Introdução
Antes de adentrar qualquer estudo
sobre a prática do Natal, é importante recordar as Escrituras, que afirmam:
Há um caminho que
ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte. (Mishlei/Provérbios
14:12)
O texto bíblico é bem claro e importante.
Muitos evocam um sentimento ou percepção de que o Natal seja algo positivo,
para poderem defendê-lo. Mas, será que isso se sustenta à luz das Escrituras?
Estará você, caro leitor, aberto
para investigar essa prática? Está você disposto a seguir ao ETERNO e às
Escrituras independentemente do preço que isso venha a te comprar do ponto de
vista social?
Elementos do Sincretismo
Até o quarto século, não existia
nenhum registro sobre a observância do nascimento de Yeshua enquanto
festividade entre os seus seguidores, mesmo das mais variadas vertentes
teológicas.
Sobre isso, o teólogo cristão
James A. Fowler admite:
"Existe pouca
evidência da celebração da natividade ou da encarnação antes do quarto século
DC. Irineu (c. 130-200 DC) e Tertuliano (c. 170-220 DC) ambos omitem qualquer
referência à celebração do nascimento de Cristo de suas listas de festas
cristãs. [sic]" (Christmas Considered Celebrationally)
O Natal, em sua origem, é um fruto do sincretismo de três vertentes religiosas: A mitologia greco-romana, o culto persa a Mitra, e o nascente Cristianismo Romano. Na prática atual, se pode acrescer ainda uma quarta vertente religiosa: O culto nórdico a Odin.
A seguir será feita uma análise
de todos esses elementos, em sua ordem cronológica:
Primeiro Elemento: A
Saturnália
Tudo tem início na festa da
Saturnália. Tratava-se de uma antiga festividade romana que teve origem no
século 5 a.C., em honra à dedicação do Templo do deus Saturno (ou Cronos, no
grego). Era uma festividade de uma semana, que culminava no solstício de inverno.
O historiador James Grout assim
detalha a festividade:
"A Saturnália
era o feriado mais popular do ano romano. Catulus a descreve como "os
melhores dos dias" e Seneca reclama que "toda a multidão se solta aos
prazeres" (Epístolas XVIII.3) Plínio o Jovem escreve que ele se confinava
ao seu quarto enquanto o restante da casa celebrava (Epístolas II.17.24). Era
uma ocasião de celebração, visita aos amigos, e a apresentação de presentes,
especialmente velas de cera (cerei), provavelmente para significar o retorno da
luz após o solstício, e sigillaria." (Saturnalia, Encyclopaedia Romana)
De fato, é isso que se encontra
nas fontes históricas acerca dessa festividade. O escritor Lucian de Samosata
no século 2 d.C. narra um diálogo entre Saturno e um de seus sacerdotes. Tal
diálogo serve como referência do que representava a festividade:
"Saturno:… A minha semana
é barrada; nenhum negócio é permitido. Bebe-se e fica-se bêbado, barulho e
jogos e dados, e apontamento de reis e banquetes de escravos, o aplaudir de
mãos trêmulas, um ocasional mergulho de faces arrolhadas na água gélida; tais
são as funções sobre as quais eu presido. Mas grandes coisas, fortuna e o ouro
e tais, Zeus distribui conforme sua vontade.
Sacerdote:… Diga-se isto
agora: já que és uma deidade delicada, por que escolheu o pior tempo, quando
tudo está coberto em neve, e o vento norte sopra, tudo está duramente
congelado, árvores secas e nuas e os campos perderam sua beleza florida, e os
homens se encolhem covardemente sobre o fogo como tantos octagenários - por que
esta temporada de todas as outras para o seu festival? Não é o tempo para os
idosos ou os luxuriosos.
