A PRINCIPAL MISSÃO DO MESSIAS
“E ele,
respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de
Israel.”
(Mateus 15:24)
Mas, o que Yeshua quis dizer com
esta afirmação?
O Reino de Israel foi dividido em
duas partes logo após o reinado de Shlomo HaMelech (o rei Salomão), como
podemos ver em Melachim Alef (1 Reis) 11. O Reino do Norte era apelidado
de três nomes: “Beit Israel” (Casa de Israel) ou “Beit Efrayim”
(Casa de Efraim) ou ainda “Beit Yosef” (Casa de José). Todos estes três
nomes são usados de forma sinônima nas Escrituras, e se referem ao que
comumente chamamos de “as Dez Tribos Perdidas” de Israel, as quais foram
levadas cativas pelos assírios (arameus), no que ficou conhecido como a “Grande
Dispersão” ou ainda a “Diáspora”. Enquanto isso, o Reino do Sul era
chamado de “Beit Yehudá” (Casa de Judá), os quais conhecemos hoje como “judeus”.
Assim sendo, isto logicamente
demonstra que a grande maioria dos seguidores de Yeshua seriam fundamentalmente
descendentes dessas Dez Tribos Perdidas de Israel e co-herdeiros do Reino de
Israel, juntamente com os da Casa de Judá.
Há diversas provas nas Escrituras
a respeito deste tema, porém o objetivo deste artigo é ser apenas um breve
resumo do tema, uma introdução para aqueles que estão começando a descobrir
sobre este magnífico plano do ETERNO.
A DIVISÃO ENTRE AS CASAS DE
ISRAEL
As profecias de Hoshea (Oséias),
Devarim (Deuteronômio), entre outras, previam que as ovelhas da Casa de Israel
seriam um dia levadas ao cativeiro pela desobediência à aliança com o ETERNO,
mas que eles retornariam a Israel um dia.
Quem seriam estas ovelhas
perdidas e como elas poderiam retornar à comunidade de Israel?
Podemos facilmente demonstrar que
existe uma vasta quantidade de passagens bíblicas que demonstram que os
chamados "gentios" que seguem a Yeshua não são de fato
gentios, mas são na realidade descendentes dessas dez Tribos de Israel, cujo
destino nos planos do ETERNO já havia sido previsto pelos profetas.
QUEM SÃO OS “GENTIOS”?
No primeiro século, os
descendentes das dez tribos eram chamados pelos judeus de duas formas: como “gentios”
e como “arameus”. E o motivo era o seguinte: os rabinos da época
passaram a considerar os efraimitas (isto é, os israelitas pertencentes às dez
tribos, ou à “Casa de Efraim”) como sendo “gentios”, pois não
mais viviam na terra de Israel, não preservaram a língua hebraica e nem
tampouco a observância da Torá do ETERNO. Este relato pode ser atestado no Talmud,
no tratado Yevamot 17A. Outro nome frequentemente dado aos efraimitas
era “arameus”, devido ao seu cativeiro na assíria.
Os autores dos Ketuvim Netsarim
(os “Escritos Nazarenos”, isto é, o chamado “Novo Testamento”) conheciam
esta terminologia, e a aplicaram em seus escritos. Nos originais aramaicos,
encontramos o termo “arameu” e “arameus” muito frequentemente,
onde nas traduções atuais (derivadas da tradução do grego) temos o termo “grego”.
São referências inconfundíveis aos efraimitas! Rav Sha'ul (Paulo) chega
a declarar: "Não há judeu nem arameu" no Messias, mostrando o
nítido objetivo do Messias de restaurar o Tabernáculo de David, isto é, o Reino
de Israel como um todo.
Rav Sha'ul (Paulo) nos
afirma ainda nos capítulos de 9 a 11 de Romanos, de forma bem clara, que estes
que eram chamados de “gentios” na realidade são parte das dez tribos
perdidas de Israel, pois ele fala destes “gentios” e do seu papel nas
profecias de Hoshea (Oséias). As profecias de Hoshea (Oséias) previam que as dez
tribos seriam espalhadas por um tempo, mas que seriam restauradas um dia.
Repare ainda que as epístolas dos
demais emissários de Yeshua, como a de Ya'akov (Tiago) e Kefá (Pedro) são
escritas não para gentios como se pensa, isto é, estrangeiros à Casa de Israel,
mas na realidade “as doze tribos que estão dispersas entre as nações” e
ainda “aos eleitos e peregrinos da Dispersão” (Ya'akov/Tiago 1:1 e Kefá
Alef/1 Pedro 1:1, respectivamente).
