Os registros históricos estão repletos de fatos e tragédias que aconteceram como consequência do engano de identidade. As Escrituras Hebraicas estão repletas de tragédias, como a de Lameque, que conta para suas esposas sobre um acontecimento, dizendo:
"Ada e Zilá, ouvi-me;
vós, mulheres de Lameque, escutai o que passo a dizer-vos: Matei um homem
porque ele me feriu; e um rapaz porque me pisou". (Gênesis 4:23).
De acordo com as interpretações
tradicionais, Lameque foi caçar e em vez de matar o animal, ele matou, sem
querer, seu próprio filho. Que trágico engano de identidade!
Um outro exemplo encontramos no
relato de José, que foi acusado injustamente pela esposa de Potifar e sofreu o
encarceramento durante muitos anos.
Conta-se que Fritz Kreisler, o
violinista, estava em Hamburgo em uma noite, com uma hora vaga para gastar
antes de tomar o navio para Londres, onde ele teria de tocar na noite seguinte.
Então, ele foi até uma loja de instrumentos musicais. O proprietário pediu para
ver o violino que ele carregava sob o braço e então desapareceu por um momento
e voltou com dois policiais. Um deles colocou sua mão no ombro de Kreisler e
disse: "Você está preso!" "Por quê?"
perguntou o Sr. Kreisler. "Você está com o violino de Fritz Kreisler".
"Bem, eu sou Fritz Kreisler". "Vamos, vamos!"
disse o policial. Vamos para a delegacia". O Sr. Kreisler se livrou de
ser preso ao encontrar um disco com sua música na loja e pediu para lhe dar seu
violino de volta e então ele tocou aquela mesma música.
Há muitos outros incidentes com
tais enganos de identidade na história do nosso povo. Um deles, especialmente,
foi quando Israel pediu para Arão fazer o bezerro de ouro e identificá-lo com o
YHWH de Israel, dizendo: "São estes, ó Israel, os teus deuses - ou
literalmente "Este é seu YHWH" - que te tiraram da terra do Egito".
Quinhentos anos se passaram e outra
enorme tragédia aconteceu ao nosso povo quando o atraente Absalão, persuadiu o
povo de Israel a segui-lo e a rejeitar seu pai, o rei Davi. Novamente centenas
do nosso povo pereceram por causa deste engano. A história completa está
registrada nas Escrituras Hebraicas em 2 Samuel capítulos 17 e 18.
O ENGANO SOBRE A IDENTIDADE DO
MESSIAS
Será que a maior parte do
nosso povo poderia também cometer um engano ao identificar o Messias?
Certamente temos cometido erros a este respeito.
A história de Simão Bar Kosiba,
que alegava ser o Messias em 135 d.C., é muito conhecida. Durante muito tempo
tínhamos só um conhecimento fragmentado dele, baseado numas poucas moedas e
algumas referências sobre ele no Talmud. Uma vez que ele também era conhecido
como Bar Kochba, alguns estudantes de pensaram que este fosse o seu verdadeiro
sobrenome, o qual mais tarde foi mudado para Bar Kosiba, quando os líderes
judeus se convenceram de que ele não era o Messias (a palavra Kosiba pode estar
relacionada à raiz hebraica de koseb ou kozev, que significa mentira, mentir ou
mentiroso).
No entanto, com os novos achados
arqueológicos em Israel, incluindo uma quantia de cartas que Simon Bar Kosiba
escreveu a vários comandantes, sabemos com certeza que seu verdadeiro nome era
Simão Bar Kosiba - Simão da cidade de Kosiba. Os líderes de Israel, no entanto,
ficaram tão impressionados com suas vitórias temporárias sobre os romanos e com
suas perseguições a aqueles judeus que criam em Yeshua de Nazaré, que até mesmo
a maior autoridade rabínica daquele tempo, Rabi Akiva, se referiu às Escrituras
de Números 24:17 a ele, onde as profecias de Balaão dizem:
"Uma estrela procederá de
Jacó, de Israel subirá um cetro que ferirá as têmporas de Moabe e destruirá
todos os filhos de Sete".
A palavra hebraica para estrela é
Kochab; consequentemente, os líderes judeus começaram a se referir a este homem
como Simão, a Estrela - Shimeon Bar Kochba. Quão amarga foi a decepção deles a
respeito deste homem a quem tanto admiraram, até mesmo quando ele se vangloriou
ao dizer que não precisava da ajuda de YHWH e que tudo o que ele queria de YHWH
era que Ele não ajudasse seus inimigos!
Somente depois de sua completa
derrota é que os nossos líderes se deram conta de que o seu verdadeiro
sobrenome, Bar Kosiba, deveria ter sido um aviso para eles e seus olhos teriam
sido abertos para a falsidade de suas alegações. Talvez o Senhor Yeshua o
tivesse em mente quando advertiu Seus discípulos dizendo:
"Eu vim em nome de meu
Pai, e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, certamente, o
recebereis". (João 5:43)
SERÁ QUE PODEMOS NOS ENGANAR
NOVAMENTE?