Saturno: Amigo, suas perguntas
são muitas, e não são bom substituto para as taças fluindo. Você roubou uma boa
porção do meu carnaval com suas filosofias impertinentes. Que eles vão agora, e
nos alegraremos e aplaudiremos com nossas mãos e tomaremos nossa licença de
carnaval, jogando damas com nozes no estilo antigos, elegendo nossos reis e
sendo fiéis a eles." (Lucian, Saturnalia)
O Solstício de Inverno
O solstício de inverno era um
momento importante para os povos que já haviam desenvolvido algum tipo de
conhecimento astronômico - que geralmente vinha acompanhado de alguma crença
astrológica.
A trajetória cíclica do sol
observável a partir da terra se caracteriza por períodos em que o dia se torna
mais longo, o que dá origem às estações mais quentes, e outros em que o dia se
torna mais curto, o que dá origem às estações mais frias.
O solstício de inverno é
justamente o momento em que as noites deixam de se tornar mais longas, e
começam a encurtar novamente. É, portanto, para muitas culturas marcado como o
retorno da divindade solar, que volta a marcar presença após um período de
maior afastamento.
Pode-se observar, além do frio, que esse era um momento de grande festividade, bebedeira, e geralmente acompanhado das famosas orgias romanas. O poeta romano Catulus, do século 1 DC, citado por Grout, assim escreve:
"Se não te
amasse mais que meus olhos, ó mais prazeroso Calvus, eu te odiaria com ódio
vitiniano por causa daquele seu presente… grandes deuses acima, aquele horrível
e maldito pequeno livro! Certamente tu o enviaste ao teu Catullus, para que ele
pudesse morrer, novamente e novamente, naquele dia, também durante a
Saturnália, os melhores dos dias!" (Gaius Valerius Catulus, Carmen 14)
Observa-se que Catulus comenta de
forma satírica o presente recebido de seu amante Calvus na ocasião do poema
supracitado. A Saturnália era, portanto, uma época em que se presenteava as
pessoas próximas.
Costumes Agrícolas
Outro costume importante da
Saturnália era o uso de ramos verdejantes, e louros, pois Saturno era também
uma divindade agrícola. O uso de elementos verdes dizia respeito ao
reconhecimento de que o sol era fundamental para a agricultura, e o solstício
marcaria o momento do retorno da luz solar:
"Os romanos
antigos marcavam o solsticio com uma festa chamada Saturnália, em honra a
Saturno, o deus da agricultura. Os romanos sabiam que o solstício significava
que brevemente fazendas e pomares estariam verdes e frutíferos. Para marcar a
ocasião, eles decoravam suas casas e templos com ramos sempre-verdes como
símbolo da vida eterna." (History of Christmas Trees, The History Channel)
Segundo Elemento: O
Mitraísmo e o Natal do Sol Invicto
A partir do século 1 d.C., a
Saturnália passou a ganhar mais uma conotação, fruto de um importante
sincretismo religioso originário da Pérsia: o culto a Mitra, uma divindade
solar persa.
A Origem do Mitraísmo em Roma
Sobre essa religião e o seu
alastramento pelo império romano, a Enciclopédia Católica afirma:
"Uma religião pagã
consistindo principalmente do culto do antigo deus-sol indo-iraniano Mitra. Ela
adentrou a Europa pela Ásia Menor, após a conquista de Alexandre, e se alastrou
rapidamente por todo o Império Romano no princípio de nossa era, tendo atingido
o seu ápice durante o terceiro século, e tendo desaparecido sob as regulações
repressoras de Teodósio...
O Mitraísmo era enfaticamente
uma religião de soldado: Mitra, o seu herói, era especialmente uma divindade de
fidelidade, virilidade e bravura; a ênfase que ela colocava no bom
companheirismo e irmandade, sua exclusão das mulheres, e o laço secreto entre
os seus membros sugeriam a ideia de que o Mitraísmo era Maçonaria entre os
soldados romanos. Ao mesmo tempo os escravos e comerciantes estrangeiros do
Leste mantinham a sua propaganda nas cidades. Quando magos, vindos do rei
Tiriadates da Armênia, adoraram Nero como emanação de Mitra, o imperador
desejou ser iniciado em seus mistérios. A medida que o Mitraísmo era aprovado
como culto, começou a compartilhar o reconhecimento oficial de que a adoração frígia
gozava em Roma. O imperador Comodo foi publicamente iniciado. Seu maior devoto,
contudo, era o filho imperial de uma sacerdotisa do deus-sol em Sirmium na
Panonia, Valeriano, que segundo o testemunho de Flavio Vopisco, nunca esqueceu
da caverna onde sua mãe o iniciou. Em Roma, ele estabeleceu uma faculdade de
sacerdotes do sol e sua moeda traz a legenda 'Sol, Dominus Imperii Romani.' [N.