Os “gentios” nos Ketuvim
Netsarim (Novo Testamento), que foram e estão sendo restaurados em
Yeshua, são, portanto, descendentes das dez tribos de Israel, e seu destino
profético é, futuramente, se tornar novamente UM com Yehudá (Judá) e habitar novamente
a terra de Israel.
DESVENDANDO O MISTÉRIO DAS
ESCRITURAS
Um dos grandes mistérios das
Escrituras é que, enquanto o Messias Yeshua aparentemente teria trazido divisão
entre as duas Casas (judeus e os “gentios”, isto é, os efraimitas), os
judeus não foram rejeitados, mas convém ao plano do ETERNO que haja uma
aparente rejeição dos judeus ao Messias, pelo menos por enquanto.
Essas duas Casas (os judeus e os
efraimitas) precisavam permanecer separadas por alguns séculos, porque cada
qual tinha sua missão separada para cumprir, para que o plano divino de
redenção da semente caída de Adam (Adão) se concretizasse. E eles não teriam
trilhado caminhos opostos se esta inimizade temporária não tivesse sido posta
entre eles. Mas o ETERNO é maravilhoso, e esta inimizade é apenas temporária e
com um propósito.
Rav Sha'ul (Paulo) nos diz
que ele não deseja que sejamos ignorantes com relação a este mistério das
Escrituras. Apesar de parecer que os judeus, por sua incredulidade no Messias,
teriam sido “rejeitados”, isto não acontece, pois, os dons e a eleição
do Altíssimo são irrevogáveis. Isto pode ser visto com clareza em Romanos
11:25-30:
"Porque não quero,
irmãos, que ignoreis este mistério (para que não presumais de vós mesmos): que
o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos goyim [isto
é: da Casa de Efraim] haja entrado e assim todo o Israel será salvo,
como está escrito: Virá de Tsion o Libertador, e desviará de Ya'akov as
impiedades e esta será a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus
pecados. Na verdade, eles [isto é: a Casa de Judá] só são
opositores quanto às Boas Novas por causa de vós [isto é: a Casa de
Efraim]; mas, quanto à eleição, amados por causa dos patriarcas. Porque
os dons e a vocação de Elohim são irrevogáveis."
Isto não quer dizer que não
tenhamos que reconhecer e aceitar Yeshua como Salvador e Mestre, mas sim que a
eleição e o chamado de Elohim são irrevogáveis, e, portanto, os Judeus são tão
povo da aliança quanto Efraim, mesmo que ainda não tenha chegado aos judeus o
momento de aceitarem, de forma maciça, ao Messias. Ainda estamos vivendo no
tempo de Efraim, e não no de Yehudá (Judá).
A RESTAURAÇÃO PROFÉTICA DOS
NAZARENOS
O objetivo da fé nazarena é nada mais
do que promover teshuvá (retorno). Retorno de Efraim à comunidade de
Israel. Retorno de todos os israelitas ao ETERNO através do Messias Yeshua.
Retorno à obediência à Torá do ETERNO. E, por fim, o retorno à pureza da fé,
deixando rudimentos do paganismo.
É nosso desejo que todos aqueles
que seguem o Messias, tanto judeus quanto efraimitas, partilhem conosco desta
restauração após 2 mil anos de trevas e apostasia, pois o ETERNO nos chama com
a missão de restauramos a fé e promovermos o fim da inimizade entre Efraim e
Yehudá.
Por Yosef Ben Ruach
Isto significa dizer que os gentios são os descendentes de Efraim, que foram espalhados pelo Ocidente, e se enveredaram pelo caminho dos ídolos, conforme o profeta Oséias. Desse modo, esses gentios, efraimitas, abraçaram o Cristianismo de Nicéia, e precisam voltar as raízes da fé, que se manifesta na Graça e nos mandamentos de Yeshua.
ResponderExcluirShalom, está correto o seu raciocínio. Yeshua não veio estabelecer uma nova religião, mas resgatar suas ovelhas que haviam sido dispersas entre as nações e trazê-las ao aprisco (Torah). No futuro essa ação se completará quando Judá (nossos irmãos judeus na atualidade), se juntarem a nós nesse aprisco, formando um só povo e tendo um só Pastor. Baruch Hashem!
ExcluirMagnífico estudo irmão, se todos compreendessem as duas casas de Israel iriam se identificar e ter uma compreensão ampla no tocante aos escritoa nazarenos (Novo testamento).
ResponderExcluirShalom, está corretíssimo irmão! Baruch Hashem!
Excluir