Sim, podemos estar sendo enganados
novamente, especialmente se preferirmos seguir a visão humana sobre o
Messias em vez da visão revelada de YHWH em Sua Palavra. A maioria dos
exegetas judeus ortodoxos segue a visão de Maimônides, o grande filósofo do
século XIII. A visão dele é de que os sinais do Messias são de que Ele irá
lutar as batalhas de Israel e ser vitorioso e irá forçar os judeus a guardarem
a Torah (Lei Mosaica) assim como foi interpretado pelos rabinos (Halachá).
Neste caso, qualquer um dos líderes militares israelitas que for bem-sucedido
poderia alegar ser o Messias, desde que seja religioso.
Porém, não seremos enganados
se aceitarmos o pleno ensinamento da Palavra de YHWH e procurarmos pelos sinais
do Messias. Estes sinais são claros com relação à identidade do Messias! O
Messias deve cumprir a figura que os profetas desenharam dele. Listaremos
apenas alguns exemplos:
O Messias deverá ter um nascimento sobrenatural como está
registrado em Isaías 7:14:
“Portanto, o
Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um
filho e lhe chamará Emanuel.” (YHWH conosco).
O Messias deverá nascer em Belém como foi profetizado por Miquéias em 5:2:
“E tu,
Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti
me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos
antigos, desde os dias da eternidade”.
O Messias deverá realizar obras sobrenaturais como previsto em Isaías 35:5-6:
“Então, se abrirão
os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos; os coxos saltarão
como cervos, e a língua dos mudos cantará; pois águas arrebentarão no deserto,
e ribeiros, no ermo.“
O Messias deverá morrer como expiação pelo pecado como foi descrito em Isaías 53:5-8:
“Mas ele foi
traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos
sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo
caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. Ele foi
oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao
matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a
boca. Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou?
Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu
povo, foi ele ferido”.
As mãos e os pés do Messias deverão ser perfurados como foi profetizado no Salmo 22:16:
“Cães me cercam;
uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassarem-me as mãos e os pés”.
O Messias também deverá ser ressuscitado dentre os mortos como predito pelo rei Davi que disse:
“Pois não deixarás
a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. Tu me
farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua
destra, delícias perpetuamente.” (Salmo 16:10-11).
O Messias deverá vir antes que o Segundo Templo seja destruído por Tito. O anjo Gabriel esclareceu isto a Daniel quando revelou a ele o que aconteceria depois que o Messias viesse. Então falou a Daniel:
“Depois das
sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um
príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário.” (Dn 9:26).
Os comentaristas que seguem a
exegese de Rashi, onde a palavra hebraica Moshiach (Messias) se refere ao rei
Agripa, que morreu antes de Tito conquistar e destruir o templo, confirmam que
esta profecia deveria ser cumprida antes de 70 d.C. Mas não poderia ser o rei
Agripa! O anjo Gabriel, com certeza, não o nomearia com o título de Messias.
Ele nem mesmo era da semente de Davi, mas um descendente dos odiados
Antipátride e Herodes, um rei devasso que fazia tudo que podia para agradar aos
romanos.
De acordo com as Escrituras, o Messias ganhará a obediência de grande porção de não judeus. Portanto, o patriarca Jacó predisse que:
“O cetro não se arredará
de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Silo; e a ele obedecerão
os povos.” (Gênesis 49:10).
Ele deverá ser uma Luz para os gentios conforme Isaías 49:5-6:
“Mas agora diz o
Senhor, que me formou desde o ventre para ser seu servo, para que torne a
trazer Jacó [...] a ele [...] Sim, diz ele: Pouco é o seres meu servo, para
restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel;
também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até à
extremidade da terra”.
Israel aceitará o Messias, "Aquele que foi traspassado":
“E sobre a casa de
Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de
súplicas; olharão para aquele que traspassaram; pranteá-lo-ão como quem
pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo
primogênito.” (Zc 12:10).
A SOLUÇÃO DE SUA IDENTIDADE
Estas são apenas algumas das
marcas de identificação do Messias descritas pelos profetas e pelos
patriarcas. Não deve haver agora mais nenhuma dúvida em sua mente de que estas
profecias foram totalmente cumpridas em Yeshua de Nazaré. No decurso dos
últimos dezenove séculos, centenas de milhares do nosso povo chegaram a crer em
Sua messianidade por causa destas e outras provas.
Com certeza, este é o momento
para clamarmos como os seus primeiros seguidores judeus o fizeram, dizendo:
"ACHAMOS AQUELE DE QUEM
MOISÉS ESCREVEU NA LEI, E A QUEM SE REFERIRAM OS PROFETAS: YESHUA, O NAZARENO,
FILHO DE JOSÉ" (João 1:45).
Rachmiel Frydland - Traduzido por Ruth Julieta Pereira da Silva
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