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Mostrando postagens de julho, 2021

YOSSEF, A RESTAURAÇÃO DO REINO DE ISRAEL E A MISSÃO DO MASHIACH

    Introdução   O perek (capítulo) 42 de Bereshit (Gênesis), relata o primeiro encontro de Yossef (José) com seus dez irmãos após a conspiração destes contra sua vida. Pela primeira vez Yossef estava frente a frente com seus algozes depois de quase duas décadas.   Este episódio é, sem a menor dúvida, um dos momentos mais tensos e emocionantes de toda Escritura Sagrada... E como se não bastasse isso, é um relato repleto de simbolismos e sinais acerca de restauração do reino de Israel e da missão do Mashiach ben Yossef .   Iremos expor ao longo deste comentário os aspectos proféticos desta passagem e uma lição prática a ser aprendida por todos nós.   Yossef e a futura restauração do reino de Israel   É do conhecimento de todos (ou de quase todos) estudantes da Bíblia, que o reino de Israel era formado pela reunião de suas doze tribos, sob o governo de um cabeça, um único rei que governaria e legislaria de acordo com os preceitos de Elohim revelados na Torá. Isso

A PRÁTICA BÍBLICA DA UNÇÃO

    Introdução   Poucas práticas são tão mal compreendidas e tão distorcidas de seu contexto bíblico original quanto a prática moderna da unção com óleo.   Hoje em dia, unge-se com óleo abundantemente: Unge-se objetos com óleo, como se aquilo conferisse algum tipo de poder ou proteção especial; unge-se fotografias de pessoas que querem ser libertas; unge-se pessoas que estejam passando por dificuldades; unge-se lugares para afastar demônios; unge-se pessoas que estejam enfermas como se isso pudesse trazer cura etc.   Criatividade não falta para aplicação da prática da unção. Aliás, palavra essa que também virou sinônima de “poder especial” ou algo do gênero. Não é raro falar sobre pregadores eloquentes e curandeiros gospel como pessoas que “têm a unção”. É admirável o quão distante isso está do conceito bíblico.   Se não falta criatividade nem misticismo, certamente falta base nas Escrituras. Porque a maioria quer apenas ler a Bíblia para justificar o que já faz ou

A POLÍTICA DA MEMÓRIA

    O verdadeiro teste de uma nação não é se ela pode sobreviver a uma crise, mas se pode sobreviver à falta de uma crise.   Na porção desta semana, Ekev, Moisés expõe uma doutrina política com tamanha sabedoria, que ela nunca poderia se tornar redundante ou obsoleta. Ele faz isso por meio do contraste existente entre o ideal ao qual Israel é chamado e o perigo com o qual ele é confrontado.   Este é o ideal:   E guarda os mandamentos do SENHOR teu Elohim, para andares nos seus caminhos e para o temeres. Porque o SENHOR teu Elohim te põe numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes, e de mananciais, que saem dos vales e das montanhas; Terra de trigo e cevada, e de vides e figueiras, e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel. Terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela; terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes tu cavarás o cobre. Quando, pois, tiveres comido, e fores farto, louvarás ao SENHOR teu Elohim pela boa terra que te deu.

FAZENDO O AMOR DURAR

  Os Mandamentos ( Mitzvot ) é a estrutura que mantém o amor vivo.   Nos últimos meses, conversei com importantes pensadores, intelectuais, empreendedores e filantropos para uma série da BBC sobre os desafios morais do século XXI. Entre aqueles com quem falei estava David Brooks, um dos filósofos mais perspicazes de nosso tempo. Sua conversa é sempre cintilante, mas um comentário seu foi particularmente bonito. É uma chave que nos ajuda a desbloquear todo o projeto descrito por Moisés em Sefer Devarim (Livro de Deuteronômio), o quinto e último livro da Torá.   Estávamos conversando sobre alianças e compromissos. Sugeri que muitas pessoas no Ocidente hoje são avessas a compromissos, relutam em se vincular incondicionalmente e de forma aberta a algo ou alguém. A mentalidade de mercado que predomina hoje nos incentiva a tentar isso, provar aquilo, experimentar e manter nossas opções em aberto para a versão mais recente ou o melhor negócio. Promessas de lealdade são poucas e dista

VALORIZE O QUE VOCÊ RECEBE

    Nesta semana começamos o último livro da Torá, Devarim, também conhecido como "Mishnê Torá" (a repetição da Torá), pois este livro é dedicado integralmente às últimas palavras de Moshé (Moisés) ao povo israelita, em sua despedida antes do seu falecimento e da entrada do povo na Terra Prometida. Moshé deixou para o final da sua vida a importante missão de recapitular os principais acontecimentos dos últimos 40 anos em que o povo passou no deserto, apontando os erros cometidos, justamente para possibilitar que o povo aprendesse com seus tropeços e não voltasse a cometê-los no futuro.   Na Parashá desta semana, Devarim (literalmente "palavras" ), Moshé relembrou o momento em que o sistema judiciário do povo israelita foi modificado, com a criação de várias instâncias de justiça, responsáveis por cuidar de todos os casos de questionamentos e disputas, desde os mais simples até os mais complexos. Moshé relembra que havia advertido aos recém nomeados juízes a n

O MENOR NO REINO DOS CÉUS

  Fui recentemente surpreendido por uma pergunta que me deixou intrigado e me motivou a aprofundar meus conhecimentos sobre o tema. Reconhecer nossas limitações, especialmente em um contexto de ensino, nem sempre é fácil. No entanto, é nesse momento crucial que devemos abraçar a postura de aprendizes, revisitando conceitos e buscando novas perspectivas. Somente assim poderemos alcançar as respostas que guiam à verdade nas escrituras. Admitir que não sabemos algo pode ser, muitas vezes, o melhor caminho para alcançarmos a verdade.   Em conjunto com meus alunos, dedicamos um tempo considerável à análise da questão em pauta. Optamos por não fornecer uma resposta definitiva, mas sim, aprofundarmos a discussão e identificarmos algumas inconsistências na passagem em questão. Diante disso, realizamos uma pesquisa para revisar a tradução diretamente do aramaico original.   Em primeiro lugar postarei a passagem, como aparece tradicionalmente nas bíblias em português e veremos a contra