçada ao imperador mitraísta!

 

Isso não é mera coincidência. Justino, ele próprio, admite que ele assim como uma série de outros líderes daquela época, haviam vindo do paganismo. Ele diz assim na primeira apologia capítulo 25:

 

“Nós de toda raça de homens adorávamos baco... Agora temos a Jesus Cristo...” (Justino, Primeira Apologia, cap. 25)

 

Justino era anteriormente um pagão e, veja que interessante, o próprio Justino nessa mesma obra que ele endereça a Antonino Pio identifica e demonstra que havia sincretismo religioso. Ou seja, os pagãos que estavam se achegando a fé, como forma de preservar em suas origens, de evitarem o conflito, estavam importando elementos do paganismo como o dia do sol invicto.

 

E Justino justifica dizendo o quê? Em sua obra intitulada Primeira Apologia, nos cap. 14 e 15, foram os demônios que copiaram as doutrinas cristãs. Ou seja, não foi o cristianismo que importou doutrinas pagãs e sim os demônios que sabendo quais seriam as doutrinas cristãs copiaram e criaram tradições paralelas. Não faz o menor sentido!

 

Posteriormente, já no século quarto o Imperador Papa Constantino, que era adorador do deus sol, selaria de vez essa substituição do shabat pelo domingo com seu édito que diz assim:

 

“no venerável dia do sol que os magistrados e o povo residindo nas cidades descanse, e que todas as oficinas fechem...” (Édito de Constantino, 321 d.C.)

 

E aqui um historiador chamado Franz Cumont, no seu artigo Astrology And Religion Among The Greeks And Romans, diz assim:

 

“Com Constâncio Cloro - que foi pai de Constantino - ascendeu ao trono uma dinastia solar que... Proferia ter o ‘sol invicto’ como protetor especial e ancestral. Mesmo os imperadores cristãos, Constantino e Constâncio, não esqueceram totalmente as pretensões que derivavam de tão ilustre descendência”. (Franz F.V.M. Cumont, “Astrology And Religion Among The Greeks And Romans, pg. 55)

 

Ou seja, a história demonstra exatamente que aqueles que foram responsáveis por oficializar a religião do império eram adoradores do sol e por essa exata razão, instituíram e decretaram que domingo, substituindo o shabat, prática essa que já derivava de uma tentativa de alguns de conciliarem a fé bíblica com o paganismo.

 

Percebemos que a história não indica que os seguidores de Yeshua guardavam domingo coisa alguma! A história indica que, a partir de um sincretismo, mais de 100 anos depois da destruição de Jerusalém é que isso começou a correr.

 

6. POSSO GUARDAR O DIA QUE EU QUISER

 

Muita gente diz isso. Eles afirmam: Ah, eu guardo domingo porque, na realidade, o que a Bíblia demonstra e determina é que eu devo guardar um dia e não o shabat.

 

Será que é isso que a Bíblia diz? Vamos dar uma olhada.

 

A Bíblia diz em Êxodo 20:10:

 

Mas o sétimo dia é o Shabat de YHWH teu Elohim; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Êxodo 20:10

 

Então não é qualquer dia, é o sétimo dia.

 

Em Gênesis 2.3:

 

E abençoou Elohim o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Elohim criara e fizera. Gênesis 2:3

 

No hebraico está escrito da seguinte forma: et yom hashevi’i - “o” sétimo dia. Não é um dia sétimo qualquer, um dia qualquer para observância. E o sétimo é aquele sétimo dia que o ETERNO determinou.

 

Por fim: as pessoas confundem ir a uma congregação com guardar um dia. A maioria das pessoas não guarda dia algum. Elas vão as igrejas ou as congregações no domingo, mas isso não significa um dia de guarda. Mesmo que alguns ainda guardassem o domingo isso é o número mínimo de pessoas.

 

Ainda assim estariam equivocados porque a escolha é do ETERNO e não nossa! Quem é o SENHOR das nossas vidas? É Ele que determina o dia em que Ele deseja separar para uma comunhão conosco.

 

 

Sha’ul Bentsion

Texto revisado por Francisco Adriano Germano

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