do T.: Sol, Senhor do Império Romano]… O [dia] 25 de dezembro era observado
como seu aniversário, o Natalis Invicti, o renascimento do sol do inverno,
inconquistado pelo rigor da estação." (Mithraism, Catholic Encyclopedia)
O Natal do Sol Invicto
À semelhança da Saturnália, Mitra
também possuía uma celebração importante que ocorria na ocasião do solstício de
inverno.
Por ser uma divindade solar, a
ideia do sol se fortalecendo a partir do solstício era comemorada como o
aniversário de Mitra, pois marcava o fato de que as trevas não haviam sido
capazes de vencer o “sol invicto”.
Gradativamente, portanto, os
costumes da antiga Saturnália se fundiram com as celebrações do Mitraísmo em
sua data mais importante, o Natalis Invicti Solis, em outras palavras: o Natal
do Sol Invicto.
A data preservou os costumes da
Saturnália, de ser cercada por muitas festividades, luzes, orgias e troca de
presentes. E, com a declaração de Mitra como o Senhor do Império Romano
(Dominus Imperii Romani), o 25 de dezembro rapidamente se tornou a data mais
importante do calendário romano.
Terceiro Elemento: O
Sincretismo com o Cristianismo Romano
Em sendo a religião mais
importante do império romano, era apenas questão de tempo para que surgisse um
sincretismo entre tal fé e o nascente Cristianismo Romano.
Sobre isso, o historiador cristão
Charles Henry Robinson escreve:
"A segunda
religião com a qual os primeiros missionários cristãos tomaram contato
frequente foi a da adoração ao sol mitraico, que foi introduzida na Europa da
Pérsia, e que começou a se espalhar no Oeste um pouco depois da adoração a
Ísis. Em meados do terceiro século, havia feito tanto progresso que parecia
possível que fosse desbancar o Cristianismo e se tornar a religião de todo o
Império Romano." (The Conversion of Europe)
Já no século 2 d.C., era tão
visível o sincretismo religioso que até mesmo Tertuliano, responsável pela
incorporação de conceitos gregos à nascente fé cristã romana, chega a condenar
a questão veementemente, afirmando:
"Mas para nós, a quem os
Shabatot (Sábados) são estranhos, assim como o rosh chodesh (Lua Nova) e as
festas amadas pelo ETERNO, a Saturnália, os festivais de Ano Novo e meio do
inverno e a Matronália são frequentados… 'que as suas obras brilhem,' disse
Ele. Mas agora todas as nossas oficinas e portões brilham! Tu hoje encontrarás
mais portas de pagãos sem lâmpadas e coroas de louros do que cristãos… Então,
dirás: 'as lâmpadas perante minhas portas, e os louros em meus portões são para
honrar o Eterno? Elas, obviamente, não estão lá para honrarem ao Eterno, mas
àquele que é honrado no lugar do Eterno por cerimônias religiosas dessa
natureza… Portanto, que aqueles que não têm luz acendam suas lâmpadas
diariamente." (Tertuliano, Sobre a Idolatria, caps. 14 e 15)
Aqui observa-se que já no século
2 d.C. muitos cristãos romanos já haviam incorporado os costumes da Saturnália,
pendurando velas e enfeites de ramos e louros em suas portas - costumes esses
que visavam sorte e proteção.
Para justificar o costume, alguns
cristãos romanos afirmavam que Yeshua (Jesus) teria morrido e sido concebido na
mesma época. Como o Pessach (Páscoa) é uma festividade que ocorre próxima ao
equinócio de primavera, o cálculo de nove meses levaria Yeshua a ter nascido
próximo à data do solstício de inverno.
