Shalom!
Tenho percebido uma tendência crescente entre aqueles que estudam as Boas Novas de Yeshua sob a perspectiva judaica original, de cometerem erros que podem ter consequências negativas a longo prazo.
Para empreendermos bem nossa jornada no conhecimento das Escrituras, e efetivar a Teshuvá em nossa vida, algumas questões devem estar presentes: a natureza e os motivos da nossa relação com o Judaísmo Rabínico, e a nossa postura em relação a ele.
Nesse sentido, deve se estabelecer como princípio básico a adesão à interpretação tradicional judaica da Torá, a qual deverá ser mantida enquanto se busca adquirir conhecimento e autonomia para formular nossas próprias conclusões. Com o tempo, o objetivo é transcender essa compreensão inicial, construindo uma interpretação individual e fundamentada unicamente nos textos sagrados.
Uma das nossas principais críticas ao Judaísmo Rabínico é que ele não reflete fielmente a vida conforme prescrita na Torá. Assim, apenas uma pequena parcela das leis judaicas tem origem diretamente nos textos sagrados, sendo a maioria fruto de interpretações e adições rabínicas ao longo dos séculos. Além disso, muitas das práticas e crenças do Judaísmo Rabínico divergem significativamente dos ensinamentos fundamentais da Torá.
Sem muito esforço, chega-se à conclusão incontestável de que a forma de judaísmo praticada atualmente, o Judaísmo Rabínico, se afasta consideravelmente da fé bíblica. Esse grupo apresenta poucas conexões com o judaísmo histórico dos Patriarcas, de Moisés e de Yeshua e seus seguidores, que era inteiramente fundamentado nos ensinamentos das Escrituras Sagradas.
Muitos que deixaram igrejas tradicionais se orgulham de ter abandonado a “Babilônia”. No entanto, será que todos estão dispostos a analisar as práticas judaicas com a mesma crítica que usavam para analisar as práticas cristãs?
A mesma intensidade com que criticamos as mudanças no calendário cristão e a adoção de elementos pagãos em suas celebrações deveria ser aplicada às alterações no calendário judaico, admitidas abertamente pelos judeus ortodoxos. Seria coerente, também, que analisássemos com a mesma profundidade as práticas pagãs incorporadas pelos fariseus ao longo dos séculos.
Se não estivermos dispostos a abandonar tudo o que nos conecta a “Babilônia”, estamos apenas mudando de fachada espiritual. “Babilônia” representa um sistema que aprisiona o espírito, afastando-o da verdadeira adoração. É a troca da verdade das Escrituras por filosofias humanas, a substituição da fé viva por práticas religiosas mortas e a preferência por superstições que obscurecem a visão da realidade espiritual.
A “Babilônia” é vista como um passado a ser superado, porém nas nossas próprias construções religiosas nos tornam dependentes de novas “Babilônias”.
Em resumo, devemos nos afastar dessa religião farisaica, que se desvia dos ensinamentos fundamentais da Torá, ignora as profecias divinas e impõe ao povo de Elohim práticas supersticiosas e rituais excessivos, em vez de seguir a fé simples e bíblica de Yeshua.
Lembremos que a própria Torá nos diz o seguinte:
Quando alguém se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir com eles, eu porei a minha face contra ele, e o extirparei do meio do seu povo.
Vayicrá/Vayicrá 20:6
Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos de YHWH vosso Elohim, que eu vos mando.
Devarim/Deuteronômio 4:2
E não andeis nos costumes das nações que eu expulso de diante de vós, porque fizeram todas estas coisas; portanto fui enfadado deles.
Vayicrá/Levítico 20:23
A interpretação rabínica da Torá, distorce a essência do Judaísmo e se torna um obstáculo para os eles mesmos. Como essa interpretação não se baseia nas Escrituras Sagradas, não deve ser utilizada como referência por aqueles que seguem Yeshua.
Assim, nosso propósito, portanto, é retornar à essência do Judaísmo Bíblico de Yeshua, livre de interpretações humanas e tradições impostas. Vivendo a fé de forma pura e simples, baseando-nos exclusivamente nas Escrituras.
Francisco Adriano Germano
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