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Mostrando postagens de novembro, 2021

CHANUKÁ - VERDADE, MENTIRAS, TRAIÇÃO E RESTAURAÇÃO (PARTE IV)

O Primeiro Relato do Talmud   Não é difícil percebermos de onde derivam as práticas rabínicas. Vejamos agora algumas fontes rabínicas, para melhor compreendermos a questão.   A primeira menção mais explícita à prática de Chanuká ocorre no Talmud, o qual foi compilado compilado entre os séculos V e VI de nossa era. Os trechos em que o Talmud menciona Chanuká são parte da chamada “Baraita” , uma espécie de texto apócrifo da Mishná , supostamente do século II. Ou seja, na melhor das hipóteses, a primeira vez que se tem notícia do milagre de Chanuká ocorre no século II, com pelo menos 350 anos depois dos eventos da revolta dos Macabim (Macabeus). Até então, não existia qualquer relato sobre esse suposto milagre!   Mesmo assim, o Talmud começa demonstrando que nem sempre esse foi o motivo para as velas. Vejamos o que é dito:   Nossos rabinos ensinaram: O preceito de Chanuká [demanda] uma lâmpada por homem em sua casa; os zelosos [acendem] uma lâmpada para cada membro [da c

CHANUKÁ - VERDADE, MENTIRAS, TRAIÇÃO E RESTAURAÇÃO (PARTE III)

  A Saturnália   Por hora, faremos um parêntesis para falarmos sobre outra festa. Essa, de origem comprovadamente pagã conforme narram os relatos históricos. Uma festa de origem romana, cuja origem remonta ao século III a. C., denominada de Saturnália.   Segundo o historiador Frank E. Smitha em sua obra “Macrohistory and World Report” , a Saturnália era uma comemoração que teve início quando os romanos foram derrotados pelos cartagineses, e precisaram elevar o moral de seus cidadãos, no século III a. C.   A Saturnália era uma comemoração que girava em torno da celebração do solstício de inverno, e incorporou práticas que estavam associadas ao paganismo primitivo.   O solstício de inverno é um evento astronômico importante. Na trajetória da terra ao redor do sol, os dias vão, ao longo do ano, tornando-se mais curtos ou mais longos, diariamente. O solstício de inverno é justamente o momento em que a tendência se inverte, ou seja, os dias chegam ao seu período mínimo e v

CHANUKÁ - VERDADE, MENTIRAS, TRAIÇÃO E RESTAURAÇÃO (PARTE II)

  Macabim Beit e Sukot   Mas então, por que os Macabim (Macabeus) decidiram fazer uma festa de oito dias? Macabim Beit (2 Macabeus) dá o motivo, e não tem absolutamente nada a ver com um suposto óleo mágico:   Durante oito dias, fizeram uma festa semelhante à de Sukot, relembrando que, pouco tempo antes, haviam passado essa festa vagueando pelos montes e cavernas, como animais. Por isso, trazendo hastes e ramos verdes e folhas de palmeiras, entoavam hinos Àquele que lhes estava dando a alegria de purificar o seu lugar santo. Depois, com um decreto público, assumido por todos, prescreveram que toda a nação dos judeus celebraria estes dias de festa cada ano. (Macabim Beit/2 Macabeus 10:6-8)_   O motivo fica bastante claro: Os Macabim (Macabeus) foram impedidos de celebrarem Sukot (Tabernáculos) + Shemini Atseret (Oitavo dia) por causa da perseguição dos selêucidas. Sendo assim, decidiram celebrarem-na logo que se tornou possível, quando por ocasião da purificação do Beit Ha

CHANUKÁ - VERDADE, MENTIRAS, TRAIÇÃO E RESTAURAÇÃO (PARTE I)

  PARTE I Introdução: A Festa contra o Paganismo   Chanuká é uma festa cuja temática é de extrema importância para todos nós, pois fala da vitória dos Chashmonaim (Hasmoneus), contrariando todas as expectativas humanas, contra as forças que impunham a cultura helenizada do império selêucida. Uma luta bastante semelhante à que travamos neste mundo que não apenas se esqueceu completamente dos valores bíblicos, como cada vez mais tenta nos forçar a um estilo de vida paganizado, fazendo-nos esquecer de nossa identidade. Muitos seguidores de Yeshua, inclusive, contrastam Chanuká com o Natal, para exemplificarem a diferença entre o conformismo e a capacidade de seguirmos a Elohim, acima da vontade humana.   Dentro desse contexto, é uma triste ironia que os p'rushim (fariseus) e, por consequência, o Judaísmo Rabínico, tenham transformado um evento que celebrava a vitória contra a assimilação em uma festa pagã!   Igualmente triste é o fato de que os seguidores de Yeshua d

A RECUSA EM SER CONSOLADO

  O engano aconteceu. Joseph foi vendido como escravo. Seus irmãos molharam seu casaco em sangue. Eles o trazem de volta ao pai, dizendo: "Olha o que encontramos. Você reconhece? É o manto do seu filho ou não?" Jacó o reconheceu e respondeu: "É o manto do meu filho. Uma fera o devorou. José foi feito em pedaços." Então lemos:   Jacó rasgou suas roupas, vestiu um pano de saco e guardou luto por seu filho por um longo tempo. Seus filhos e filhas tentaram consolá-lo, mas ele se recusou a ser consolado. Ele disse: "Eu descerei à sepultura lamentando por meu filho." (Gn 37: 34-35)   Por que Jacó se recusou a ser consolado? Existem leis no Judaísmo sobre os limites do luto. Não existe luto sem fim. A Gemara ( Moed Katan 27b ) afirma que Elohim diz àquele que chora além do tempo determinado: "Você não é mais compassivo do que eu."   Um midrash dá uma resposta notável. "Alguém pode ser consolado por aquele que está morto, mas não p

SÓ HÁ UM TESTAMENTO E UMA ALIANÇA

    Este é um pensamento difícil para os cristãos, mas dentro do contexto hebraico das Escrituras, este é um pensamento muito simples, pois está na sua originalidade.   De uma forma sintetizada, procurarei colocar aqui este entendimento de que só há uma Aliança e não duas, com uma finalidade "profética" para uma melhor compreensão do tempo do agir do ETERNO na Terra, e não simplesmente para um conhecimento teológico.   De início, precisaremos compreender que o ETERNO é UM, e Nele não há DOIS pensamentos, ou propósitos, ou duas Alianças, ou dois povos. Nele, há apenas Uma palavra, um plano, um propósito, um povo, uma aliança. Nele nada se divide.   Ouve, Israel, o SENHOR (YHWH), nosso Elohim, o SENHOR (YHWH) é um. ( Dt. 6:4)   Yeshua veio restaurar a aliança quebrada e não fazer outra aliança! Nos textos de Jeremias 31.31 ou de Hebreus 8.8, que tratam da chamada "nova aliança" com a casa de Israel e a casa de Judá, a palavra "nova" está