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QUEM É O ANTI-MESSIAS?

 


1 - Início da Apostasia

 

Inácio, Bispo de Antioquia (69-117 DC), determinou que os leigos do sistema clerical que estava se formando a "... reverenciar, honrar, e obedecer ao bispo como se fosse Elohim, pois o bispo preside no lugar de Elohim ".

 

Esta declaração do bispo foi o início do tema que começou a surgir em cartas e tratados, até que posteriormente apareceu em forma de credo e dogma. Ao longo do tempo, a expressão do bispo: "como se fosse Elohim" foi condensada na palavra "vigário". Vigário vem da palavra latina 'vicarivs', que significa literalmente 'substituto', ou 'aquele que age no lugar de outro'.

 

2 - Os Primórdios da Religião Romana

 

O livro "Religiões do Mundo" descreve o sistema que existia sob o poder romano, o qual foi posteriormente delegado ao sistema papal:

 

"A religião era uma questão de assegurar a pax deorum, o favor dos deuses, observando os festivais apropriados, sacrifícios e rituais. Os sacrifícios estavam nas mãos do colegiado de pontífices. O pontifex maximus tinha prestígio político considerável, o cético Cesar tomou para si o ofício por esta razão."

 

Este ofício primeiramente pertenceu aos césares. Depois. no quarto século, o bispo de Roma se identificou através do antigo título romano 'Pontifex Maximus', aplicando-o com o significado de 'Chefe dos Sacerdotes'.

 

Os rituais subsequentes que atendiam à instalação do novo papa eram, e ainda são acompanhados de uma cerimônia de coroação. A coroa cerimonial, adornada de joias e pedras preciosas, é colocada na cabeça do novo papa, acompanhada do título cerimonial: 'VICARIVS FILII DEI', que é traduzido como 'Vigário do Filho de Deus', mas como vimos anteriormente, significa literalmente 'Substituto do Filho de Elohim.

 

3 - Surge o Papado

 

Citando o artigo 23 do Credo Apostólico da "Igreja" Católica:

 

"Eu reconheço a santa igreja católica e apostólica romana, a mãe e mestre de todas as igrejas; e eu prometo e juro obediência verdadeira ao bispo de Roma, sucessor de São Pedro, príncipe dos apóstolos, e vigário de Jesus Cristo".

 

Portanto, as polêmicas palavras do bispo Inácio se tornaram, com o tempo, um título que identifica o pontífice de Roma que, por centenas de anos, tem sido reconhecido como o 'Papa' da grande matriarca do Cristianismo. 'Vicarivs Filii Dei' é o título exclusivo do homem que ocupa o ofício de pontífice na Cidade do Vaticano, em Roma.

 

A identificação da posição de Pontifex Maximus como o ofício do Papa pode ser traçada historicamente ao 4º século DC, quando Constantino doou o Palácio Laterano ao Cristianismo. Mas foi Leão I (440-461 DC) que estabeleceu o papado como um estado eclesiástico nos moldes do sistema administrativo romano. Daquele dia em diante, os pontífices que o sucederam acrescentaram ainda mais ao ofício papal nos moldes do império romano.

 

Como o cabeça de um sistema político-religioso de proporções globais, 'Vicarivs Filii Dei' é o título de um homem elevado, no controle de um governo político-religioso, um império mundial eclesiástico, entronado na cadeira dos césares como o Pontifex Maximus, reinando à imagem de Roma.

 

4 - A Religião Substituta da Fé Bíblica

 

Para muitos, um título construído a partir da antiguidade pode parecer problemático, e até mesmo algo que não vale à pena discutir. Mas antes de minimizar a questão de forma prematura, vamos examinar as Escrituras para verificar se existe alguma base para o título adotado: "Vicarivs Filii Dei". Certamente, alguém identificado como 'vigário', isto é, alguém com autoridade para estar 'no lugar do Filho' e em posição tão elevada entre os homens deve ser, no mínimo, mencionado nas Escrituras.

 

O mesmo emissário que escreveu o livro de Apocalipse também escreveu a epístola conhecida como 1 carta de João. Yochanan (seu nome hebraico) é consistente com a caracterização que Yeshua usa sobre ele, chamando-o de 'Filho do Trovão' (Marcus 3:17).