Não existe, todavia, nenhum
indício de que Yeshua tenha nascido próximo à data do solstício de inverno. Nem
bíblico, nem extrabíblico.
Pelo contrário, os indícios internos da Bíblia indicam que Yeshua teria nascido por volta da época de setembro/outubro, quando da ocasião do sétimo mês bíblico. Para maiores informações sobre isso, vide o vídeo “O Nascimento”, da série “Lições o Messias”:
Fato é que a ideia surgiu para
justificar o já crescente sincretismo religioso com o Natal do Sol Invicto
(Natalis Invicti Solis), e com os tão populares costumes da Saturnália.
A Cartada de Constantino
Por volta do século 4 d.C., o
imperador romano Constantino I, um adorador do deus-sol supostamente
‘convertido’, vislumbrou a possibilidade de unificação do império, criando uma
religião sincrética que combinava todos esses elementos:
"O mundo estava plenamente
maduro para o monoteísmo ou sua forma modificada, o henoteísmo, mas o
monoteísmo se apresentava em diversas vertentes, sob as formas de várias
religiões orientais: a adoração do sol, na veneração de Mitra, no Judaísmo e no
Cristianismo… Não apenas os gnósticos e outros hereges, mas os cristãos que se
consideravam fiéis, guardavam em grande medida a adoração ao sol. Leo o Grande,
em seus dias, diz que era o costume de muitos cristãos ficarem de pé nos
degraus da igreja de São Pedro e venerarem o sol por meio de referências e
orações… Quando tais condições prevaleciam, é fácil entender que muitos
imperadores cederam à ilusão de que poderiam unir todos seus súditos na
adoração de um deus-sol que combinava em si mesmo o deus-pai dos cristãos e o
muito-adorado Mitra; assim o império poderia ser refundado na unidade de uma
religião. Até mesmo Constantino, como será demonstrado adiante, por um tempo
estimou essa crença equivocada." (Constantine, Catholic Encyclopedia)
Foi justamente à época de
Constantino que as celebrações do Natal do Sol Invicto (Natalis Invicti Solis)
foram oficializadas como sendo o aniversário do Cristo Romano - não o Messias
bíblico, mas essa figura originária do sincretismo supracitado.
Sobre isso, o historiador J. B.
Bury escreve:
"A data da Natividade foi
afixada para coincidir com o aniversário de Mitra (Natalis Invicti, 25 de dezembro),
cuja religião tinha muitas afinidades com a cristã. Este processo não foi o
resultado, em primeira instância, de uma política deliberada. Foi um desenvolvimento
natural, pois o Cristianismo não podia escapar da influência das ideias que
eram correntes em seu ambiente. Mas foi promovida por homens iluminados e
condutores na Igreja...
O cálculo dos cristãos do
nascimento de Jesus em 25 de dezembro criou uma oportunidade conveniente para
Constantino substituir e transferir a celebração do sol invicto ou Natalis
Invicti para Nativitas Domini, a celebração do nascimento do Senhor. A
transferência de imagens pôde inclusive ser feita enfatizando Jesus como a
vitória da luz conquistando as trevas do mal. O sol novus (novo sol) foi
facilmente convertido em uma celebração do 'sol da justiça.' A medida que a
Festa do Sol tornou-se a Festa do Filho, os líderes da igreja enfatizaram que
naturalismo do culto solar estava sendo substituído pela celebração do
supernaturalismo do Eterno enviando Seu Filho, Jesus." (History of the
Later Roman Empire, Volume 1, pg. 373)
Como se pode perceber, o Natal
não tem qualquer origem nas Escrituras, nem tampouco se origina do nascimento
de Yeshua, mas sim de uma celebração pagã, incialmente dedicada a Saturno e
posteriormente ao deus-sol Mitra.
Quarto Elemento: O Yule de
Odin
Posteriormente, com a propagação
do Cristianismo Romano, outros costumes de outros povos associados ao inverno,
e ao solstício, acabaram por também serem incorporados ao Natal do Sol Invicto
(Natalis Invicti Solis).
