Quero testemunhar sobre o que Elohim
me mostrou, mas é importante lembrar que a mensagem espiritual muitas vezes é
incompreendida por aqueles que não possuem uma experiência pessoal com Elohim.
A Bíblia nos ensina que o mundo, por natureza, rejeita o testemunho divino.
Aquele que vem de cima é sobre
todos; aquele que vem da terra é da terra e fala da terra. Aquele que vem do
céu é sobre todos. E aquilo que ele viu e ouviu isso testifica; e
ninguém aceita o seu testemunho. Aquele que aceitou o seu testemunho, esse
confirmou que Elohim é verdadeiro.
João 3.31-33
O que tenho recebido não vem dos
homens e por isso não tenho compromisso para com os homens. Não tenho
compromisso com Pastor, Papa, Rabino, Rosh ou Padre, assim como Paulo (Shaul) disse
certa vez:
Porque, persuado eu agora a
homens ou a Elohim? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando
aos homens, não seria servo do Mashiach. Mas faço-vos saber, irmãos, que o
evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o
recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Yeshua HaMashiach.
Gálatas 1.10-12
Não se trata de impor uma crença,
mas compartilhar a mensagem. A decisão de aceitar ou rejeitar essa mensagem, e
suas consequências, são individuais. Como Yeshua disse:
Quem me rejeitar a mim, e não
receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado,
essa o há de julgar no último dia.
João 12.48
Quero enfatizar que o tema que será
tratado não tem como objetivo judaizar nada, no sentido de converter alguém ou
de impor práticas religiosas judaicas. O que buscamos é compreender e aplicar
uma perspectiva hebraica, ou seja, uma maneira de viver e entender as
Escrituras que se originou entre o povo hebreu. Ao fazer isso, deixaremos de
lado as interpretações que predominaram nas culturas romana e grega e
adotaremos uma nova forma de olhar para os textos sagrados.
Tendo dito isso, assim vos
declaro:
O Reino de Elohim está
prestes a começar. É hora de mudarmos nossa forma de pensar e agir para nos
alinharmos com a vontade dEle. A paz, que Yeshua nos ensinou, é o caminho para nos
prepararmos para a Sua vinda. Antes que Ele retorne com grande poder, devemos
buscar a paz e viver de acordo com Seus ensinamentos.
Quando te achegares a alguma
cidade para combatê-la, apregoar-lhe-ás a paz. Deuteronômio 20.10
O mundo cristão moderno, ao se
desvincular de suas raízes hebraicas, sofreu influências de culturas e
contextos históricos distintos, como a Babilônia. Essa influência externa, ao
longo dos séculos, resultou em interpretações divergentes e distorções da
mensagem original das Escrituras, criando um sistema religioso que, em muitos
aspectos, se distancia do pensamento inicial.
A história da Babilônia, como
narrada no capítulo 11 de Gênesis, revela uma profunda ambição: alcançar os
céus e se tornar igual a Elohim. Para realizar esse desejo, a Babilônia utiliza
a enganação como principal ferramenta. Ela distorce a verdade, fazendo
com que o falso pareça verdadeiro. Assim como o ouro falso imita a
aparência do ouro verdadeiro, a Babilônia cria cópias inferiores de coisas
valiosas, como a fé, a esperança e o amor. Essa capacidade de imitar e
confundir é a marca registrada da Babilônia, que busca atrair e desviar as
pessoas do caminho verdadeiro.
Ela está criando cópias genéricas
de Elohim, do Messias, da Igreja e da Bíblia. Essas cópias são semelhantes aos
originais, mas não são idênticas.
Conforme foi relatado na segunda carta
de Tessalonicenses, bem como nos Profetas no “Antigo Testamento”, essa Babilônia
está se estabelecendo como se fosse a autoridade suprema, recebendo louvores e
glória que pertencem apenas a Elohim. Ela está enganando multidões de
pessoas, oferecendo-lhes um falso sentido de espiritualidade e um falso
salvador. É como uma imitação perfeita, mas falsa, como uma imagem
refletida em um espelho: a aparência é similar, mas a essência é completamente
diferente e invertida.
Na história da nação Israelita,
podemos encontrar uma outra analogia que combina perfeitamente com o atual
estado de enganação, e que pode ser lida em 1 Reis 12.28-33:
Assim o rei tomou conselho, e
fez dois bezerros de ouro; e lhes disse: Muito trabalho vos será o subir a
Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do
Egito. E pôs um em Betel, e colocou o outro em Dã. E este feito se tornou em
pecado; pois que o povo ia até Dã para adorar o bezerro. Também fez casa nos
altos; e constituiu sacerdotes dos mais baixos do povo, que não eram dos filhos
de Levi. E fez Jeroboão uma festa no oitavo mês, no dia décimo quinto do mês,
como a festa que se fazia em Judá, e sacrificou no altar; semelhantemente fez
em Betel, sacrificando aos bezerros que fizera; também em Betel estabeleceu
sacerdotes dos altos que fizera.
O rei Jeroboão, receoso de que
seu povo retornasse a Judá para adorar no Templo em Jerusalém, temia que isso
fortalecesse o poder do rei Roboão, seu rival em Judá, o que poderia
desestabilizar seu domínio sobre Israel. Ele então decidiu criar uma
estrutura religiosa para manter seu povo longe de Jerusalém e,
consequentemente, de Roboão.
A criação dos bezerros de
ouro foi um ato de apostasia, ou seja, de afastamento da verdadeira adoração a Elohim.