 

Este emissário de Yeshua nos deu profundas informações sobre as atividades das heresias gnósticas e libertinas que estavam no processo de causarem afastamento dos princípios morais da Torá do Eterno. O objetivo de Yochanan era identificar e alertar a respeito dos homens malignos que se inclinariam a desviar os eleitos. Ele escreveu em sua carta:

 

Filhinhos, esta é a última hora; e, conforme ouvistes que vem o falso messias, já muitos falsos messias se têm levantado; por onde conhecemos que é a última hora. Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos." (1 Yochanan/João 2:18,19)

 

O emissário estava identificando um sistema de cisma, separação (Saíram dentre nós...) que estava emergindo no final do primeiro século, como a ordem do "falso messias". As chocantes palavras do bispo Inácio agora se completam, tornando-se o código secreto para 'no lugar de', identificando o falso messias como sendo "... revelado o homem contrário à Torá... que a seu próprio tempo seja revelado" (2 Tess. 2:3,6)

 

Ciente de que, com a crescente perseguição, a era dos nazarenos estava chegando à sua hora final, o emissário se preocupa em identificar os enganadores através de sua manobra de deixarem o aprisco, porque sua saída expôs sua missão de escapar da hora final dos nazarenos. A perseguição cada vez maior de Roma pressionou estes lobos em pele de cordeiros a implementarem doutrinas elaboradas para acomodar as demandas romanas de honrarem à deificação do imperador e honra a seu sistema religioso; uma postura proibida dentre os nazarenos.

 

5 - A Legitimação dos Hereges

 

O grupo que se afastou, deixando os nazarenos, eram os falsos messias de Yochanan (João), pois eles "... seguem a doutrina dos nicolaítas." (Ap. 2:16). Depois de sua saída do aprisco, o sistema de segurança que eles haviam desenvolvido, misturando paganismo à sã doutrina, foi chamado por Yochanan de: "...a mulher Jezabel, que se diz profetisa; ela ensina e seduz os meus servos a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas a ídolos" (Ap. 2:20)

 

Ao estabelecerem suas assembleias de seguidores pregando doutrinas gnósticas e contrárias à Torá para agradar às autoridades romanas, estes enganadores puderam então confiantemente se proclamarem como sendo os verdadeiros seguidores do Messias. Mas sua doutrina estava relacionada à fornicação espiritual porque não se importavam em pregar contra a Torá. Até mesmo imagens e ídolos foram recriados, em uma afronta direta à Torá do Eterno.

 

6 - O Que Significa 'Falso Messias'?

 

No texto aramaico original da carta do emissário Yochanan (João), a expressão usada para 'falso messias' é 'meshicha dagala'. A palavra 'dagala' no aramaico significa falso, mentiroso ou usurpador. Ou seja, podemos dizer que o falso messias é aquele que procura usurpar, roubar a autoridade de Messias, proclamando-se substituto do Messias.

 

Portanto, o falso messias, o anti-messias que figura no alerta do emissário Yochanan carrega o mesmo significado de usurpação, substituição, que a palavra 'vigário', ou ainda 'Vicarivs Filii Dei', o título designado ao Papa do Cristianismo. O título em latim do homem que ocupa a posição de Pontifex Maximus significa o ser supremo de ligação entre o homem e o mundo espiritual.

 

Para nós, o único digno de tal título é Yeshua HaMashiach. Mais um caso de substituição, tal como os falsos messias de Yochanan (João).

 

7 - Será Coincidência?

 

Sabemos que Yochanan ficou sob custódia romana, e, portanto, poderia muito bem ter conhecido o latim. Em algumas línguas, como o hebraico e o próprio latim, os números são escritos com letras. Será apenas coincidência que o título 'Vicarivs Filii Dei', em numerais romanos, soma um total exato de 666? Será que Yochanan (João) já previa que a besta, o último anti-messias, viria justamente deste sistema?

 

O tempo dirá...

 

Por Glenn Shankle

Traduzido e Adaptado por Sha'ul Bentsion

 

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