Os costumes mais comuns
posteriormente incorporados durante a Idade Média são os do chamado Yule, dos
povos saxões. Até hoje, em algumas culturas, a expressão “Dia do Yule”
ainda é utilizada como sinônima ao Natal.
Diversos costumes do Yule foram
absorvidos pelo Natal. Alguns desses costumes encontram origem no mesmo império
romano, outros são de origem específica dos povos saxões. Desses últimos, os
mais proeminentes se referem à cantata e à refeição festiva, em que se comia um
porco na noite de solstício, e algumas tradições referentes a Papai Noel.
O Porco e as Cantatas
Dois textos nórdicos do século 13
DC falam sobre os costumes envolvendo a noite do solstício de inverno:
"E eles
sacrificavam um porco selvagem ou sonarblót. Na véspera de Yule o porco
selvagem-sonar era conduzido ao salão perante o rei; as pessoas então colocavam
as mãos em seus pelos e faziam votos." (Hervarar saga ok Heiðreks)
“Naquela noite os
grandes votos eram tomados; o porco selvagem sagrado era trazido para dentro,
os homens punham suas mãos nele, e faziam votos quando o rei brindava."
(Helgakviða Hjörvarðssonar)
Em paralelo a essa prática, os
saxões tinham também o hábito de proferirem bênçãos de boa saúde aos presentes
através de um ato chamado wassail, que vem do nórdico “wes hail”, que
significa “em boa saúde”.
Não à toa o wassailing era parte
importante das comemorações, pois o Yule era fundamentalmente um ritual que
visava a fertilidade.
Os cânticos eram proferidos não
apenas sobre os presentes, mas também sobre a colheita, como forma de
abençoá-la durante o solstício, para que crescesse abundante. Algumas antigas
cantigas inglesas ainda preservam essa tradição, como uma popular canção que diz:
“Que todo homem
remova seu chapéu e brade para a antiga macieira. Antiga macieira, nós te
proferimos wassail, e esperamos que tu frutifiques.”
Esse hábito saxão se perpetuou no
Natal por influência inglesa e, posteriormente, norte-americana. Desde então,
as cantatas de Natal se tornaram elemento fundamental na noite do solstício,
bem como a tradição do presunto ou tender de Natal, que remete ao sacrifício
pagão do porco.
Papai Noel, Odin e São
Nicolau
A figura de Papai Noel também tem
origem na mitologia nórdica. O texto Edda, também do século 13, descreve Odin
como um cavaleiro, da seguinte forma:
"Os seguintes
são os nomes dos cavalos dos deuses: Sleipner é o melhor; ele pertence a Odin,
e tem oito patas. O segundo é Glad, o terceiro Gyller, o quarto Gler, o quinto
Skeidbrimer, o sexto Silfertop, o sétimo Siner, o oitavo Gisl, o novo
Falhofner, o décimo Gulltop, o décimo-primeiro Letfet. O cavalo de Balder foi
queimado com ele." (Edda)
Sleipner, cavalo de Odin, podia
atravessar grandes distâncias. Os cavalos dos deuses são a origem para a
mitologia das renas de Papai Noel.
Além disso, os textos nórdicos
Alvíssmál, Gylfaginning, Grímnismál, Nafnaþulur, e Óðins nöfn descrevem Odin
como um homem de longa barba. Este último ainda descreve Odin como sendo a
figura central do Yule.