Esse ato levou o povo de Israel a se afastar cada vez mais de Elohim e a
praticar a idolatria.
Estes bezerros foram colocados em
Betel e Dã, tornando esses locais os novos centros religiosos. A escolha dos
bezerros pode ter sido inspirada pelo episódio do bezerro de ouro no deserto,
mas aqui eles representam um meio de manipulação política. Jeroboão declarou
que esses bezerros eram os deuses que haviam tirado o povo de Israel do Egito
(1 Reis 12:28), distorcendo a história real para sua conveniência.
Jeroboão também nomeou sacerdotes
que não eram da tribo de Levi, rompendo com a tradição levítica
instituída pela Lei de Moisés. Esta decisão tinha um caráter prático,
pois ele precisava de um corpo sacerdotal que fosse leal ao seu reino e não a
Jerusalém.
E por fim, para legitimar sua
nova religião, Jeroboão criou festivais que espelhavam aqueles observados em
Judá, mas que ocorriam em datas diferentes. Ele queria oferecer ao povo
algo familiar para não gerar tanta resistência, mas que também fosse distinto
da prática religiosa em Jerusalém.
Essa nova religião centralizada
na adoração aos bezerros de ouro, foi condenada como um pecado gravíssimo, levando
o Reino do Norte (Casa de Israel) a se afastar dos mandamentos de Elohim. Suas
ações tiveram consequências duradouras, levando o reino à idolatria e eventual
destruição pelos assírios em 722 a.C.
A religião de Jeroboão é, assim,
um exemplo de como interesses políticos podem levar à manipulação da fé,
resultando em práticas religiosas que se desviam da intenção original da
adoração a Elohim e geram afastamento espiritual.
É inegável que os mesmos
interesses estiveram presentes na formação do Cristianismo, a partir de grupos
originados dos verdadeiros seguidores de Yeshua, que estavam sob pesada
perseguição religiosa, serem levados a aceitar tais influências externas para
abandonar suas crenças originais.
Assim, a mensagem divina que
recebemos nos dias de hoje não é sobre modificar o cristianismo. A Bíblia é
clara: devemos abandonar as falsas doutrinas e práticas que corromperam a
fé. Em vez de tentar 'tapar buracos' em um sistema religioso falho, devemos
buscar uma restauração completa.
A restauração envolve um retorno
aos princípios fundamentais da fé, desconstruindo as camadas de tradição e
doutrina que se afastaram da verdadeira mensagem de Elohim. Diferente da
Reforma de Lutero, que visava corrigir erros dentro da Igreja Católica, a
restauração é um chamado para sair do erro espiritual e voltar ao caminho
original.
Ou seja, estamos vivenciando um
momento de profunda reflexão sobre os fundamentos do Cristianismo,
especialmente aqueles estabelecidos no Concílio de Nicéia, em 325 d.C. E ao
reexaminar esses preceitos, devemos nos desprender de algumas crenças
limitantes e adotar uma visão mais abrangente e contextualizada da realidade
bíblica. Essa mudança de perspectiva é semelhante a trocar os óculos, pois nos
permite enxergar as coisas de maneira mais nítida e desafiadora, o que
inevitavelmente levará a um confronto com ideias que antes pareciam
inquestionáveis.
É como se uma pessoa que sempre
dirigiu sem habilitação precisasse, de repente, tirar a carteira. Ela precisa
esquecer tudo o que aprendeu por conta própria e aprender a dirigir de acordo
com as leis de trânsito. Da mesma forma, quem busca uma vida espiritual mais
profunda precisa abandonar hábitos antigos (iniquidade) e aprender a viver de
acordo com os ensinamentos divinos. A vida espiritual é como uma nova jornada,
onde precisamos abandonar tudo o que nos impede de alcançar a verdade.
Quando falamos de abandonar
hábitos antigos, ou seja, a iniquidade, estamos nos referindo à desobediência
às leis divinas. A falsa religião tenta nos afastar desses princípios, alegando
que a época das leis já passou. No entanto, essa afirmação é mentirosa. Ao
entrarmos em Sião, reconhecemos que Elohim estabeleceu leis para nossa proteção
e liberdade. Essas leis, ou Torah, nos ensinam a viver de acordo com a vontade
divina, e não mais a fazer o que queremos. É como se tivéssemos uma
constituição espiritual que orienta nossa vida em comunidade.
Essa jornada espiritual, embora
possa parecer tortuosa no início, revela uma simplicidade inerente quando nos
desprendemos das complexidades criadas pelo homem. Viver em conexão com o ETERNO
é como voltar à nossa natureza mais pura, um estado livre de fardos e
artificialidades. No entanto, os tempos atuais impõem obstáculos que exigem um
esforço constante para manter essa conexão.
Em resumo, o Reino de Elohim está
próximo e nos chama a uma transformação profunda em nosso modo de pensar e
agir. Esse é um convite para alinhar nossa vida com a vontade dEle, refletindo
a paz e os ensinamentos de Yeshua como nosso guia. Ao buscarmos essa paz e
vivermos em conformidade com Seus princípios, estaremos nos preparando
espiritualmente para Sua volta.
Portanto, este é o momento de
buscarmos uma vida de reconciliação, fé e retidão, com a certeza de que, ao
fazer isso, estaremos prontos para receber o Reino que Ele trará em plenitude.
Adaptação do texto de Carlos Coléct
Francisco Adriano Germano
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