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Mostrando postagens de setembro, 2023

A ÉPOCA DA COLHEITA

  De todos os feriados no decorrer do ano, nossa alegria é maior em Sucot, a "Época de Nosso Júbilo" . O mandamento de alegrar-se em Sucot aparece três vezes na Torá. Em contraste, não há ordem específica para rejubilar-se em Pêssach, e a ordem para alegrar-se em Shavuot aparece apenas uma vez. O Midrash explica que a alegria de uma festa está diretamente relacionada ao estágio específico da colheita quando ocorre a festa.   Em Pêssach, que acontece na primavera, o cereal nos campos acaba de crescer. Como ainda não estamos certos da colheita eventual, nosso júbilo é limitado. Assim, não há mandamento para alegrar-se na Torá.   À altura de Shavuot, o cereal amadureceu e está pronto para ser colhido. Porém nossa felicidade não está completa, por ainda não pode ser comido. O mandamento de rejubilar-se, portanto, aparece apenas uma vez.   Em Sucot, o fruto é trazido do campo para nossos lares. Como o cereal pode agora ser plenamente utilizado, nossa felicid...

YOM KIPPUR E A MUDANÇA REAL

As pessoas podem realmente mudar?   Desde os tempos antigos, enquanto as culturas antigas acreditavam no fatalismo, e as culturas modernas afirmam que quem você é é determinado pelos genes e pelo ambiente, o judaísmo propôs a crença de que os seres humanos têm livre-arbítrio na esfera moral: eles têm a capacidade de mudar.   Eu mesma sou um exemplo dessa mudança em nível macro. Deixei de ser uma integrante de um partido radical de esquerda, para ser uma judia ortodoxa que vive em Jerusalém e apoiadora de partidos sionistas, que meus antigos amigos de esquerda tanto demonizam.   Mas, e as mudanças no nível micro? Eu deixei de ser uma pessoa de temperamento brusco, propensa à raiva, para ser uma pessoa calma e contida, que prefere fazer amizade com seu oponente do que dizimá-lo. Eu passei de competitiva a cooperativa, de obstinada a prestativa, de egoísta a generosa e de ser insensata a bondosa.   A boa notícia é que o judaísmo insiste em que você POD...

CELEBRANDO YOM TERUÁ (ROSH HASHANÁ)

    A Parashá Nitzavim (Deuteronômio 29:9 – 30:20) é sempre lida nas Sinagogas no Shabat antes de Yom Teruá, e, portanto, esta é a última parte lida antes do “ano novo (civil) judaico” . Em muitas sinagogas, os parágrafos de abertura de Nitzavim e a conclusão também são lidos durante o serviço (culto) da manhã de Yom Kipur.   O Pasuk (versículo) começa assim:   Hoje todos vocês estão na presença de YHWH - אַתֶּם נִצָּבִים הַיּוֹם כֻּלְּכֶם לִפְנֵי יְהוָה אֱלהֵיכֶם (Deuteronômio 29:10-13)   Após isto, Moisés passou a rever a história de Israel e o futuro profético – ou seja, a grande profecia da Diáspora e do retorno do povo israelita (Dt. 30:19).   O caminho de retorno, arrependimento, (Teshuvá) é sempre uma questão do coração e da vontade: bacharta ba’chayim: “Escolha a Vida” . No final das Eras ou Fim dos Dias (acharit hayamim), Elohim irá remover o “endurecimento parcial” do povo judeu, a fim de trazê-los de volta para Ele com todo ...

FELICIDADE É UMA OBRIGAÇÃO

  A parashá desta semana, Ki Tavô, inicia-se com a mitzvá de bikkurim (primícias), a qual determina que levemos os primeiros frutos de nosso campo ao templo como expressão de gratidão a Elohim. A Torá declara que ao apresentarmos esses primeiros frutos, devemos fazer a seguinte declaração:   "V'atah hinei heiveisi... - E agora, eis que eu trouxe os primeiros frutos da terra..." (Dt 26.10)   O Midrash nos diz que três palavras nesta passagem nos ensinam a maneira correta de dar, pois, assim como a nação é responsável por prover os Kohanim (Sacerdotes), também somos responsáveis pelos necessitados.   1. "V'atah - e agora" implica imediatismo - vivacidade. A tsedacá deve ser dada com prontidão, pois qualquer atraso pode prolongar o sofrimento dos necessitados. Além disso, dando imediatamente, sem procrastinação, demonstramos nossa sensibilidade à dor do destinatário, e isso, por si só, é terapêutico. O conhecimento de que alguém realmente se impor...