Essa figura foi sincretizada com
outra importante na tradição católica: a de São Nicolau, cuja morte ocorrera
próxima à época do Natal. Assim a Enciclopédia Católica o descreve:
"Bispo de Mira, em Licia;
morreu em 6 de dezembro, 345 ou 352. Apesar de ser um dos mais populares santos
nas igrejas grega e latina, não há praticamente nada historicamente certo sobre
ele, exceto pelo fato dele ser Bispo de Mira no século quarto… Os numerosos
milagres que se diz que São Nicolau operou, tanto antes quanto depois da sua
morte, são acréscimos de uma longa tradição… nos Estados Unidos e em alguns
outros países São Nicolau ficou identificado com Papai Noel, que distribui
presentes para as crianças na véspera de Natal. Seus restos ainda são
preservadas na igreja de San Nicola, em Bari; até o presente uma substância
oleosa, conhecida como Manna di S. Nicola, que é altamente estimada por seu
poder medicinal, é dita fluir deles." (St. Nicholas of Myra, Catholic
Encyclopedia)
Em outras palavras, a figura do
Papai Noel deriva do sincretismo entre o culto pagão a Odin e a prática mística
católica de culto aos mortos, dando origem a um personagem mítico utilizado
numa data pagã para contar mentiras à crianças.
Resumo Histórico
Abaixo, um resumo do que é o
Natal:
Essencialmente trata-se da festa
da Saturnália, celebração ao deus Saturno ocorrida por volta do solstício de
inverno, que era comemorada com orgias, trocas de presente, banquetes e
bebedeiras. Dentre seus elementos destacam-se as luzes e velas, para simbolizar
o retorno da luz solar, e ramos verdes, para simbolizar o retorno da
fertilidade agrícola.
A partir do século 1, a
Saturnália passa a incorporar também o simbolismo do Natalis Invicti Solis, o
Natal do Sol Invicto, data comemorada pelo Mitraísmo em honra ao suposto
aniversário do deus-sol Mitra, uma divindade cujo culto se alastrou por Roma a
partir da Pérsia.
O nascente Cristianismo Romano
incorporou as práticas da Saturnália e do Natal do Sol Invicto (Natalis Invicti
Solis), tão comuns no império. Posteriormente, Constantino e os bispos romanos
popularizaram a festa, que veio a se tornar oficialmente a data de comemoração
do aniversário do Jesus Romano, sem qualquer conexão com a data histórica do
nascimento de Yeshua.
Posteriormente, na Idade Média, outros
costumes pagãos foram sendo incorporados, especialmente dos cultos nórdicos a
Odin e da tradição do Yule, tais como o porco, as cantatas e a refeição solene,
além da figura de Papai Noel, que nasce do sincretismo de Odin com o culto
católico ao falecido bispo Nicolau de Mira.
Conclusão
A data do Natal foi escolhida e
determinada pela autoridade papal, em um gesto de sincretismo religioso e
afronta às Escrituras. Desde então, tem sido seguida pela maior parte do
Cristianismo, num claro sinal de submissão ao papado.
Mesmo diante de tantos elementos
malignos e de origem pagã, alguns acreditam que não há nenhum mal em celebrar o
Natal, visto que atualmente é uma data utilizada para celebrar o nascimento do
Messias. Porém, as Escrituras são muito claras ao proibirem esse tipo de coisa:
Quando entrares na
terra que YHWH teu Elohim te der, não aprenderás a fazer conforme as
abominações daquelas nações. (Devarim/Deuteronômio 18:9)
Assim diz YHWH:
Não aprendais o caminho dos gentios, nem vos espanteis dos sinais dos céus;
porque com eles se atemorizam as nações. Porque os costumes dos povos são
vaidade... (Yirmiyahu/Jeremias 10:2-3)
“Não vos prendais
a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a
injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre o
Mashiach e Satan? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o
Santuário de Elohim com os ídolos? Porque vós sois o Santuário do Elohim
Chayim, como Elohim disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o
seu Elohim e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos,
diz YHWH; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei;” (Curintayah Beit/2 Coríntios
6:14-17)
Em diversas passagens, as
Escrituras condenam os filhos de Israel por terem misturado elementos do culto
aos deuses locais com a adoração ao Eterno. Pergunte a si mesmo, caro leitor:
Teria o ETERNO mudado de ideia quanto à importância da pureza no serviço a Ele?
Nenhum seguidor de Yeshua deve
tomar parte em algo que mistura doutrina e prática de demônios com a fé
bíblica.
Por Sha’ul Bentsion
Comentários
Postar um comentário